From Indigenous Peoples in Brazil
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Índios mantêm reféns funcionários de Belo Monte

15/03/2016

Fonte: O Globo, Economia, p.20



Índios mantêm reféns funcionários de Belo Monte
São três empregados da Norte Energia e um piloto. Aldeia se queixa de falta d'água

Há cinco dias, estão sequestrados na aldeia Curuatxé, na Terra Indígena Curuaia, no Pará, quatro pessoas envolvidas na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Na quinta- feira, três funcionários da Norte Energia, empresa responsável pelo empreendimento, e um piloto de embarcação de uma prestadora de serviço foram retidos pelos índios durante o trabalho.
Segundo a Norte Energia, eles foram até a aldeia para monitorar as ações do componente indígena do Projeto Básico Ambiental, um elemento da emissão da licença de operação da hidrelétrica. Pessoas a par da situação relatam que os Curuatxé teriam se rebelado por dois motivos. O primeiro foi que um poço artesiano instalado recentemente na aldeia teria ruído dias depois de entrar em operação, deixando a comunidade sem água. O segundo diz respeito às reclamações sobre as moradias oferecidas para os grupos indígenas.

POLÊMICAS DESDE O INÍCIO
Em nota, a Norte Energia informou ontem que comunicou o fato à Fundação Nacional do Índio ( Funai) e à Polícia Federal. Segundo relatos, os índios recusaram as primeiras negociações propostas pelas autoridades federais. A Funai informou que não concorda com a retenção de qualquer pessoa e que só retomará um diálogo sobre os pleitos da comunidade depois que os quatro forem liberados.
A aldeia Curuatxé tem cerca de 50 habitantes e fica a mais de 400 quilômetros das obras da usina, no Rio Curuá. A empresa diz na nota que "aguarda providências para a rápida liberação dos funcionários e prestadores de serviços sequestrados".
Desde a sua concepção, a usina hidrelétrica de Belo Monte é alvo de polêmicas por suas interferências no meio ambiente e, particularmente, nas comunidades indígenas na região. Na última semana, o Ministério Público Federal ( MPF) no Pará voltou a pedir à Justiça a paralisação da obra de barragem do Rio Xingu por falta de cumprimento da implantação do saneamento básico na cidade de Altamira, conforme previsto nas licenças ambientais emitidas. O MPF disse que se esperava que hoje a cidade já tivesse 100% de atendimento de água e esgoto, o que ainda não ocorreu.
A emissão da licença de operação da usina pelo Ibama no ano passado, que, na prática, permite a formação do lago e o início da geração de energia, prorrogou o atendimento dessa previsão de novembro de 2015 para setembro de 2016. Os procuradores, porém, são céticos quanto ao cumprimento do novo prazo.
"Para concluir as obras do saneamento, a Norte Energia deverá implementar o fornecimento de água encanada e rede de esgotamento sanitário em mais de 24.250 domicílios altamirenses, até setembro de 2016, fazendo no curto prazo de seis meses o que não fez, em um domicílio, no prazo de seis anos", escreveram os procuradores. A Justiça Federal em Altamira, porém, ainda não tomou uma decisão sobre o pedido.

O Globo, 15/03/2016, Economia, p.20

http://oglobo.globo.com/economia/indigenas-sequestram-funcionarios-de-construtora-da-belo-monte-18870462
 

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