From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Lideranças indígenas destacam força da Caatinga e colocam bioma no centro do debate climático
11/10/2025
Autor: Afonso Bezerra
Fonte: Brasil de Fato - https://www.brasildefato.com.br/2025/10/11/liderancas-indigenas-destacam-forca-da-c
Lideranças indígenas destacam força da Caatinga e colocam bioma no centro do debate climático
Bem Viver traz os povos do sertão na Caatinga Climate Week
11.out.2025 às 13h00
Recife (PE)
Afonso Bezerra
Discutir a Caatinga para além da COP30 foi o objetivo da Caatinga Climate Week, que aconteceu entre os dias 1 e 4 de outubro no Semiárido pernambucano. A iniciativa, idealizada pelo Centro Sabiá e pelo Instituto Socioambiental, reuniu indígenas, quilombolas, agricultores familiares e demais moradores da região e está nesta edição do Bem Viver, programa do Brasil de Fato.
Esses povos e comunidades fizeram uma ampla apresentação para pesquisadores, ativistas e comunicadores sobre a realidade do território. Ao longo da programação, o grupo construiu debates sobre as principais ameaças ao bioma - como o avanço do agronegócio, dos grandes empreendimentos de energia renovável e da mineração - e também sobre as tecnologias ancestrais que asseguram a permanência e a convivência dessas populações no Semiárido.
Na plenária final, que aconteceu no sábado (4), no Parque Nacional do Catimbau, em Buíque, a liderança indígena Alessandra Munduruku, que participava pela primeira vez de um evento no semiárido, fez um paralelo entre os desafios enfrentados pelos povos da floresta e os da Caatinga.
"Fiquei muito encantada com as histórias deles - as histórias das árvores, quando elas dormem, quando vão dormir, o momento em que começam a surgir novamente. Fiquei encantada porque, apesar de a árvore ficar seis meses adormecida, depois desse período ela revive. É igual à nossa Amazônia, ao nosso rio Tapajós. O rio sobe seis meses para alimentar os peixes, para a desova, e depois seca por seis meses", disse.
Alessandra também destacou a importância de a COP30 ouvir as lideranças locais: "As mudanças climáticas estão aí para todos. Não é só para a Amazônia ou para o Cerrado, é para o mundo inteiro, porque aqui é o planeta Terra. A COP30 vai ser na nossa casa, no nosso quintal. Então, o que vamos dizer sobre a situação do Brasil, e também do mundo? Será que realmente estão preocupados com as mudanças climáticas, ou virou um lobby para dizer que é tudo sustentável, quando na realidade não é?", provocou.
Entre as participantes, Jaqueline Kambiwá, indígena do povo Kambiwá e integrante do programa Kuntari Kantu do Ministério dos Povos Indígenas, destacou que o evento ajuda a preparar o bioma para ter voz nas negociações climáticas. "Nós, enquanto bioma Caatinga, sofremos com o desmatamento, com a crise hídrica que vem afetando a nossa região. Então, precisamos estar nesses espaços para falar de todas as possibilidades que podemos trazer enquanto povos indígenas. Nós costumamos dizer que somos os guardiões do planeta, pela cura da terra. Sem povos indígenas, não tem território em pé", afirmou.
Ao longo de quatro dias, os participantes percorreram cerca de 400 quilômetros para conhecer experiências de convivência com o semiárido. Sob o lema "colocar a Caatinga no centro do debate climático", o evento buscou valorizar as iniciativas de conservação e resistência do bioma.
Inspirado em encontros internacionais como a Climate Week de Nova Iorque, o evento propôs inserir a Caatinga no debate global sobre a crise climática. "A intenção é justamente dar visibilidade tanto ao bioma, por toda sua invisibilidade e por sua importância - por ser um bioma exclusivamente brasileiro -, mas também por ser um dos mais vulneráveis às mudanças climáticas, com suas áreas de desertificação. Ao mesmo tempo, é um bioma que tem um potencial enorme de experiências que podem ensinar o Brasil e o mundo a como se adaptar nesse contexto", explicou Lilliana Pires, da iniciativa clima do Instituto Socioambiental (ISA).
