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Desmatamento cai 18% em junho de 2025, mas tendência no calendário anual segue em alta

30/07/2025

Fonte: Imazon - https://imazon.org.br/



Desmatamento cai 18% em junho de 2025, mas tendência no calendário anual segue em alta - Imazon

Amazonas, Mato Grosso e Pará são responsáveis por 79% do total destruído

Em junho de 2025, a Amazônia perdeu 326 km² de floresta, uma queda de 18% em relação ao mesmo mês do ano passado. Apesar da redução registrada no período, a devastação acumulada no chamado "calendário do desmatamento", que vai de agosto de 2024 a julho de 2025, apresentou alta de 11% em comparação ao ciclo anterior.

A pesquisadora do Imazon Larissa Amorim afirma que, apesar do declínio observado, a derrubada em junho ainda equivale a mais de mil campos de futebol perdidos por dia. "Essa baixa pode refletir os resultados das ações de prevenção e fiscalização, mas os números elevados indicam que a vegetação nativa segue sendo destruída em ritmo preocupante e reforçam a necessidade de intensificar essas medidas", explica.

Ao analisar apenas o calendário, os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon também apontam uma tendência de crescimento da devastação das florestas. Apesar desse avanço, os anos mais críticos da série histórica seguem sendo de 2021 a 2023, quando o monitoramento detectou as maiores perdas.

Amazonas, Mato Grosso e Pará lideram desmatamento

Os estados que apresentaram as maiores áreas desmatadas em junho de 2025 foram Amazonas (28%), Mato Grosso (26%) e Pará (25%), respondendo juntos por 79% do identificado na Amazônia.

No ranking dos municípios, quatro estão no Mato Grosso, três no Amazonas e três no Pará. Algumas dessas cidades são presenças recorrentes, com destaque para Apuí (AM) e Colniza (MT), que estão entre as 10 que mais derrubam a floresta na Amazônia desde fevereiro de 2025. Apuí, inclusive, ocupa o primeiro lugar pela terceira vez nesse intervalo.

O Amazonas concentra outros dois importantes recordes de impacto ambiental: cinco dos 10 assentamentos com maior queda de cobertura florestal e cinco das 10 terras indígenas mais afetadas estão no estado.

Já o Pará possui seis das 10 unidades de conservação que mais sofreram com a derrubada da vegetação, evidenciando a pressão sobre essas regiões. Chama atenção, nesse contexto, a recorrência da APA do Lago de Tucuruí, presente no ranking desde fevereiro de 2025, completando cinco meses consecutivos entre as mais desmatadas.

"É preocupante a recorrência de algumas áreas protegidas no ranking, já que são destinadas ao uso sustentável. Isso significa a ocorrência de crimes ambientais dentro desses territórios. Por isso, eles devem ser o foco das ações de monitoramento e fiscalização, garantindo a proteção dos ecossistemas e das comunidades", afirma a pesquisadora do Imazon Manoela Athaíde.

Pará é o estado com maiores números de degradação

A Amazônia teve 34.924 km² de florestas degradadas entre agosto de 2024 e junho de 2025, uma área superior ao território de Porto Velho (RO), a maior capital do Brasil. O valor é quatro vezes maior quando comparado com o calendário anterior e foi impulsionado principalmente pelas extensas queimadas ocorridas em setembro e outubro de 2024.

Ao contrário do desmatamento, a degradação, que resulta principalmente de queimadas e da exploração madeireira, cresceu tanto no acumulado do calendário quanto de forma isolada em junho, chegando a 207 km² afetados no mês. O valor representa um aumento de 86% em relação a junho de 2024.

"Essa época do ano, historicamente, não corresponde à fase mais crítica de queimadas na Amazônia. Então, a elevação que observamos representa um sinal de alerta. Isso indica uma tendência preocupante de intensificação desse tipo de evento, o que reforça a necessidade de atenção e respostas mais rápidas e eficazes", observa Larissa.

O Pará se destacou negativamente nesse cenário, com 57% da degradação detectada na Amazônia em junho. No estado, também estão seis dos 10 municípios que tiveram maior cobertura vegetal degradada, que soma 88 km².

Além disso, é em solo paraense que estão quatro das 10 unidades de conservação mais impactadas e a terra indígena com maior área degradada: a Kayapó, que teve o equivalente a 1.300 campos de futebol afetados.

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