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Na Amazônia Legal, apenas 16% dos municípios contam com Corpo de Bombeiros

02/10/2025

Autor: Carolina Bataier

Fonte: Brasil de Fato - https://www.brasildefato.com.br/



Na Amazônia Legal, apenas 16% dos municípios contam com Corpo de Bombeiros
No Amazonas, há somente um militar para cada 140 mil hectares, segundo estudo do Ipam

Apenas 130 dos 808 municípios - ou 16% - da Amazônia Legal contam com unidades do Corpo de Bombeiros. Os dados constam no Diagnóstico da Gestão do Fogo nos Estados da Amazônia Legal, realizado pelos pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e apresentado na quarta-feira (1o).

Para o estudo, a equipe do Ipam fez um levantamento das estruturas e programas de prevenção e combate aos incêndios nos nove estados da Amazônia Legal. Os resultados indicam que o combate ao fogo na região enfrenta dificuldades devido à insuficiência de brigadistas, agravada pela vasta extensão territorial e pelos desafios logísticos e de deslocamento.

Segundo o Ipam, o Corpo de Bombeiros de cada estado da região conta, em média, com 1.116 militares, número significativamente inferior ao de outras regiões do país. No estado do Amazonas, a média é de um militar para cada 140 mil hectares, enquanto em São Paulo a proporção é de um profissional para cada 2,8 mil hectares.

Na avaliação da coordenadora de projetos em políticas públicas do Ipam, Jarlene Gomes, o despreparo institucional é explicado, em partes, pela mudança na dinâmica das catástrofes ambientais. "O que a gente sente nas discussões quando apresenta esse estudo é que, até então, o problema do Brasil, da Amazônia, era o desmatamento", avalia. "A partir dos últimos anos, que os incêndios florestais estão sendo mais intensos, mais severos, isso vira um problema social e para a política pública", diz.

Aprendendo com o trauma
Em 2024, o Brasil e o mundo bateram recordes de incêndio. De acordo com o World Resources Institute (WRI), pela primeira vez em 70 anos, os incêndios - e não a agropecuária - foram a principal causa da perda de florestas tropicais em todo o mundo. O mundo perdeu 30 milhões de hectares de florestas - uma área do tamanho da Itália. No Brasil, o fogo de 2024 causou a maior devastação de sete décadas.

A Amazônia foi, em 2024, o bioma mais afetado pelos incêndios, com 17,9 milhões de hectares queimados - quase a metade do total da área devastada pelo fogo no país.

"2024 foi muito atípico no que diz respeito aos incêndios florestais", avalia diretora de Ciência do Ipam, Ane Alencar. "Foi um ano muito seco, com uma seca acumulada e tivemos também, num momento de seca acumuladas, o uso do fogo de forma criminosa, principalmente em áreas não destinadas", explica. Em 2024, os incêndios em terras públicas não destinadas aumentaram 64%, em comparação com o ano anterior.

A pesquisadora acredita que a catástrofe de 2024 serviu para que a sociedade civil começasse a aplicar estratégias de controle dos incêndios. Ela chama isso de "efeito trauma". "Quem sofreu com a perda de animais, de pasto, vai ser mais cauteloso em colocar fogo no ano seguinte", diz.

Já no âmbito de políticas públicas, é necessário ainda mais esforços para enfrentar uma catástrofe semelhante à registrada no ano passado. "Infelizmente, dada a proporção do que aconteceu em 2024, não acho que seja suficiente [as estruturas e ações atuais] para um cenário semelhante".

Editado por: Luís Indriunas

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