From Indigenous Peoples in Brazil
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Noticias
Moradores de Buerarema fecham BR-101 em protesto contra conflitos
17/09/2013
Fonte: G1 - http://m.g1.globo.com
Manifestação durou cerca de uma hora e gerou congestionamento de 3 Km. Impasse entre índios e produtores rurais afeta vida da população.
Um grupo formado por cerca de 50 moradores de Buerarema , cidade no sul da Bahia, fechou a BR-101 na manhã desta terça-feira (17) em protesto contra os conflitos entre índios e produtores rurais na região. A disputa de terras na região afeta diretamente a vida da população local.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação começou por volta das 10h e às 11h já havia sido dispersada. Um congestionamento de cerca de três quilômetros se formou no local.
Segundo o prefeito da cidade, Guima Barreto, uma reunião com entidades envolvidas nas negociações do conflito está prevista para o dia 23 deste mês. "O clima está feio e as invasões continuam. Na verdade, não teve demarcação de terras em Buerarema. Estamos diante da possibilidade de uma guerra civil porque os fazendeiros ameaçam fazer 'justiça' com as próprias mãos e isso não pode acontecer. Estaremos em Salvador dia 23 com representantes de todos os envolvidos, além do Governo do Estado e do Ministério da Justiça", afirmou o prefeito.
Serviços interrompidos
Na noite de quarta-feira (11), a quantidade de caminhões parados em frente à Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) em Feira de Santana, a cerca de 100 Km de Salvador, ocorreu por causa do fechamento da unidade em Buerarema, após o saque a uma das lojas da Cesta do Povo durante uma manifestação na cidade.
Por meio de nota, a Ebal informou que todo o estoque da Central de Distribuição local foi removido a fim de garantir a segurança e integridade física dos funcionários, além de preservar o patrimônio da empresa. O prefeito Guima diz que teve que interceder para que o funcionamento da unidade, que abastece 63 lojas da região, fosse mantido.
"Participei de uma reunião e garanti que a segurança seria reforçada para que o funcionamento fosse normalizado. São 63 lojas na região, com mais de 200 funcionários", diz Barreto.
No final do mês de agosto, escolas tiveram o funcionamento suspenso por causa do conflito em Buerarema. O prefeito afirma que a situação nas unidades de ensino já foi normalizada, mas contabiliza duas escolas mais próximas às zonas de conflito que continuam sem aulas.
"As escolas tiveram a segurança reforçada e a Força Nacional permite a frequência nas aulas. Há ainda a escola na Fazenda Dalgoberto e a escola Neide de Oliveira, onde não permitem [índios] o acesso do carro", afirma.
Os postos de saúde do município também tiveram o funcionamento afetado pela disputa de terra na região. As unidades mais próximas da zona rural deixaram de funcionar e a população é convocada a utilizar os serviços no centro da cidade. "Sei de dois postos que estão fechados e chamamos as pessoas a se vacinarem na cidade", completa.
O comércio da cidade também é afetado pelo clima de tensão. Segundo Guima Barreto, as lojas já voltaram a abrir, mas costumam fechar mais cedo pelo receio de saques.
'Pobres contra pobres'
O governador Jaques Wagner se refere ao impasse por terras na região de Buerarema como "traumático", destacando a necessidade do povo indígena, protegido por lei, e o vínculo dos produtores rurais à terra, sem alternativa de subsistência.
"Nós estamos vendo aí uma questão de pobres contra pobres. Porque, na verdade, quando eu demarco a terra, eu reloco os índios e desloco pessoas que são pequenos agricultores, que não têm outra fonte de renda. Então é um trauma e é por isso que esse trauma está marcando a cidade. A nossa primeira preocupação é que a gente aguarde o desfecho legal, jurídico, dessa questão, sem que haja essas invasões e troca de violência", destaca.
O conflito
A localidade conhecida como Serra do Padeiro, entre Buerarema, Una e Ilhéus, é alvo de disputa entre índios e fazendeiros. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), indígenas estão ocupando fazendas na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, que pertence aos índios Tupinambás.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirma que 300 indígenas Tupinambás participam das ações de ocupação das fazendas, que ficam em uma área de 47.376 hectares. Segundo o Cimi, a área foi reconhecida pela Funai e o processo estaria parado no Ministério da Justiça, o que teria motivado a ocupação das terras.
No entanto, Luis Uaquim, presidente da Associação dos Pequenos Produtores, alega que a área ainda não foi demarcada. "São locais de 2, 3 hectares. Não tem nada homologado. Nada que diga que é uma área indígena", afirmou. Ele conta ainda que os índios estariam sendo violentos durante a ocupação das propriedades.
