From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
News
Funai é a favor, mas índios não decidiram
02/10/2015
Autor: Vanessa Vieira
Fonte: Folha de Boa Vista (Boa Vista - RR) - www.folhabv.com.br
Embora o presidente da Funai afirme que seu posicionamento pessoal seja pela construção da obra, os índios precisam assinar carta de anuência
A oitiva dos índios com órgãos do Governo Federal e Governo do Estado foi realizada ontem para tratar da passagem do Linhão de Tucuruí pela Terra Indígena Waimiri-Atroari. A audiência contou com a participação do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, da governadora Suely Campos (PP), e do prefeito de Rorainópolis, Adilson Soares.
Também participaram representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), da Empresa de Pesquisa Energética, da Eletronorte, Eletrobras, do Ministério Público Federal em Roraima e da concessionária Transnorte Energia S.A. Indígenas de todas as comunidades da terra indígena compareceram à oitiva e foram representados pelo líder Mário Tarywe e pelo coordenador técnico do Programa Waimiri-Atroari, indigenista Porfírio Carvalho.
O presidente da Funai disse que a oitava é resultado da ida dela à terra indígena 45 dias atrás. "Foi um dia de muita conversa, que culminou com essa grande reunião histórica por conta da representatividade e legitimidade que tem. Há 110 dias na presidência da Funai, esta é a segunda vez que venho aqui para discutir um assunto que é debatido há três anos", disse.
Ele afirmou que compreende não ser simples para os indígenas aceitar mais uma obra na terra deles. "O povo Waimiri-Atroari é forte. Saiu dos 300 doentes derrotados pelo processo de construção da BR-174 e se recuperou, organizou", comentou. "Espero que essa reunião renove sentimentos. Sei que não é simples, mas penso que o povo está fortalecido para entender esta obra".
Gonçalves da Costa disse que vai respeitar a decisão tomada pelos indígenas, mas que é favorável à passagem do Linhão de Tucuruí pela terra indígena. "Tenho minha opinião pessoal. Admito passar a linha na estrada, mas ela vai ter que ser discutida com o povo. Eles têm mais de mil razões para as desconfianças. Se é para ter a obra, que façamos com transparência, responsabilidade e zelo", frisou.
A governadora Suely Campos, primeira chefe do Executivo estadual a visitar a TI Waimiri-Atroari, pediu apoio dos indígenas para a construção do Linhão de Tucuruí. "Peço que vocês ajudem Roraima. Somos o único Estado que não está integrado ao Sistema Interligado Nacional e precisamos de energia para promover o desenvolvimento econômico e social. Mais de 50% do nosso PIB vem dos cofres públicos e não podemos continuar assim", defendeu.
Ela explicou também toda a crise energética vivida em Roraima. "A Venezuela fornece apenas 95 megawatts de energia, quantidade insuficiente para atender a demanda local, que chega a 180 megawatts em horário de pico. Por causa disso, a Eletrobras implantou três usinas termelétricas, que são caras e poluentes", friso ao esclarecer que o custo desse parque térmico chega a R$ 720 milhões ao ano.
A expectativa é que outros encontros sejam feitos entre os indígenas e os representantes dos órgãos dos governos federal e estadual. A carta de anuência dos indígenas não é resolutiva, mas necessária para dar início às obras, caso a concessionária Transnorte Energia S.A (TNE), formada pela Eletronorte e Alupar, volte atrás da decisão de pedir rescisão de contrato na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). (V.V)
Suely pede que União crie Fundo de Apoio à Educação Indígena
Em seu discurso direcionado ao presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, a governadora Suely Campos (PP) pediu apoio do Governo Federal e da Funai para a Educação Indígena no Estado.
Ela explicou que o Estado possui 255 escolas indígenas atendendo 14 mil alunos e que em muitas localidades a merenda escolar chega de avião, o que encarece os custos. "Uma hora de voo chega a custar R$ 6 mil, e o governo estadual arca sozinho com essas despesas. Isso não pode mais acontecer", disse.
