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"Nhe´ e Se": a arte indígena contemporânea ganha voz em exposição em SP
11/03/2025
Fonte: Revista Vogue - vogue.globo.com
"Nhe´ e Se": a arte indígena contemporânea ganha voz em exposição em SP
Redação Vogue
4-5 minutos
A Caixa Cultural São Paulo recebe até 11 de maio a exposição Nhe´ e Se, um poderoso mergulho nas vozes e visões dos povos indígenas contemporâneos. A mostra, que já passou por Brasília e Salvador, antes de chegar à capital paulista, conta com curadoria de Sandra Benites, da etnia Guarani Nhandeva, e Vera Nunes, e reúne o trabalho de treze artistas indígenas de diferentes regiões do Brasil, como os Guaranis, Pankararus, Mura, Tukanos e outros povos.
As obras refletem uma jornada de memória, resistência e renovação, dando espaço tanto para nomes consagrados quanto para novas gerações. Entre os participantes estão nomes como Aislan Pankararu, André Hulk, Daiara Tukano, Glicéria Tupinambá, Edgar Kanaykõ Xakriabá e muitos outros.
Em São Paulo, onde rios como o Tietê e o Pinheiros foram soterrados pelo crescimento urbano, Nhe'e Se convida o público a refletir sobre o vínculo profundo que os povos indígenas têm com a água. Para os indígenas, os rios são símbolos espirituais e fontes de vida. Ao longo da exposição, as curadoras Sandra e Vera exploram a dicotomia entre a relação espiritual com a água dos povos indígenas e o esquecimento imposto ao longo dos séculos, que silenciou tanto suas culturas quanto seus corpos.
Um dos destaques da exposição é o lançamento do Assojaba Tupinambá, um manto sagrado desenvolvido pela artista Glicéria Tupinambá. Feito com penas de aves nativas, o manto simboliza a união entre espiritualidade, meio ambiente e o resgate de saberes ancestrais. A artista tem se dedicado a reviver essa vestimenta, que, durante o período colonial, foi saqueada e levada para coleções europeias. O manto também carrega o peso da invisibilidade das mulheres indígenas e a tentativa de apagamento de suas culturas.
A exposição Nhe'e Se celebra a diversidade indígena com obras que transitam entre diferentes linguagens artísticas. É possível ver grafites urbanos de Daiara Tukano, Auá Mendes e André Hulk, além das fotografias de Edgar Kanaykõ Xakriabá, que capturam a vida cotidiana de sua aldeia. As cerâmicas de Déba Tacana e as vestimentas criadas por Day Molina, que mesclam palhas, penas e outros elementos indígenas, também ganham destaque.
Com artistas como Yacunã Tuxá, Tamikuã Txihi e Paulo Desana, a exposição revela a riqueza das diferentes culturas indígenas e suas maneiras de se expressar no mundo contemporâneo. A arte indígena ganha protagonismo, trazendo à tona não só a beleza estética, mas também questões de identidade, resistência e o desejo de ser ouvido.
Redação Vogue
4-5 minutos
A Caixa Cultural São Paulo recebe até 11 de maio a exposição Nhe´ e Se, um poderoso mergulho nas vozes e visões dos povos indígenas contemporâneos. A mostra, que já passou por Brasília e Salvador, antes de chegar à capital paulista, conta com curadoria de Sandra Benites, da etnia Guarani Nhandeva, e Vera Nunes, e reúne o trabalho de treze artistas indígenas de diferentes regiões do Brasil, como os Guaranis, Pankararus, Mura, Tukanos e outros povos.
As obras refletem uma jornada de memória, resistência e renovação, dando espaço tanto para nomes consagrados quanto para novas gerações. Entre os participantes estão nomes como Aislan Pankararu, André Hulk, Daiara Tukano, Glicéria Tupinambá, Edgar Kanaykõ Xakriabá e muitos outros.
Em São Paulo, onde rios como o Tietê e o Pinheiros foram soterrados pelo crescimento urbano, Nhe'e Se convida o público a refletir sobre o vínculo profundo que os povos indígenas têm com a água. Para os indígenas, os rios são símbolos espirituais e fontes de vida. Ao longo da exposição, as curadoras Sandra e Vera exploram a dicotomia entre a relação espiritual com a água dos povos indígenas e o esquecimento imposto ao longo dos séculos, que silenciou tanto suas culturas quanto seus corpos.
Um dos destaques da exposição é o lançamento do Assojaba Tupinambá, um manto sagrado desenvolvido pela artista Glicéria Tupinambá. Feito com penas de aves nativas, o manto simboliza a união entre espiritualidade, meio ambiente e o resgate de saberes ancestrais. A artista tem se dedicado a reviver essa vestimenta, que, durante o período colonial, foi saqueada e levada para coleções europeias. O manto também carrega o peso da invisibilidade das mulheres indígenas e a tentativa de apagamento de suas culturas.
A exposição Nhe'e Se celebra a diversidade indígena com obras que transitam entre diferentes linguagens artísticas. É possível ver grafites urbanos de Daiara Tukano, Auá Mendes e André Hulk, além das fotografias de Edgar Kanaykõ Xakriabá, que capturam a vida cotidiana de sua aldeia. As cerâmicas de Déba Tacana e as vestimentas criadas por Day Molina, que mesclam palhas, penas e outros elementos indígenas, também ganham destaque.
Com artistas como Yacunã Tuxá, Tamikuã Txihi e Paulo Desana, a exposição revela a riqueza das diferentes culturas indígenas e suas maneiras de se expressar no mundo contemporâneo. A arte indígena ganha protagonismo, trazendo à tona não só a beleza estética, mas também questões de identidade, resistência e o desejo de ser ouvido.
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