E tem mais...
Bem Viver celebra o mês das crianças! Descubra como uma horta orgânica está transformando a merenda e a educação de crianças em Pernambuco, conectando elas com a terra e uma alimentação mais saudável.
Conheça os preparativos para a Cúpula das Infâncias, onde crianças e adolescentes vão ocupar seu espaço no debate climático durante a COP30, em Belém.
A chef Gema Sotto ensina uma receita deliciosa de peixe com crosta de castanhas.
Saboreie picolés feitos com frutas nativas da floresta no Paraná, como uvaia, butiá e guabiroba, no projeto Sabores da Agrofloresta, que gera renda e preservação.
Quando e onde assistir?
No YouTube do Brasil de Fato todo sábado às 13h30, tem programa inédito. Basta clicar aqui.
Na TVT: sábado às 13h; com reprise domingo às 6h30 e terça-feira às 20h no canal 44.1 - sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.
Na TV Brasil (EBC), sexta-feira às 6h30.
Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30, no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital.
Na TVCom Maceió: sábado às 10h30, com reprise domingo às 10h, no canal 12 da NET.
Na TV Floripa: sábado às 13h30, reprises ao longo da programação, no canal 12 da NET.
Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h, no canal 40 UHF digital.
Na UnBTV: sextas-feiras às 10h30 e 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET.
TV UFMA Maranhão: quinta-feira às 10h40, no canal aberto 16.1, Sky 316, TVN 16 e Claro 17.
Sintonize
No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil de Fato. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo. Além de ser transmitido pela Rádio Agência Brasil de Fato.
O programa conta também com uma versão especial em podcast, o Conversa Bem Viver , transmitido pelas plataformas Spotify, Google Podcasts, iTunes, Pocket Casts e Deezer.
Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para ser incluído na nossa lista de distribuição, entre em contato por meio do formulário.
Editado por: Marina Duarte de Souza
https://www.brasildefato.com.br/2025/10/11/liderancas-indigenas-destacam-forca-da-caatinga-e-colocam-bioma-no-centro-do-debate-climatico/
Bem Viver traz os povos do sertão na Caatinga Climate Week
11.out.2025 às 13h00
Recife (PE)
Afonso Bezerra
Discutir a Caatinga para além da COP30 foi o objetivo da Caatinga Climate Week, que aconteceu entre os dias 1 e 4 de outubro no Semiárido pernambucano. A iniciativa, idealizada pelo Centro Sabiá e pelo Instituto Socioambiental, reuniu indígenas, quilombolas, agricultores familiares e demais moradores da região e está nesta edição do Bem Viver, programa do Brasil de Fato.
Esses povos e comunidades fizeram uma ampla apresentação para pesquisadores, ativistas e comunicadores sobre a realidade do território. Ao longo da programação, o grupo construiu debates sobre as principais ameaças ao bioma - como o avanço do agronegócio, dos grandes empreendimentos de energia renovável e da mineração - e também sobre as tecnologias ancestrais que asseguram a permanência e a convivência dessas populações no Semiárido.
Na plenária final, que aconteceu no sábado (4), no Parque Nacional do Catimbau, em Buíque, a liderança indígena Alessandra Munduruku, que participava pela primeira vez de um evento no semiárido, fez um paralelo entre os desafios enfrentados pelos povos da floresta e os da Caatinga.
"Fiquei muito encantada com as histórias deles - as histórias das árvores, quando elas dormem, quando vão dormir, o momento em que começam a surgir novamente. Fiquei encantada porque, apesar de a árvore ficar seis meses adormecida, depois desse período ela revive. É igual à nossa Amazônia, ao nosso rio Tapajós. O rio sobe seis meses para alimentar os peixes, para a desova, e depois seca por seis meses", disse.