Assim, Suely pediu que o Governo Federal crie um fundo para financiar a Educação Indígena, semelhante ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. (V.V)
http://www.folhabv.com.br/noticia/Funai-e-a-favor--mas-indios-nao-decidiram/10382
A oitiva dos índios com órgãos do Governo Federal e Governo do Estado foi realizada ontem para tratar da passagem do Linhão de Tucuruí pela Terra Indígena Waimiri-Atroari. A audiência contou com a participação do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, da governadora Suely Campos (PP), e do prefeito de Rorainópolis, Adilson Soares.
Também participaram representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), da Empresa de Pesquisa Energética, da Eletronorte, Eletrobras, do Ministério Público Federal em Roraima e da concessionária Transnorte Energia S.A. Indígenas de todas as comunidades da terra indígena compareceram à oitiva e foram representados pelo líder Mário Tarywe e pelo coordenador técnico do Programa Waimiri-Atroari, indigenista Porfírio Carvalho.
O presidente da Funai disse que a oitava é resultado da ida dela à terra indígena 45 dias atrás. "Foi um dia de muita conversa, que culminou com essa grande reunião histórica por conta da representatividade e legitimidade que tem. Há 110 dias na presidência da Funai, esta é a segunda vez que venho aqui para discutir um assunto que é debatido há três anos", disse.
Ele afirmou que compreende não ser simples para os indígenas aceitar mais uma obra na terra deles. "O povo Waimiri-Atroari é forte. Saiu dos 300 doentes derrotados pelo processo de construção da BR-174 e se recuperou, organizou", comentou. "Espero que essa reunião renove sentimentos. Sei que não é simples, mas penso que o povo está fortalecido para entender esta obra".
Gonçalves da Costa disse que vai respeitar a decisão tomada pelos indígenas, mas que é favorável à passagem do Linhão de Tucuruí pela terra indígena. "Tenho minha opinião pessoal. Admito passar a linha na estrada, mas ela vai ter que ser discutida com o povo. Eles têm mais de mil razões para as desconfianças. Se é para ter a obra, que façamos com transparência, responsabilidade e zelo", frisou.
A governadora Suely Campos, primeira chefe do Executivo estadual a visitar a TI Waimiri-Atroari, pediu apoio dos indígenas para a construção do Linhão de Tucuruí. "Peço que vocês ajudem Roraima. Somos o único Estado que não está integrado ao Sistema Interligado Nacional e precisamos de energia para promover o desenvolvimento econômico e social. Mais de 50% do nosso PIB vem dos cofres públicos e não podemos continuar assim", defendeu.
Ela explicou também toda a crise energética vivida em Roraima. "A Venezuela fornece apenas 95 megawatts de energia, quantidade insuficiente para atender a demanda local, que chega a 180 megawatts em horário de pico. Por causa disso, a Eletrobras implantou três usinas termelétricas, que são caras e poluentes", friso ao esclarecer que o custo desse parque térmico chega a R$ 720 milhões ao ano.
A expectativa é que outros encontros sejam feitos entre os indígenas e os representantes dos órgãos dos governos federal e estadual. A carta de anuência dos indígenas não é resolutiva, mas necessária para dar início às obras, caso a concessionária Transnorte Energia S.A (TNE), formada pela Eletronorte e Alupar, volte atrás da decisão de pedir rescisão de contrato na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). (V.V)
Suely pede que União crie Fundo de Apoio à Educação Indígena
Em seu discurso direcionado ao presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, a governadora Suely Campos (PP) pediu apoio do Governo Federal e da Funai para a Educação Indígena no Estado.
Ela explicou que o Estado possui 255 escolas indígenas atendendo 14 mil alunos e que em muitas localidades a merenda escolar chega de avião, o que encarece os custos. "Uma hora de voo chega a custar R$ 6 mil, e o governo estadual arca sozinho com essas despesas. Isso não pode mais acontecer", disse.
Assim, Suely pediu que o Governo Federal crie um fundo para financiar a Educação Indígena, semelhante ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. (V.V)
http://www.folhabv.com.br/noticia/Funai-e-a-favor--mas-indios-nao-decidiram/10382
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source