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Lula admite contradição sobre petróleo na Amazônia, mas diz que país não vai abrir mão dessa riqueza
18/06/2024
Fonte: Valor Econômico - https://valor.globo.com/
Lula admite contradição sobre petróleo na Amazônia, mas diz que país não vai abrir mão dessa riqueza
"Enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo", disse o presidente em entrevista à rádio CBN
Por Murillo Camarotto e Fabio Murakawa
18/06/2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na terça-feira (18) que não vê contradição entre o discurso ambiental do governo e o desejo de explorar petróleo e gás na chamada Margem Equatorial, que fica na região amazônica. Logo em seguida, contudo, ele admitiu que o projeto pode, sim, soar contraditório com a aposta do Brasil na transição energética.
Em entrevista à CBN, Lula disse que o Brasil não vai jogar fora a oportunidade de explorar suas riquezas naturais e que, se necessário, irá atuar pessoalmente para que o Ibama - que analisa o pedido de licenciamento para um poço exploratório - dê um parecer definitivo para o projeto.
"O Ibama tem uma posição, o governo pode ter outra. E, em algum momento, eu vou chamar o Ibama, a Petrobras e o (Ministério do) Meio Ambiente na minha sala pra tomar decisão", afirmou o presidente. "Este país tem governo e o governo se reúne e decide", completou Lula, antes de mencionar o potencial de "riqueza muito grande para o Brasil".
O presidente destacou, na entrevista, que países vizinhos, como Guiana e Suriname, exploram petróleo na região. E ponderou que a margem equatorial fica a 575 km da costa, indicando que, na avaliação dele, a região não é tão próxima da Amazônia.
"É contraditório? É, porque estamos apostando muito na transição energética. Mas enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo", argumentou o presidente.
Lula destacou ainda a posição de destaque da matriz energética brasileira, muito mais sustentável que a média global.
"O Brasil tem 15% de mistura de biodiesel no óleo diesel. Tem 30% de álcool misturado na gasolina. Nós já somos o diesel mais limpo e uma gasolina mais limpa. Estamos apostando na transição energética porque, entre eólica, solar, biomassa e hidrelétrica e hidrogênio verde, o Brasil é imbatível", defendeu o presidente.
O projeto de exploração da Margem Equatorial tem na ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a sua principal opositora. Do outro lado estão o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e, principalmente, o Palácio do Planalto. A expectativa é de que as reservas de óleo na região tenham potencial para ser uma espécie de "novo pré-sal".
Marina e organizações ambientais alertam para os riscos que um eventual vazamento de óleo pode representar para a biodiversidade amazônica. Além disso, há a questão simbólica de o Brasil, sede da COP-30 e um dos países protagonistas no discurso contra as mudanças climáticas, patrocinar a exploração de combustíveis fósseis na Amazônia.
O projeto está em análise pelo Ibama e sem prazo para um desfecho, daí a advertência velada de Lula. Em maio do ano passado, o órgão ambiental rejeitou a licença para a perfuração de um bloco exploratório, que visa medir o potencial do poço. A Petrobras acrescentou informações solicitadas e aguarda o parecer.
"Enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo", disse o presidente em entrevista à rádio CBN
Por Murillo Camarotto e Fabio Murakawa
18/06/2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na terça-feira (18) que não vê contradição entre o discurso ambiental do governo e o desejo de explorar petróleo e gás na chamada Margem Equatorial, que fica na região amazônica. Logo em seguida, contudo, ele admitiu que o projeto pode, sim, soar contraditório com a aposta do Brasil na transição energética.
Em entrevista à CBN, Lula disse que o Brasil não vai jogar fora a oportunidade de explorar suas riquezas naturais e que, se necessário, irá atuar pessoalmente para que o Ibama - que analisa o pedido de licenciamento para um poço exploratório - dê um parecer definitivo para o projeto.
"O Ibama tem uma posição, o governo pode ter outra. E, em algum momento, eu vou chamar o Ibama, a Petrobras e o (Ministério do) Meio Ambiente na minha sala pra tomar decisão", afirmou o presidente. "Este país tem governo e o governo se reúne e decide", completou Lula, antes de mencionar o potencial de "riqueza muito grande para o Brasil".
O presidente destacou, na entrevista, que países vizinhos, como Guiana e Suriname, exploram petróleo na região. E ponderou que a margem equatorial fica a 575 km da costa, indicando que, na avaliação dele, a região não é tão próxima da Amazônia.
"É contraditório? É, porque estamos apostando muito na transição energética. Mas enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo", argumentou o presidente.
Lula destacou ainda a posição de destaque da matriz energética brasileira, muito mais sustentável que a média global.
"O Brasil tem 15% de mistura de biodiesel no óleo diesel. Tem 30% de álcool misturado na gasolina. Nós já somos o diesel mais limpo e uma gasolina mais limpa. Estamos apostando na transição energética porque, entre eólica, solar, biomassa e hidrelétrica e hidrogênio verde, o Brasil é imbatível", defendeu o presidente.
O projeto de exploração da Margem Equatorial tem na ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a sua principal opositora. Do outro lado estão o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e, principalmente, o Palácio do Planalto. A expectativa é de que as reservas de óleo na região tenham potencial para ser uma espécie de "novo pré-sal".
Marina e organizações ambientais alertam para os riscos que um eventual vazamento de óleo pode representar para a biodiversidade amazônica. Além disso, há a questão simbólica de o Brasil, sede da COP-30 e um dos países protagonistas no discurso contra as mudanças climáticas, patrocinar a exploração de combustíveis fósseis na Amazônia.
O projeto está em análise pelo Ibama e sem prazo para um desfecho, daí a advertência velada de Lula. Em maio do ano passado, o órgão ambiental rejeitou a licença para a perfuração de um bloco exploratório, que visa medir o potencial do poço. A Petrobras acrescentou informações solicitadas e aguarda o parecer.
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