From Indigenous Peoples in Brazil
Notícias
'Não nos matem': indígenas protestam na Colômbia contra violência na fronteira com a Venezuela
01/10/2025
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/
'Não nos matem': indígenas protestam na Colômbia contra violência na fronteira com a Venezuela
Com lanças, zarabatanas e cartazes, povo motilón-barí denuncia deslocamentos forçados e cobra proteção do governo Petro
01/10/12025
Com lanças, zarabatanas e cartazes com a frase "não nos matem", centenas de indígenas protestaram nesta terça-feira, na Colômbia, contra a violência na fronteira com a Venezuela, de onde foram deslocados por confrontos sangrentos entre guerrilhas.
Vestindo roupas e joias tradicionais do povo ancestral motilón-barí, os indígenas ocuparam as ruas de Cúcuta, capital regional e principal ponto de passagem fronteiriça com o país vizinho.
Eles fazem parte dos mais de 73 mil deslocados, segundo a Defensoria do Povo, resultado da escalada violenta e dos confrontos que, desde janeiro, opõem na região o Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidências da extinta guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
- A guerra nos atingiu duramente na região do Catatumbo - disse à AFP Alexander Dora, defensor dos direitos do povo barí.
Os manifestantes acusaram o governo de Gustavo Petro de não proteger seus territórios dos grupos ilegais que espalham terror e enriquecem com a exploração da desflorestação, da mineração ilegal e do narcotráfico no estratégico enclave fronteiriço.
"A comunidade se respeita!" e "Exigimos a presença do presidente!" foram alguns dos gritos de guerra da minga, entre palavras de ordem.
Eles afirmaram que, até que se reúnam com Petro e seu gabinete, não deixarão Cúcuta nem retornarão à selva sitiada.
- Pelo descumprimento do governo nacional (...) Estamos há muitos anos esperando e não temos respostas positivas - afirmou o indígena motilón-barí Jhan Clok Borarishora, usando um cocar de plumas coloridas.
O Catatumbo é uma das regiões com maior número de cultivos ilícitos da Colômbia, que alcançaram um recorde de 253 mil hectares em 2023, segundo a ONU.
- Queremos que nos deem garantias e também território - declarou Juan Titira, representante legal da comunidade motilón-barí. Ele ressaltou que seu povo está "cansado" da violência persistente.
Petro chegou ao poder em 2022 com a promessa de alcançar a paz com os grupos armados, mas até agora não apresentou grandes avanços. As negociações com o ELN, que tem forte presença na região, estão suspensas desde o início da crise do Catatumbo.
Segundo a defensora do povo, Iris Ortiz, essa crise provocou o maior deslocamento forçado do século no país.
O presidente colombiano prometeu mão dura contra o ELN e anunciou a mobilização de 25 mil soldados para a região de fronteira. Também falou sobre conversas com a Venezuela para combater conjuntamente o narcotráfico.
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/10/01/nao-nos-matem-indigenas-protestam-na-colombia-contra-violencia-na-fronteira-com-a-venezuela.ghtml
Com lanças, zarabatanas e cartazes, povo motilón-barí denuncia deslocamentos forçados e cobra proteção do governo Petro
01/10/12025
Com lanças, zarabatanas e cartazes com a frase "não nos matem", centenas de indígenas protestaram nesta terça-feira, na Colômbia, contra a violência na fronteira com a Venezuela, de onde foram deslocados por confrontos sangrentos entre guerrilhas.
Vestindo roupas e joias tradicionais do povo ancestral motilón-barí, os indígenas ocuparam as ruas de Cúcuta, capital regional e principal ponto de passagem fronteiriça com o país vizinho.
Eles fazem parte dos mais de 73 mil deslocados, segundo a Defensoria do Povo, resultado da escalada violenta e dos confrontos que, desde janeiro, opõem na região o Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidências da extinta guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
- A guerra nos atingiu duramente na região do Catatumbo - disse à AFP Alexander Dora, defensor dos direitos do povo barí.
Os manifestantes acusaram o governo de Gustavo Petro de não proteger seus territórios dos grupos ilegais que espalham terror e enriquecem com a exploração da desflorestação, da mineração ilegal e do narcotráfico no estratégico enclave fronteiriço.
"A comunidade se respeita!" e "Exigimos a presença do presidente!" foram alguns dos gritos de guerra da minga, entre palavras de ordem.
Eles afirmaram que, até que se reúnam com Petro e seu gabinete, não deixarão Cúcuta nem retornarão à selva sitiada.
- Pelo descumprimento do governo nacional (...) Estamos há muitos anos esperando e não temos respostas positivas - afirmou o indígena motilón-barí Jhan Clok Borarishora, usando um cocar de plumas coloridas.
O Catatumbo é uma das regiões com maior número de cultivos ilícitos da Colômbia, que alcançaram um recorde de 253 mil hectares em 2023, segundo a ONU.
- Queremos que nos deem garantias e também território - declarou Juan Titira, representante legal da comunidade motilón-barí. Ele ressaltou que seu povo está "cansado" da violência persistente.
Petro chegou ao poder em 2022 com a promessa de alcançar a paz com os grupos armados, mas até agora não apresentou grandes avanços. As negociações com o ELN, que tem forte presença na região, estão suspensas desde o início da crise do Catatumbo.
Segundo a defensora do povo, Iris Ortiz, essa crise provocou o maior deslocamento forçado do século no país.
O presidente colombiano prometeu mão dura contra o ELN e anunciou a mobilização de 25 mil soldados para a região de fronteira. Também falou sobre conversas com a Venezuela para combater conjuntamente o narcotráfico.
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/10/01/nao-nos-matem-indigenas-protestam-na-colombia-contra-violencia-na-fronteira-com-a-venezuela.ghtml
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