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Mulheres atingidas pelo colapso da Braskem em Maceió pedem reparação com perspectiva de gênero
09/10/2025
Autor: Adele Robichez, Gabriela Carvalho e Lucas Krupacz
Fonte: Brasil de Fato - https://www.brasildefato.com.br/
Mulheres atingidas pelo colapso da Braskem em Maceió pedem reparação com perspectiva de gênero
Durante conferência nacional, advogadas defendem políticas públicas específicas para afetadas pelo crime ambiental
Durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em Brasília entre 29 de setembro e 1o de outubro, foi apresentada uma moção de apoio às mulheres atingidas pelo crime ambiental provocado pela Braskem em Maceió (AL). O documento pede uma reparação integral com perspectiva de gênero e políticas públicas voltadas ao cuidado físico e psicológico das mulheres afetadas pelo colapso das minas de sal-gema.
A advogada Anne Caroline Fidelis, integrante da delegação alagoana, explica que o desastre, que levou à evacuação de bairros inteiros, atingiu cerca de 60 mil pessoas diretamente. "Nós estamos atravessando um dos maiores desastres da história da nossa sociedade moderna, o maior em curso atualmente no mundo", afirmou, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. Segundo ela, os efeitos vão muito além dos danos materiais. "As pessoas foram afetadas não apenas do ponto de vista imobiliário, mas sobretudo psicológico", disse.
Fidelis defende que o impacto do crime ambiental recai especialmente sobre as mulheres, que acumulam funções de cuidado e enfrentam uma sobrecarga doméstica e emocional. "Não por acaso, em virtude de fatores culturais, também são aquelas que, em regra, mais cuidam, seja das demandas domésticas, seja do acolhimento a essas famílias. E quem cuida de quem cuida?", questionou.
A advogada lembra que o caso da Braskem é consequência direta da ação humana. "Mais do que um desastre, é um crime ambiental, considerando que ele foi uma consequência da intervenção humana e não de um fenômeno natural", afirmou. Ela destacou ainda que já há estudos sobre o aumento de adoecimento psicológico e até de suicídios entre pessoas afetadas pelo colapso do solo.
Um estudo de 2024, publicado na revista Cadernos de Saúde Pública por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), apontou que mais de 60% dos ex-moradores das áreas afetadas relataram sintomas de ansiedade, depressão ou estresse decorrentes da perda de suas casas e da ruptura comunitária. Já o Mapa de Conflitos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) registra ao menos dez casos de suicídio associados à tragédia.
A moção apresentada durante a conferência solicita que governos em todas as esferas considerem as demandas específicas das mulheres atingidas. "Pensar em políticas para as mulheres é, acima de tudo, pensar em políticas públicas para a sociedade. Se quem cuida não é cuidado, todos perdem", concluiu Fidelis.
https://www.brasildefato.com.br/2025/10/09/mulheres-atingidas-pelo-colapso-da-braskem-em-maceio-pedem-reparacao-com-perspectiva-de-genero/
Durante conferência nacional, advogadas defendem políticas públicas específicas para afetadas pelo crime ambiental
Durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em Brasília entre 29 de setembro e 1o de outubro, foi apresentada uma moção de apoio às mulheres atingidas pelo crime ambiental provocado pela Braskem em Maceió (AL). O documento pede uma reparação integral com perspectiva de gênero e políticas públicas voltadas ao cuidado físico e psicológico das mulheres afetadas pelo colapso das minas de sal-gema.
A advogada Anne Caroline Fidelis, integrante da delegação alagoana, explica que o desastre, que levou à evacuação de bairros inteiros, atingiu cerca de 60 mil pessoas diretamente. "Nós estamos atravessando um dos maiores desastres da história da nossa sociedade moderna, o maior em curso atualmente no mundo", afirmou, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. Segundo ela, os efeitos vão muito além dos danos materiais. "As pessoas foram afetadas não apenas do ponto de vista imobiliário, mas sobretudo psicológico", disse.
Fidelis defende que o impacto do crime ambiental recai especialmente sobre as mulheres, que acumulam funções de cuidado e enfrentam uma sobrecarga doméstica e emocional. "Não por acaso, em virtude de fatores culturais, também são aquelas que, em regra, mais cuidam, seja das demandas domésticas, seja do acolhimento a essas famílias. E quem cuida de quem cuida?", questionou.
A advogada lembra que o caso da Braskem é consequência direta da ação humana. "Mais do que um desastre, é um crime ambiental, considerando que ele foi uma consequência da intervenção humana e não de um fenômeno natural", afirmou. Ela destacou ainda que já há estudos sobre o aumento de adoecimento psicológico e até de suicídios entre pessoas afetadas pelo colapso do solo.
Um estudo de 2024, publicado na revista Cadernos de Saúde Pública por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), apontou que mais de 60% dos ex-moradores das áreas afetadas relataram sintomas de ansiedade, depressão ou estresse decorrentes da perda de suas casas e da ruptura comunitária. Já o Mapa de Conflitos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) registra ao menos dez casos de suicídio associados à tragédia.
A moção apresentada durante a conferência solicita que governos em todas as esferas considerem as demandas específicas das mulheres atingidas. "Pensar em políticas para as mulheres é, acima de tudo, pensar em políticas públicas para a sociedade. Se quem cuida não é cuidado, todos perdem", concluiu Fidelis.
https://www.brasildefato.com.br/2025/10/09/mulheres-atingidas-pelo-colapso-da-braskem-em-maceio-pedem-reparacao-com-perspectiva-de-genero/
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