From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

News

Conselho de Cultura tomba área onde a Vale quer instalar famílias de Anchieta

30/01/2012

Autor: Flavia Bernardes

Fonte: Século Diário - http://www.seculodiario.com.br/



O Conselho Estadual de Cultura tombou a área do Casarão dos Migrantes Italianos como patrimônio cultural. A medida, comemorada pelo moradores da Chapada do A, significa uma vitória simbólica para estes moradores, visto que é na região tombada que a Vale pretendia construir novas moradias para abrigar as 76 famílias da Chapada do A, após ocupar suas terras para a construção da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU).

A área, conforme denúncia dos moradores da Chapada do A, chegou a ser comprada para a Vale, para abrigar famílias da comunidade de Monteiro e da Chapada do A, porém, as famílias da Chapada do A já afirmou, inclusive através de um plebiscito popular, que não deixará suas terras para a construção da CSU.

"É uma vitória simbólica já que ela não poderá mais construir na região, o que acarretará em um alívio diante da pressão que estamos vivendo. A Vale insiste em divulgar para a população que a negociação com a comunidade Chapada do A está tranquila, mas não está", declarou a Associação dos Moradores da Chapada do A.

O bairro, previsto pela Vale para ser construído na área tombada, seria chamado de "Bairro de Monteiro e Chapada do A", o que, segundo os moradores, comprova a pressão da Vale para retirar as famílias de suas terras.

A comunidade se nega a concordar a venda ou troca de suas propriedades com a mineradora e afirma que irá aguardar a decisão da Fundação Nacional do Índio (Funai) que estuda o reconhecimento das terras como área indígena, para garantir a permanência das famílias na região.

Neste sentido, a Associação de Moradores da Chapada do A requereu a Vale a retirada do nome da comunidade Chapada do A do outdoor que anunciava a construção de novas moradias na área tombada. O pedido foi referendado pelo Conselho Estadual de Cultura que levou a Vale a retirar não apenas o nome da Chapada do A, mas também o nome da comunidade de Monteiro da referida placa.

"Para nós aqui de Anchieta, a medida serviu para prolongar o tempo que temos para lutar contra a instalação de uma Siderúrgica de grandíssimo porte, na pequena cidade histórica de Anchieta, localizada num lugar parasídiaco no litoral sul do Espírito Santo onde deságua o rio Benevente, que sacia com as águas de sua bacia diversos municípios da localidade", declarou a associação.

A informação da Associação é que a região da Chapada do A é povoada por descendentes de indígenas Tupinikim, e portanto, é fruto de estudo da Funai para o então reconhecimento das terras.

Já a Vale, que é dona de 20% das terras do município de Anchieta, quer construir a Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), mesmo com a recusa das comunidades de deixar suas terras. Após muita disputa, a empresa chegou pretender que a comunidade poderia ficar na região, porém, a empresa manteria as ofertas de realocação à comunidade, assim como seus projetos para produzir cinco milhões de toneladas de ferro na região por ano.

O pedido de reconhecimento do território indígena pela Funai foi apresentado em reunião com a Comissão de Meio Ambiente da seccional capixaba da Ordem dos Advogados (OAB-ES), em Anchieta, em fevereiro de 2011. Além da OAB, os moradores estão sendo apoiados pela Associação de Pescadores de Ubu e Parati; Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama); Rede Comuna Verde; Via Campesina; Rede Alerta; Federação das Associações de Moradores e Movimentos Sociais do Espírito Santo (Famopes); Sindimetal; CUT-ES; Diretório Central dos Estudantes (DCE - Ufes) e do curso de mestrado em políticas públicas e desenvolvimento local da Emescam.

Alem da comunidade descendente de indígenas, a construção da CSU abrange a construção de uma ferrovia da Vale. Para isso serão destruídas propriedades agrícolas; haverá remoção da comunidade de Monteiro e a destruição das reservas ambientais Ilha do Papagaio e Monte Urubu, alertam as entidades.



http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=47732
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source