"Eles [os índios] contratam pessoas e elas se vestem de índio, e vão atirando, tocando fogo nas propriedades. Eles [os fazendeiros] estão vivendo um terror. Eles moram lá e não têm pra onde ir. Isso é terror mesmo", apontou Uaquim.
http://m.g1.globo.com/bahia/noticia/2013/09/moradores-de-buerarema-fecham-br-101-em-protesto-contra-conflitos.html
Um grupo formado por cerca de 50 moradores de Buerarema , cidade no sul da Bahia, fechou a BR-101 na manhã desta terça-feira (17) em protesto contra os conflitos entre índios e produtores rurais na região. A disputa de terras na região afeta diretamente a vida da população local.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação começou por volta das 10h e às 11h já havia sido dispersada. Um congestionamento de cerca de três quilômetros se formou no local.
Segundo o prefeito da cidade, Guima Barreto, uma reunião com entidades envolvidas nas negociações do conflito está prevista para o dia 23 deste mês. "O clima está feio e as invasões continuam. Na verdade, não teve demarcação de terras em Buerarema. Estamos diante da possibilidade de uma guerra civil porque os fazendeiros ameaçam fazer 'justiça' com as próprias mãos e isso não pode acontecer. Estaremos em Salvador dia 23 com representantes de todos os envolvidos, além do Governo do Estado e do Ministério da Justiça", afirmou o prefeito.
Serviços interrompidos
Na noite de quarta-feira (11), a quantidade de caminhões parados em frente à Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) em Feira de Santana, a cerca de 100 Km de Salvador, ocorreu por causa do fechamento da unidade em Buerarema, após o saque a uma das lojas da Cesta do Povo durante uma manifestação na cidade.
Por meio de nota, a Ebal informou que todo o estoque da Central de Distribuição local foi removido a fim de garantir a segurança e integridade física dos funcionários, além de preservar o patrimônio da empresa. O prefeito Guima diz que teve que interceder para que o funcionamento da unidade, que abastece 63 lojas da região, fosse mantido.
"Participei de uma reunião e garanti que a segurança seria reforçada para que o funcionamento fosse normalizado. São 63 lojas na região, com mais de 200 funcionários", diz Barreto.
No final do mês de agosto, escolas tiveram o funcionamento suspenso por causa do conflito em Buerarema. O prefeito afirma que a situação nas unidades de ensino já foi normalizada, mas contabiliza duas escolas mais próximas às zonas de conflito que continuam sem aulas.
"As escolas tiveram a segurança reforçada e a Força Nacional permite a frequência nas aulas. Há ainda a escola na Fazenda Dalgoberto e a escola Neide de Oliveira, onde não permitem [índios] o acesso do carro", afirma.
Os postos de saúde do município também tiveram o funcionamento afetado pela disputa de terra na região. As unidades mais próximas da zona rural deixaram de funcionar e a população é convocada a utilizar os serviços no centro da cidade. "Sei de dois postos que estão fechados e chamamos as pessoas a se vacinarem na cidade", completa.
O comércio da cidade também é afetado pelo clima de tensão. Segundo Guima Barreto, as lojas já voltaram a abrir, mas costumam fechar mais cedo pelo receio de saques.
'Pobres contra pobres'
O governador Jaques Wagner se refere ao impasse por terras na região de Buerarema como "traumático", destacando a necessidade do povo indígena, protegido por lei, e o vínculo dos produtores rurais à terra, sem alternativa de subsistência.
"Nós estamos vendo aí uma questão de pobres contra pobres. Porque, na verdade, quando eu demarco a terra, eu reloco os índios e desloco pessoas que são pequenos agricultores, que não têm outra fonte de renda. Então é um trauma e é por isso que esse trauma está marcando a cidade. A nossa primeira preocupação é que a gente aguarde o desfecho legal, jurídico, dessa questão, sem que haja essas invasões e troca de violência", destaca.
O conflito
A localidade conhecida como Serra do Padeiro, entre Buerarema, Una e Ilhéus, é alvo de disputa entre índios e fazendeiros. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), indígenas estão ocupando fazendas na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, que pertence aos índios Tupinambás.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirma que 300 indígenas Tupinambás participam das ações de ocupação das fazendas, que ficam em uma área de 47.376 hectares. Segundo o Cimi, a área foi reconhecida pela Funai e o processo estaria parado no Ministério da Justiça, o que teria motivado a ocupação das terras.
No entanto, Luis Uaquim, presidente da Associação dos Pequenos Produtores, alega que a área ainda não foi demarcada. "São locais de 2, 3 hectares. Não tem nada homologado. Nada que diga que é uma área indígena", afirmou. Ele conta ainda que os índios estariam sendo violentos durante a ocupação das propriedades.
"Eles [os índios] contratam pessoas e elas se vestem de índio, e vão atirando, tocando fogo nas propriedades. Eles [os fazendeiros] estão vivendo um terror. Eles moram lá e não têm pra onde ir. Isso é terror mesmo", apontou Uaquim.
http://m.g1.globo.com/bahia/noticia/2013/09/moradores-de-buerarema-fecham-br-101-em-protesto-contra-conflitos.html
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