From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Chocolate Yanomami versus garimpo
03/01/2020
Autor: PAIVA, Marcelo Rubens
Fonte: OESP - https://cultura.estadao.com.br/blogs/marcelo-rubens-paiva
Chocolate Yanomami versus garimpo
Marcelo Rubens Paiva
23 de dezembro de 2019 | 11h21
Quando os conquistadores espanhóis descobriram a bebida xocoati na invasão ao Reino Asteca (hoje México), não imaginavam o sucesso que resultaria. Nem que o cacaueiro se espalhava até a nossa Amazônia.
Colombo viu suas amêndoas com os primeiros indígenas. Hérnan Cortez levou alguns exemplares para a corte na Europa anos depois. Logo, a bebida estimulante se tornou exclusiva dos aristocratas espanhóis, italianos e franceses, que a adoçaram.
Cacau que, surpresa, os Yanomami conhecem muito bem, e utilizam as amêndoas também como estimulante.
Agora, encontraram outra função: lutar contra a invasão de milhares de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, produzida e incentivada pelo ideal militar e Governo Bolsonaro, que criticam a reserva.
Indígenas passaram a produzir o Chocolate Yanomami, que foi apresentado semana passada e é feito de cacau nativo beneficiado na comunidade Waikás, com uma fórmula única (do chocolatier César de Mendes): 69% de cacau, 2% de manteiga de cacau e 29% de rapadura orgânica.
"As entidades da floresta desceram aqui na fábrica e trouxeram um perfume que não tínhamos experimentado antes. É fora da curva. Ele é um chocolate com presença na boca. Tem persistência prolongada e agradável, com doce equilibrado", disse o especialista.
Produzir chocolate partiu de lideranças Ye'kwana, para gerar renda adicional para as comunidades e ajudar na luta contra o assédio do garimpo.
O chocolate começou a ser produzido em 2018 numa oficina na comunidade Waikás.
Foi produzida a primeira barra de chocolate da história da Terra Indígena Yanomami.
A liderança pretende plantar mais sete mil pés de cacau até 2021.
Segundo o Instituto Socioambiental, "a Terra Indígena Yanomami (TIY) é a maior do Brasil com 9,6 milhões de hectares e nela vivem os povos Yanomami e Ye'kwana, com populações de 25 mil pessoas e 700 pessoas, respectivamente, distribuídas em 321 aldeias. Considerado como 'povo de recente contato', os Yanomami são o maior povo indígena do planeta que mantém seu modo de vida tradicional. Constituem um conjunto cultural e linguístico composto de, pelo menos, cinco subgrupos que falam línguas diferentes de uma mesma família: Yanomam, Yanomami, Sanöma, Ninam e Yanoamë."
O chocolate está a venda no Mercadão de Pinheiros, em São Paulo.
https://cultura.estadao.com.br/blogs/marcelo-rubens-paiva/o-chocolate-yanomami/
Marcelo Rubens Paiva
23 de dezembro de 2019 | 11h21
Quando os conquistadores espanhóis descobriram a bebida xocoati na invasão ao Reino Asteca (hoje México), não imaginavam o sucesso que resultaria. Nem que o cacaueiro se espalhava até a nossa Amazônia.
Colombo viu suas amêndoas com os primeiros indígenas. Hérnan Cortez levou alguns exemplares para a corte na Europa anos depois. Logo, a bebida estimulante se tornou exclusiva dos aristocratas espanhóis, italianos e franceses, que a adoçaram.
Cacau que, surpresa, os Yanomami conhecem muito bem, e utilizam as amêndoas também como estimulante.
Agora, encontraram outra função: lutar contra a invasão de milhares de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, produzida e incentivada pelo ideal militar e Governo Bolsonaro, que criticam a reserva.
Indígenas passaram a produzir o Chocolate Yanomami, que foi apresentado semana passada e é feito de cacau nativo beneficiado na comunidade Waikás, com uma fórmula única (do chocolatier César de Mendes): 69% de cacau, 2% de manteiga de cacau e 29% de rapadura orgânica.
"As entidades da floresta desceram aqui na fábrica e trouxeram um perfume que não tínhamos experimentado antes. É fora da curva. Ele é um chocolate com presença na boca. Tem persistência prolongada e agradável, com doce equilibrado", disse o especialista.
Produzir chocolate partiu de lideranças Ye'kwana, para gerar renda adicional para as comunidades e ajudar na luta contra o assédio do garimpo.
O chocolate começou a ser produzido em 2018 numa oficina na comunidade Waikás.
Foi produzida a primeira barra de chocolate da história da Terra Indígena Yanomami.
A liderança pretende plantar mais sete mil pés de cacau até 2021.
Segundo o Instituto Socioambiental, "a Terra Indígena Yanomami (TIY) é a maior do Brasil com 9,6 milhões de hectares e nela vivem os povos Yanomami e Ye'kwana, com populações de 25 mil pessoas e 700 pessoas, respectivamente, distribuídas em 321 aldeias. Considerado como 'povo de recente contato', os Yanomami são o maior povo indígena do planeta que mantém seu modo de vida tradicional. Constituem um conjunto cultural e linguístico composto de, pelo menos, cinco subgrupos que falam línguas diferentes de uma mesma família: Yanomam, Yanomami, Sanöma, Ninam e Yanoamë."
O chocolate está a venda no Mercadão de Pinheiros, em São Paulo.
https://cultura.estadao.com.br/blogs/marcelo-rubens-paiva/o-chocolate-yanomami/
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