From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
News
Primeiro hospital de saúde indígena do Brasil começa a funcionar na Terra Yanomami
08/09/2025
Autor: Alessandro Leitão, Lucas Wilame, Yara Ramalho
Fonte: G1 - https://g1.globo.com/
Primeiro hospital de saúde indígena do Brasil começa a funcionar na Terra Yanomami
Localizado na região de Surucucu. dentro da Terra Indígena Yanomami, o Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI Xapori Yanomami) vai atender cerca de 60 comunidades do território, alcançando aproximadamente 10 mil indígenas.
O Centro de Referência em Saúde Indígena Xapori Yanomami, localizado na Terra Indígena Yanomami começou a funcionar nesse fim de semana em Roraima, dois anos após o governo federal decretar emergência em saúde pública na região. A unidade é o primeiro hospital de referência em saúde indígena do Brasil e atenderá cerca de 60 comunidades do território, alcançando aproximadamente 10 mil indígenas.
👉 A Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil com quase 10 milhões de hectares entre os estados do Amazonas e Roraima, onde está a maior parte. Cerca de 32 mil indígenas vivem na região, em 392 comunidades.
Há décadas, o território é alvo do garimpo ilegal, que destrói a floresta, contamina os rios e afeta diretamente o modo de vida dos Yanomami. A região está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas, além da retirada de garimpeiros.
A construção do hospital fez parte de um acordo de cooperação técnica firmado entre a Central Única das Favelas (Cufa), o Ministério da Saúde (MS) e a organização Target Ruediger Nehberg Brasil.
Uma das ações de assistência, o Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI) Xapori Yanomami começou a ser construído em agosto de 2024 e custou cerca de R$ 29 milhões. A unidade é preparada para realizar atendimentos de urgência e emergência, consultas médicas, exames e o tratamento de malária e desnutrição, principais doenças identificada entre os Yanomami.
A unidade ainda não foi oficialmente inaugurada, mas começou atender os indígenas no último sábado (6). Durante a construção do prédio, os atendimentos aconteciam em alojamentos provisórios para pacientes. Antes da emergência de saúde, ocorriam em um barracão de madeira.
Ministro da saúde fez visita técnica
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, realizou uma visita técnica ao local e acompanhou os primeiros atendimentos, junto com o xamã Davi Kopenawa e Júnior Hekurari, principais lideranças do povo Yanomami.
Também estiveram presentes o secretário de Saúde Indígena (Sesai), Weibe Tapeba, e o governador de Roraima, Antônio Denarium (PP).
"É uma unidade que, além de cuidar melhor da população indígena aqui na Terra Yanomami, também faz com que a gente possa investir melhor os recursos da área da saúde. Aqui teremos médicos, enfermeiros, nutricionistas, profissionais de saúde. Uma equipe multiprofissional vai ser mantida de forma permanente pelo Ministério da Saúde, os medicamentos e exames que são realizados aqui [também]", disse Padilha.
Para Júnior Hekurari, presidente da Urihi Associação Yanomami, a unidade representa um avanço na saúde do povo indígena. Ele foi o responsável pelas principais denúncias de desassistência à comunidade Yanomami durante o período em que o território enfrentava o auge do garimpo.
"É um grande avanço para a população Yanomami. Esse é um atendimento diferenciado, com respeito, que estamos [promovendo] para garantir, o próprio estado brasileiro garantir o direito, o bem-estar, o direito de proteção à saúde Yanomami e da floresta", disse Hekurari em entrevista à Rede Amazônica.
Unidade com leitos-rede e quase 200 profissionais
O Centro de Referência, que realiza procedimentos de média complexidade, possui uma área de mais de 1.300 m² e tem capacidade para 120 suportes com leitos-rede, para seguir a cultura e a tradição do povo indígena.
