From Indigenous Peoples in Brazil
News
É a cultura que aponta caminhos para frear a destruição ambiental, ressalta Funai sobre Plano Nacional das Culturas Indígenas
17/11/2025
Fonte: Funai - https://www.gov.br
A cultura garante a demarcação dos nossos territórios, é ela que assegura nossa forma de viver, pensar e agir, diferente das sociedades que nos cercam. Neste momento histórico da COP, em que se discute crise climática, é a cultura que aponta caminhos para frear a destruição ambiental". Com essas palavras, a diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas (MNPI), Juliana Tupinambá, reafirmou não somente a importância da presença dos povos indígenas na COP30, como também da construção do Plano Nacional das Culturas dos Povos Indígenas (PNCPI), que deve ser lançado nos próximos dias.
A manifestação ocorreu na sexta-feira (14) durante participação no painel que discutiu o PNCPI, na Aldeia COP, espaço do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) na programação da COP30, em Belém (PA).
Juliana Tupinambá representou a Funai na mesa que reuniu lideranças, representantes governamentais e conselheiros de cultura para apresentar a versão preliminar do plano, construído de forma interministerial entre o Ministério da Cultura (MinC) e o Ministério dos Povos Indígenas (MPI).
"Com nossos cocares e nossas pinturas, estamos ocupando espaços para discutir políticas de cultura dentro do governo. Em um espaço de visibilidade internacional como a COP30, isso é histórico", destacou a diretora do MNPI, órgão científico-cultural da Funai. Ela também enfatizou que falar dos povos indígenas é falar de cultura como base da existência e da resistência dos povos originários.
A cultura garante a demarcação dos nossos territórios, é ela que assegura nossa forma de viver, pensar e agir, diferente das sociedades que nos cercamJuliana Tupinambá, diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas da Funai
Plano Nacional das Culturas dos Povos Indígenas
O PNCPI consolida diretrizes para a proteção, valorização e difusão das expressões culturais indígenas, reconhecendo a cultura como fundamento da identidade, da luta e da manutenção dos territórios. O documento nasce de um amplo processo de escuta em aldeias, regiões e biomas, fortalecendo a participação social na formulação das políticas culturais.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, reforçou o caráter participativo do processo de elaboração do Plano Nacional das Culturas dos Povos Indígenas. "É fundamental que todas as pessoas possam contribuir, para que não tenhamos apenas um plano bem elaborado, mas um plano que seja vivido pelos povos indígenas do Brasil. Reafirmo meu compromisso enquanto ministra e enquanto mulher indígena que sempre estará comprometida com nossos direitos", reafirmou.
A conselheira Nacional de Cultura, Daiara Tukano, ressaltou que o PNCPI representa um avanço histórico diante de séculos de políticas de apagamento cultural. Ela lembrou que a cultura indígena foi sistematicamente perseguida. "Queimaram nossos cocares, proibiram nossas línguas, destruíram nossas casas de reza. Ainda hoje lutamos para que as sementes deixadas pelos nossos troncos velhos continuem brotando."
Daiara destacou que toda a política indigenista é sustentada pela cultura enquanto território vivo. "Todos os direitos indígenas têm como base a cultura. Nossa ciência é cultura, nossa saúde é cultura, nossa educação é cultura. Não cabemos em caixinhas; somos uma sociedade de sementes e flores. Nosso papel é reflorestar mentes."
A conselheira defendeu ainda a patrimonialização dos conhecimentos indígenas, a devolução de objetos sagrados e a criação de estruturas museais fortalecidas. "Precisamos de nosso museu, com nossos objetos, nossa magia e nossos nomes respirando junto de nós."
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou que o novo PNCPI nasce de um processo baseado em escuta ativa e que cerca de 80 mil pessoas participaram das conferências e consultas que embasam o documento. "Não se faz política cultural no gabinete. Saímos pelo país ouvindo gestores, grupos culturais e a sociedade civil. É assim que construímos políticas mais assertivas e representativas."
