From Indigenous Peoples in Brazil
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Notícias
Indígena estuda agronomia para aumentar produção em renda nas aldeias: 'intercâmbio entre ciência e povos indígenas'
24/04/2022
Autor: Jheniffer Núbia
Fonte: G1 RO - g1.globo.com/ro
Bigail Tupari, estudante em Ariquemes (RO), diz que é preciso investir mais em estrutura e conhecimento técnico para garantir o auto sustento.
Por Jheniffer Núbia, g1 RO
24/04/2022 12h21
Foi na educação que Bigail Tupari viu um caminho para aumentar a renda na aldeia. Ela é estudante de agronomia e acredita na importância da tecnologia como aliada na agricultura. Na semana em que se comemora o Dia da Diversidade Indígena ela conversou com o g1 sobre a importância de mulheres na ciência e a necessidade de zelar pelo meio ambiente.
A estudante está no segundo curso superior. Já formada em administração, Bigail atualmente cursa agronomia e pretende trabalhar na produção agrícola na terra indígena.
Foi dentro da sala de aula, que a Bigail diz ter percebido a falta dos estudantes indígenas matriculados em cursos do ensino superior.
"Percebi em 2019, quando cheguei, que as vagas não são ocupadas por indígenas", diz.
O caminho trilhado até chegar nas cadeiras da universidade não foi fácil. Ela conta que o primeiro passo consistiu em deixar a aldeia e seguir para cidade quando ainda era adolescente.
"Tínhamos poucos recursos. Por eu ser mulher, tive essa resistência. Tinha 14 anos quando saí da aldeia. Fiz administração e em seguida ingressei no curso de agronomia. Vejo uma oportunidade de voltar e ajudar meu povo", diz.
'Intercâmbio entre ciência e povos indígenas'
Segundo ela, o uso de práticas simples e de fácil adoção, como o espaçamento adequado entre plantas, aliado ao conhecimento tradicional indígena, pode potencializar o desempenho produtivo das culturas agrícolas e das espécies frutíferas.
"Eu acredito que eu sou um intercâmbio entre a ciência e os povos indígenas. Pretendo atuar nas minhas áreas de formação e ajudar os indígenas que querem produzir. Os indígenas também precisam da agricultura como forma de auto sustento, como meio de fonte de renda", comenta.
A estudante diz ainda que hoje muitas comunidades se dedicam à agricultura familiar com atividades de lavoura e pecuária.
Desenvolvimento
Bigail Tupari é uma das organizadoras do evento "Todo dia era Dia de Índio", que aconteceu no último dia 19 de abril na Câmara de Vereadores de Ariquemes.
O objetivo do evento, que foi realizado por indígenas das etnias Tupari e Suruí, é fazer o resgate da cultura indígena e discutir temas sobre o acesso a ferramentas transformadoras, como a educação, por exemplo.
Auxílio
A advogada Cássia Lourenço, que atua em defesa das causas indígenas, afirma que os povos já têm por vocação a agricultura, alguns ainda fazem isso somente para o próprio sustento outros querem expandir. Para isso, buscam capacitação.
"Nós estamos fazendo com que eles aumentem a produção, consigam vender, alimentar outras pessoas através do seu trabalho e, com isso, fazer com que eles aumentem a renda", destacou.
Lourenço também destaca a necessidade do desenvolvimento da educação a esses povos sem perder a cultura.
"Ninguém melhor do que a comunidade indígena para preservar a floresta, a natureza, fazer essa ação com amor e com sustentabilidade", afirmou.
https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2022/04/24/indigena-estuda-agronomia-para-aumentar-producao-de-renda-nas-aldeias-intercambio-entre-ciencia-e-povos-indigenas.ghtml
Por Jheniffer Núbia, g1 RO
24/04/2022 12h21
Foi na educação que Bigail Tupari viu um caminho para aumentar a renda na aldeia. Ela é estudante de agronomia e acredita na importância da tecnologia como aliada na agricultura. Na semana em que se comemora o Dia da Diversidade Indígena ela conversou com o g1 sobre a importância de mulheres na ciência e a necessidade de zelar pelo meio ambiente.
A estudante está no segundo curso superior. Já formada em administração, Bigail atualmente cursa agronomia e pretende trabalhar na produção agrícola na terra indígena.
Foi dentro da sala de aula, que a Bigail diz ter percebido a falta dos estudantes indígenas matriculados em cursos do ensino superior.
"Percebi em 2019, quando cheguei, que as vagas não são ocupadas por indígenas", diz.
O caminho trilhado até chegar nas cadeiras da universidade não foi fácil. Ela conta que o primeiro passo consistiu em deixar a aldeia e seguir para cidade quando ainda era adolescente.
"Tínhamos poucos recursos. Por eu ser mulher, tive essa resistência. Tinha 14 anos quando saí da aldeia. Fiz administração e em seguida ingressei no curso de agronomia. Vejo uma oportunidade de voltar e ajudar meu povo", diz.
'Intercâmbio entre ciência e povos indígenas'
Segundo ela, o uso de práticas simples e de fácil adoção, como o espaçamento adequado entre plantas, aliado ao conhecimento tradicional indígena, pode potencializar o desempenho produtivo das culturas agrícolas e das espécies frutíferas.
"Eu acredito que eu sou um intercâmbio entre a ciência e os povos indígenas. Pretendo atuar nas minhas áreas de formação e ajudar os indígenas que querem produzir. Os indígenas também precisam da agricultura como forma de auto sustento, como meio de fonte de renda", comenta.
A estudante diz ainda que hoje muitas comunidades se dedicam à agricultura familiar com atividades de lavoura e pecuária.
Desenvolvimento
Bigail Tupari é uma das organizadoras do evento "Todo dia era Dia de Índio", que aconteceu no último dia 19 de abril na Câmara de Vereadores de Ariquemes.
O objetivo do evento, que foi realizado por indígenas das etnias Tupari e Suruí, é fazer o resgate da cultura indígena e discutir temas sobre o acesso a ferramentas transformadoras, como a educação, por exemplo.
Auxílio
A advogada Cássia Lourenço, que atua em defesa das causas indígenas, afirma que os povos já têm por vocação a agricultura, alguns ainda fazem isso somente para o próprio sustento outros querem expandir. Para isso, buscam capacitação.
"Nós estamos fazendo com que eles aumentem a produção, consigam vender, alimentar outras pessoas através do seu trabalho e, com isso, fazer com que eles aumentem a renda", destacou.
Lourenço também destaca a necessidade do desenvolvimento da educação a esses povos sem perder a cultura.
"Ninguém melhor do que a comunidade indígena para preservar a floresta, a natureza, fazer essa ação com amor e com sustentabilidade", afirmou.
https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2022/04/24/indigena-estuda-agronomia-para-aumentar-producao-de-renda-nas-aldeias-intercambio-entre-ciencia-e-povos-indigenas.ghtml
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