A unidade conta ainda com um leito de isolamento, enfermarias com ala feminina e masculina e uma farmácia. Ela tem três blocos principais: um espaço de 387 m² destinado ao alojamento de profissionais de saúde, uma área de 801 m² voltada aos atendimentos e um refeitório de 122 m²,
O hospital não tem uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas possui uma sala de estabilização com estrutura para cuidados intensivos até a transferência do paciente para Boa Vista, capital de Roraima, caso seja necessário.
"A gente precisava construir uma unidade. O que vimos aqui era uma situação sub-humana, nos deparamos com uma realidade em que as pessoas eram deixadas para morrer. [Isso vai servir] de lição para que a sociedade, as empresas e o governo entreguem um Brasil melhor, inclusive para os povos originários. É mais que uma questão de saúde, é justiça", disse o presidente da Cufa, Preto Zezé.
Além da estrutura física, a unidade conta com uma equipe de 164 profissionais, entre os setores de saúde, logística, infraestrutura e saneamento, que atuam em escala de revezamento. As equipes de saúde incluem:
Cinco médicos clínicos em regime contínuo;
Três médicos especialistas conforme demanda, como ginecologista, infectologista e emergencista;
Dois cirurgiões-dentistas;
Três socorristas;
Cinco agentes de combate a endemias;
Um técnico de laboratório;
Seis enfermeiros;
12 técnicos em enfermagem;
Um supervisor de campo.
Além disso, o Centro de Referência em Saúde Indígena conta com dois nutricionistas e quatro auxiliares de cozinha. Segundo o Ministério da Saúde, há ainda equipamentos de suporte à assistência hospitalar e ambulatorial, como raio-x, ultrassonografia e eletrocardiograma.
Terra Indígena Yanomami
Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial. Localizado no Amazonas e em Roraima, o território abriga cerca de 32 mil indígenas, que vivem em 392 comunidades.
O povo Yanomami é considerado de recente contato com a população não indígena e se divide em seis subgrupos de línguas da mesma família, designados como: Yanomam, Yanomami, Sanöma, Ninam, Ỹaroamë e Yãnoma.
A região está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal, a partir da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), começou a criar ações para atender os indígenas.
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2025/09/08/primeiro-hospital-de-saude-indigena-do-brasil-comeca-a-funcionar-na-terra-yanomami.ghtml
Localizado na região de Surucucu. dentro da Terra Indígena Yanomami, o Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI Xapori Yanomami) vai atender cerca de 60 comunidades do território, alcançando aproximadamente 10 mil indígenas.
O Centro de Referência em Saúde Indígena Xapori Yanomami, localizado na Terra Indígena Yanomami começou a funcionar nesse fim de semana em Roraima, dois anos após o governo federal decretar emergência em saúde pública na região. A unidade é o primeiro hospital de referência em saúde indígena do Brasil e atenderá cerca de 60 comunidades do território, alcançando aproximadamente 10 mil indígenas.
👉 A Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil com quase 10 milhões de hectares entre os estados do Amazonas e Roraima, onde está a maior parte. Cerca de 32 mil indígenas vivem na região, em 392 comunidades.
Há décadas, o território é alvo do garimpo ilegal, que destrói a floresta, contamina os rios e afeta diretamente o modo de vida dos Yanomami. A região está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas, além da retirada de garimpeiros.
A construção do hospital fez parte de um acordo de cooperação técnica firmado entre a Central Única das Favelas (Cufa), o Ministério da Saúde (MS) e a organização Target Ruediger Nehberg Brasil.
Uma das ações de assistência, o Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI) Xapori Yanomami começou a ser construído em agosto de 2024 e custou cerca de R$ 29 milhões. A unidade é preparada para realizar atendimentos de urgência e emergência, consultas médicas, exames e o tratamento de malária e desnutrição, principais doenças identificada entre os Yanomami.
A unidade ainda não foi oficialmente inaugurada, mas começou atender os indígenas no último sábado (6). Durante a construção do prédio, os atendimentos aconteciam em alojamentos provisórios para pacientes. Antes da emergência de saúde, ocorriam em um barracão de madeira.