Margareth também enfatizou o compromisso de garantir que a cultura indígena seja tratada como eixo estratégico do Estado brasileiro. "Dar luz à história dos povos originários dignifica o Brasil. A grandeza dessa cultura precisa ser reconhecida. Ouvir cada um de vocês é uma aula."
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/e-a-cultura-que-aponta-caminhos-para-frear-a-destruicao-ambiental-ressalta-funai-sobre-plano-nacional-das-culturas-indigenas
A manifestação ocorreu na sexta-feira (14) durante participação no painel que discutiu o PNCPI, na Aldeia COP, espaço do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) na programação da COP30, em Belém (PA).
Juliana Tupinambá representou a Funai na mesa que reuniu lideranças, representantes governamentais e conselheiros de cultura para apresentar a versão preliminar do plano, construído de forma interministerial entre o Ministério da Cultura (MinC) e o Ministério dos Povos Indígenas (MPI).
"Com nossos cocares e nossas pinturas, estamos ocupando espaços para discutir políticas de cultura dentro do governo. Em um espaço de visibilidade internacional como a COP30, isso é histórico", destacou a diretora do MNPI, órgão científico-cultural da Funai. Ela também enfatizou que falar dos povos indígenas é falar de cultura como base da existência e da resistência dos povos originários.
A cultura garante a demarcação dos nossos territórios, é ela que assegura nossa forma de viver, pensar e agir, diferente das sociedades que nos cercamJuliana Tupinambá, diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas da Funai
Plano Nacional das Culturas dos Povos Indígenas
O PNCPI consolida diretrizes para a proteção, valorização e difusão das expressões culturais indígenas, reconhecendo a cultura como fundamento da identidade, da luta e da manutenção dos territórios. O documento nasce de um amplo processo de escuta em aldeias, regiões e biomas, fortalecendo a participação social na formulação das políticas culturais.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, reforçou o caráter participativo do processo de elaboração do Plano Nacional das Culturas dos Povos Indígenas. "É fundamental que todas as pessoas possam contribuir, para que não tenhamos apenas um plano bem elaborado, mas um plano que seja vivido pelos povos indígenas do Brasil. Reafirmo meu compromisso enquanto ministra e enquanto mulher indígena que sempre estará comprometida com nossos direitos", reafirmou.
A conselheira Nacional de Cultura, Daiara Tukano, ressaltou que o PNCPI representa um avanço histórico diante de séculos de políticas de apagamento cultural. Ela lembrou que a cultura indígena foi sistematicamente perseguida. "Queimaram nossos cocares, proibiram nossas línguas, destruíram nossas casas de reza. Ainda hoje lutamos para que as sementes deixadas pelos nossos troncos velhos continuem brotando."
Daiara destacou que toda a política indigenista é sustentada pela cultura enquanto território vivo. "Todos os direitos indígenas têm como base a cultura. Nossa ciência é cultura, nossa saúde é cultura, nossa educação é cultura. Não cabemos em caixinhas; somos uma sociedade de sementes e flores. Nosso papel é reflorestar mentes."
A conselheira defendeu ainda a patrimonialização dos conhecimentos indígenas, a devolução de objetos sagrados e a criação de estruturas museais fortalecidas. "Precisamos de nosso museu, com nossos objetos, nossa magia e nossos nomes respirando junto de nós."
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou que o novo PNCPI nasce de um processo baseado em escuta ativa e que cerca de 80 mil pessoas participaram das conferências e consultas que embasam o documento. "Não se faz política cultural no gabinete. Saímos pelo país ouvindo gestores, grupos culturais e a sociedade civil. É assim que construímos políticas mais assertivas e representativas."
Margareth também enfatizou o compromisso de garantir que a cultura indígena seja tratada como eixo estratégico do Estado brasileiro. "Dar luz à história dos povos originários dignifica o Brasil. A grandeza dessa cultura precisa ser reconhecida. Ouvir cada um de vocês é uma aula."
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/e-a-cultura-que-aponta-caminhos-para-frear-a-destruicao-ambiental-ressalta-funai-sobre-plano-nacional-das-culturas-indigenas
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source