From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
News
Invasão massiva pelo garimpo ilegal e facções criminosas afetam intensivamente as terras indígenas em Roraima, alertam organizações
26/08/2024
Fonte: Cimi - cimi.org.br
A carta de repudio divulgada após a realização da Caravana de Direitos Humanos é assinada por pelo menos 38 organizações sociais
O Comitê Xapiri, movimentos sociais e populares, redes e organizações da sociedade civil, denunciaram as graves violações ocorridas contra os povos do campo, da cidade, migrantes, mulheres, crianças, adolescentes, juventudes, povo negro, do terreiro e indígenas de Roraima. A carta de repudio foi divulgada após a realização da Caravana de Direitos Humanos, como parte da Semana Social Brasileira, que ocorreu nos dias 16 e 17 de agosto de 2024 em Boa Vista (RR).
Liderada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), as Caravanas dos Direitos Humano têm por objetivo ajudar atores locais a enfrentar e superar violações como tortura, precarização das prisões, elevados índices de morte violenta e até casos de prisões ilegais.
"Com a grave situação de violação de direitos humanos em Roraima, os mais afetados e impactados com a invasão massiva pelo garimpo ilegal são os povos indígenas", foi destaque na carta. Isso porquê a atividade garimpeira em terras indígenas afetou fortemente os povos Yanomami e Ye'kwana, os quais de forma sistemática tiveram seus territórios e comunidades invadidos por mais de 20 mil garimpeiros principalmente durante os quatro anos do governo Bolsonaro.
De forma lenta, o atual governo tem dado passos no combate à violência crescente que impacta as comunidades indígenas no estado.
Na avaliação das organizações que assinam a carta, em número de 38 no total, a prática do garimpo ilegal favoreceu a criação e o fortalecimento de organizações criminosas a exemplo de facções. Segundo investigações do Ministério Público Federal (MPF), existem diversos crimes associados ao garimpo (tortura, extorsão, execução, agentes do Estado agindo como segurança de garimpo e garimpeiros etc", lista o documento.
No Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil - dados de 2023, produzido pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Roraima lidera o índice de assassinatos de indígenas com 47 registros. Sem contar que "só no ano passado foram registrados 573 casos de estupros, que se tornaram uma violência invisível. Em 2023, o número de feminicídio dobrou, o que ceifa a vida de muitas mulheres de várias faixas etárias", lista a carta.
A violência no campo se agravou ainda mais nos últimos anos com ocorrência de conflitos gerados a partir da grilagem de terras. Segundo dados do Caderno de Conflitos da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2023, "Roraima destaca-se no aumento da concentração de renda da elite. É o maior número de conflitos registrados no estado nos últimos 10 anos, com 60 casos".
Além de abordar os dados alarmantes, as organizações repudiam a complacência da "classe política do estado de Roraima que tem assistido, de forma pacífica, essas diversas formas de violência". Ao mesmo tempo, fazem um chamado a toda sociedade: "para lutarmos a favor de nossos povos, da nossa biodiversidade e das nossas liberdades de ser e de existir".
Baixe e confira a nota na íntegra, aqui.
https://cimi.org.br/2024/08/garimpo-ilegal-faccoes-criminosas-afetam-tis-rr/
O Comitê Xapiri, movimentos sociais e populares, redes e organizações da sociedade civil, denunciaram as graves violações ocorridas contra os povos do campo, da cidade, migrantes, mulheres, crianças, adolescentes, juventudes, povo negro, do terreiro e indígenas de Roraima. A carta de repudio foi divulgada após a realização da Caravana de Direitos Humanos, como parte da Semana Social Brasileira, que ocorreu nos dias 16 e 17 de agosto de 2024 em Boa Vista (RR).
Liderada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), as Caravanas dos Direitos Humano têm por objetivo ajudar atores locais a enfrentar e superar violações como tortura, precarização das prisões, elevados índices de morte violenta e até casos de prisões ilegais.
"Com a grave situação de violação de direitos humanos em Roraima, os mais afetados e impactados com a invasão massiva pelo garimpo ilegal são os povos indígenas", foi destaque na carta. Isso porquê a atividade garimpeira em terras indígenas afetou fortemente os povos Yanomami e Ye'kwana, os quais de forma sistemática tiveram seus territórios e comunidades invadidos por mais de 20 mil garimpeiros principalmente durante os quatro anos do governo Bolsonaro.
De forma lenta, o atual governo tem dado passos no combate à violência crescente que impacta as comunidades indígenas no estado.
Na avaliação das organizações que assinam a carta, em número de 38 no total, a prática do garimpo ilegal favoreceu a criação e o fortalecimento de organizações criminosas a exemplo de facções. Segundo investigações do Ministério Público Federal (MPF), existem diversos crimes associados ao garimpo (tortura, extorsão, execução, agentes do Estado agindo como segurança de garimpo e garimpeiros etc", lista o documento.
No Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil - dados de 2023, produzido pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Roraima lidera o índice de assassinatos de indígenas com 47 registros. Sem contar que "só no ano passado foram registrados 573 casos de estupros, que se tornaram uma violência invisível. Em 2023, o número de feminicídio dobrou, o que ceifa a vida de muitas mulheres de várias faixas etárias", lista a carta.
A violência no campo se agravou ainda mais nos últimos anos com ocorrência de conflitos gerados a partir da grilagem de terras. Segundo dados do Caderno de Conflitos da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2023, "Roraima destaca-se no aumento da concentração de renda da elite. É o maior número de conflitos registrados no estado nos últimos 10 anos, com 60 casos".
Além de abordar os dados alarmantes, as organizações repudiam a complacência da "classe política do estado de Roraima que tem assistido, de forma pacífica, essas diversas formas de violência". Ao mesmo tempo, fazem um chamado a toda sociedade: "para lutarmos a favor de nossos povos, da nossa biodiversidade e das nossas liberdades de ser e de existir".
Baixe e confira a nota na íntegra, aqui.
https://cimi.org.br/2024/08/garimpo-ilegal-faccoes-criminosas-afetam-tis-rr/
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source