Ministro da saúde fez visita técnica
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, realizou uma visita técnica ao local e acompanhou os primeiros atendimentos, junto com o xamã Davi Kopenawa e Júnior Hekurari, principais lideranças do povo Yanomami.
Também estiveram presentes o secretário de Saúde Indígena (Sesai), Weibe Tapeba, e o governador de Roraima, Antônio Denarium (PP).
"É uma unidade que, além de cuidar melhor da população indígena aqui na Terra Yanomami, também faz com que a gente possa investir melhor os recursos da área da saúde. Aqui teremos médicos, enfermeiros, nutricionistas, profissionais de saúde. Uma equipe multiprofissional vai ser mantida de forma permanente pelo Ministério da Saúde, os medicamentos e exames que são realizados aqui [também]", disse Padilha.
Para Júnior Hekurari, presidente da Urihi Associação Yanomami, a unidade representa um avanço na saúde do povo indígena. Ele foi o responsável pelas principais denúncias de desassistência à comunidade Yanomami durante o período em que o território enfrentava o auge do garimpo.
"É um grande avanço para a população Yanomami. Esse é um atendimento diferenciado, com respeito, que estamos [promovendo] para garantir, o próprio estado brasileiro garantir o direito, o bem-estar, o direito de proteção à saúde Yanomami e da floresta", disse Hekurari em entrevista à Rede Amazônica.
Unidade com leitos-rede e quase 200 profissionais
O Centro de Referência, que realiza procedimentos de média complexidade, possui uma área de mais de 1.300 m² e tem capacidade para 120 suportes com leitos-rede, para seguir a cultura e a tradição do povo indígena.
A unidade conta ainda com um leito de isolamento, enfermarias com ala feminina e masculina e uma farmácia. Ela tem três blocos principais: um espaço de 387 m² destinado ao alojamento de profissionais de saúde, uma área de 801 m² voltada aos atendimentos e um refeitório de 122 m²,
O hospital não tem uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas possui uma sala de estabilização com estrutura para cuidados intensivos até a transferência do paciente para Boa Vista, capital de Roraima, caso seja necessário.
"A gente precisava construir uma unidade. O que vimos aqui era uma situação sub-humana, nos deparamos com uma realidade em que as pessoas eram deixadas para morrer. [Isso vai servir] de lição para que a sociedade, as empresas e o governo entreguem um Brasil melhor, inclusive para os povos originários. É mais que uma questão de saúde, é justiça", disse o presidente da Cufa, Preto Zezé.
Além da estrutura física, a unidade conta com uma equipe de 164 profissionais, entre os setores de saúde, logística, infraestrutura e saneamento, que atuam em escala de revezamento. As equipes de saúde incluem:
Cinco médicos clínicos em regime contínuo;
Três médicos especialistas conforme demanda, como ginecologista, infectologista e emergencista;
Dois cirurgiões-dentistas;
Três socorristas;
Cinco agentes de combate a endemias;
Um técnico de laboratório;
Seis enfermeiros;
12 técnicos em enfermagem;
Um supervisor de campo.
Além disso, o Centro de Referência em Saúde Indígena conta com dois nutricionistas e quatro auxiliares de cozinha. Segundo o Ministério da Saúde, há ainda equipamentos de suporte à assistência hospitalar e ambulatorial, como raio-x, ultrassonografia e eletrocardiograma.
Terra Indígena Yanomami
Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial. Localizado no Amazonas e em Roraima, o território abriga cerca de 32 mil indígenas, que vivem em 392 comunidades.
O povo Yanomami é considerado de recente contato com a população não indígena e se divide em seis subgrupos de línguas da mesma família, designados como: Yanomam, Yanomami, Sanöma, Ninam, Ỹaroamë e Yãnoma.
A região está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal, a partir da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), começou a criar ações para atender os indígenas.
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2025/09/08/primeiro-hospital-de-saude-indigena-do-brasil-comeca-a-funcionar-na-terra-yanomami.ghtml
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source