From Indigenous Peoples in Brazil
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Em Rio Branco, Funai tira das ruas índias que pediam esmola
18/04/2005
Fonte: OESP, Nacional, p. A6
Em Rio Branco, Funai tira das ruas índias que pediam esmola
João Maurício Rosa Especial para o Estado Rio Branco
As dezenas de índias da etnia jaminaua que habitualmente pediam esmolas nas ruas do centro de Rio Branco (AC), carregando no colo seus bebês, desapareceram a um só tempo no entardecer da quinta-feira passada. Não foi uma ação voluntária: elas foram recolhidas numa operação conjunta da Funai, Secretaria dos Povos Indígenas, Vara da Infância e Adolescência e Secretaria Estadual de Cidadania e Inclusão Social de Rio Branco, e serão levadas a suas aldeias de origem.
A capital do Acre já estava acostumada à romaria das inconfundíveis índias jaminauas, sempre com um braço segurando o filho bebê e a outra mão estendida, implorando uma esmola. Todos acham que a operação vai fracassar, que as mães índias apenas deram uma trégua e logo surgirão na calçada em frente ao Palácio das Secretarias e do Mercado Municipal, como ocorreu em operações semelhantes.
As entidades envolvidas na operação garantem que os jaminaua não voltarão a deixar suas aldeias. Mas a realidade destes indígenas é mais complexa. A etnia jaminaua tem 5 aldeias, que totalizam 500 mil hectares. "Só a Terra Indígena Mamoadate, na fronteira com o Peru, tem 360 mil hectares", diz o indigenista Antônio Macedo, assessor da Secretaria dos Povos Indígenas e ex-administrador da Funai no Acre.
O retorno às aldeias de origem é problemático. Dentro da etnia formaram-se grupos rivais que guerreiam e expulsam para longe das aldeias os perdedores que saem vivos. Sem meios de subsistência, excluídos da sociedade original, esses grupos buscam as cidades, onde a hipótese de sobrevivência mais viável é a mendicância. Os maridos nunca pedem esmolas: os jaminauas já perceberam que as mulheres, de preferência com bebês a tiracolo, despertam maior compaixão e melhores contribuições dos passantes. Tanto quanto na aldeia, onde o trabalho cabe às mulheres.
OESP, Nacional, 18/04/2005, p. A6.
João Maurício Rosa Especial para o Estado Rio Branco
As dezenas de índias da etnia jaminaua que habitualmente pediam esmolas nas ruas do centro de Rio Branco (AC), carregando no colo seus bebês, desapareceram a um só tempo no entardecer da quinta-feira passada. Não foi uma ação voluntária: elas foram recolhidas numa operação conjunta da Funai, Secretaria dos Povos Indígenas, Vara da Infância e Adolescência e Secretaria Estadual de Cidadania e Inclusão Social de Rio Branco, e serão levadas a suas aldeias de origem.
A capital do Acre já estava acostumada à romaria das inconfundíveis índias jaminauas, sempre com um braço segurando o filho bebê e a outra mão estendida, implorando uma esmola. Todos acham que a operação vai fracassar, que as mães índias apenas deram uma trégua e logo surgirão na calçada em frente ao Palácio das Secretarias e do Mercado Municipal, como ocorreu em operações semelhantes.
As entidades envolvidas na operação garantem que os jaminaua não voltarão a deixar suas aldeias. Mas a realidade destes indígenas é mais complexa. A etnia jaminaua tem 5 aldeias, que totalizam 500 mil hectares. "Só a Terra Indígena Mamoadate, na fronteira com o Peru, tem 360 mil hectares", diz o indigenista Antônio Macedo, assessor da Secretaria dos Povos Indígenas e ex-administrador da Funai no Acre.
O retorno às aldeias de origem é problemático. Dentro da etnia formaram-se grupos rivais que guerreiam e expulsam para longe das aldeias os perdedores que saem vivos. Sem meios de subsistência, excluídos da sociedade original, esses grupos buscam as cidades, onde a hipótese de sobrevivência mais viável é a mendicância. Os maridos nunca pedem esmolas: os jaminauas já perceberam que as mulheres, de preferência com bebês a tiracolo, despertam maior compaixão e melhores contribuições dos passantes. Tanto quanto na aldeia, onde o trabalho cabe às mulheres.
OESP, Nacional, 18/04/2005, p. A6.
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