Alessandra também destacou a importância de a COP30 ouvir as lideranças locais: "As mudanças climáticas estão aí para todos. Não é só para a Amazônia ou para o Cerrado, é para o mundo inteiro, porque aqui é o planeta Terra. A COP30 vai ser na nossa casa, no nosso quintal. Então, o que vamos dizer sobre a situação do Brasil, e também do mundo? Será que realmente estão preocupados com as mudanças climáticas, ou virou um lobby para dizer que é tudo sustentável, quando na realidade não é?", provocou.
Entre as participantes, Jaqueline Kambiwá, indígena do povo Kambiwá e integrante do programa Kuntari Kantu do Ministério dos Povos Indígenas, destacou que o evento ajuda a preparar o bioma para ter voz nas negociações climáticas. "Nós, enquanto bioma Caatinga, sofremos com o desmatamento, com a crise hídrica que vem afetando a nossa região. Então, precisamos estar nesses espaços para falar de todas as possibilidades que podemos trazer enquanto povos indígenas. Nós costumamos dizer que somos os guardiões do planeta, pela cura da terra. Sem povos indígenas, não tem território em pé", afirmou.
Ao longo de quatro dias, os participantes percorreram cerca de 400 quilômetros para conhecer experiências de convivência com o semiárido. Sob o lema "colocar a Caatinga no centro do debate climático", o evento buscou valorizar as iniciativas de conservação e resistência do bioma.
Inspirado em encontros internacionais como a Climate Week de Nova Iorque, o evento propôs inserir a Caatinga no debate global sobre a crise climática. "A intenção é justamente dar visibilidade tanto ao bioma, por toda sua invisibilidade e por sua importância - por ser um bioma exclusivamente brasileiro -, mas também por ser um dos mais vulneráveis às mudanças climáticas, com suas áreas de desertificação. Ao mesmo tempo, é um bioma que tem um potencial enorme de experiências que podem ensinar o Brasil e o mundo a como se adaptar nesse contexto", explicou Lilliana Pires, da iniciativa clima do Instituto Socioambiental (ISA).
E tem mais...
Bem Viver celebra o mês das crianças! Descubra como uma horta orgânica está transformando a merenda e a educação de crianças em Pernambuco, conectando elas com a terra e uma alimentação mais saudável.
Conheça os preparativos para a Cúpula das Infâncias, onde crianças e adolescentes vão ocupar seu espaço no debate climático durante a COP30, em Belém.
A chef Gema Sotto ensina uma receita deliciosa de peixe com crosta de castanhas.
Saboreie picolés feitos com frutas nativas da floresta no Paraná, como uvaia, butiá e guabiroba, no projeto Sabores da Agrofloresta, que gera renda e preservação.
Quando e onde assistir?
No YouTube do Brasil de Fato todo sábado às 13h30, tem programa inédito. Basta clicar aqui.
Na TVT: sábado às 13h; com reprise domingo às 6h30 e terça-feira às 20h no canal 44.1 - sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.
Na TV Brasil (EBC), sexta-feira às 6h30.
Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30, no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital.
Na TVCom Maceió: sábado às 10h30, com reprise domingo às 10h, no canal 12 da NET.
Na TV Floripa: sábado às 13h30, reprises ao longo da programação, no canal 12 da NET.
Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h, no canal 40 UHF digital.
Na UnBTV: sextas-feiras às 10h30 e 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET.
TV UFMA Maranhão: quinta-feira às 10h40, no canal aberto 16.1, Sky 316, TVN 16 e Claro 17.
Sintonize
No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil de Fato. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo. Além de ser transmitido pela Rádio Agência Brasil de Fato.
O programa conta também com uma versão especial em podcast, o Conversa Bem Viver , transmitido pelas plataformas Spotify, Google Podcasts, iTunes, Pocket Casts e Deezer.
Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para ser incluído na nossa lista de distribuição, entre em contato por meio do formulário.
Editado por: Marina Duarte de Souza
https://www.brasildefato.com.br/2025/10/11/liderancas-indigenas-destacam-forca-da-caatinga-e-colocam-bioma-no-centro-do-debate-climatico/
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