From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Operação da PF retira invasores
05/08/2006
Fonte: CB, Brasil, p. 14
Operação da PF retira invasores
Depois de retirar invasores da área indígena Kayapó, localizada no Pará, e apreender equipamentos usados para o desmatamento na região, a Polícia Federal trabalha no levantamento de mais informações para traçar uma estratégia de combate à grilagem de terras no Sul do estado. Deflagrada no início da semana, a Operação Kayapó deve levar agentes federais, fiscais do e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e sertanistas da Fundação Nacional do Índio (Funai) a se embrenhar na floresta amazônica nos próximos dias. A idéia é descobrir novos focos de desmatamento e localizar invasores.
Os policiais federais vêm conseguindo obter de pessoas informações sobre quem tem vendido e comprado faixas de terra na área indígena. A legislação federal veda a negociação de compra de terras de propriedade da União, principalmente áreas indígenas, que têm como finalidade garantir a existência dos índios e proteger a sua cultura. A PF já tem os nomes de alguns suspeitos, que vêm sendo mantidos em sigilo. Os alvos da Operação Kayapó estendem-se à extração ilegal de madeira - outra ação freqüentemente conjugada à grilagem
- e ao garimpo.
Na última quarta-feira, a operação encontrou seis pessoas instaladas ilegalmente na área indígena. Os invasores prestaram esclarecimento à PF e tiveram que deixar o local, após entregar aos agentes foices, motosserras, espingardas de baixo calibre e revólveres 38 que portavam. Deixaram para trás barracões improvisados na mata, mantimentos, alguns alqueires de queimadas - pelo padrão regional, um alqueire corresponde a cerca de cinco campos de futebol - e clareiras a caminho do mesmo tratamento. Os seis trabalhadores afirmaram não ter recebido qualquer pagamento pelo serviço.
O delegado que chefia a Operação Kayapó, Antônio Delfino de Castro Neto, anunciou que, paralelamente ao trabalho de campo, a PF deve instalar inquérito para começar a tomar depoimentos das pessoas envolvidas. "Isso deve acontecer nos próximos dias", disse à Agência Brasil.
Os invasores ouvidos pela operação relataram que os contratantes negaram que o local escolhido para o desmatamento fosse uma área indígena demarcada. Na região é comum o ciclo de queimadas, para criação de pastagem e manutenção de gado, durar pelo menos um ano.
Policiais e funcionários da Funai e do Ibama sobrevoaram na quinta-feira à tarde a área indígena. Segundo o chefe do Núcleo de Apoio da Funai em Tucumã (PA), Odenildo Coelho da Silva, o número de pontos desmatados parece ser o mesmo do ano passado, quando o órgão obteve imagens de satélite da área. Mas ele alertou que alguns focos de desmatamento dobraram em extensão. Também por via aérea, puderam ser avistadas pelos integrantes da Operação Kayapó áreas incendiadas recentemente, ainda com restos de fumaça, a quilômetros de distância de qualquer estrada vicinal.
A previsão é de que a operação, com a qual colaboram diretamente dois índios caiapós, dure mais um mês. Na aldeia Kikretum, uma das que compõem a terra indígena, os guerreiros pintaram-se para combate. Eles avisaram que se os brancos insistirem em permanecer na área terão sérios problemas.
CB, 05/08/2006, Brasil, p. 14
Depois de retirar invasores da área indígena Kayapó, localizada no Pará, e apreender equipamentos usados para o desmatamento na região, a Polícia Federal trabalha no levantamento de mais informações para traçar uma estratégia de combate à grilagem de terras no Sul do estado. Deflagrada no início da semana, a Operação Kayapó deve levar agentes federais, fiscais do e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e sertanistas da Fundação Nacional do Índio (Funai) a se embrenhar na floresta amazônica nos próximos dias. A idéia é descobrir novos focos de desmatamento e localizar invasores.
Os policiais federais vêm conseguindo obter de pessoas informações sobre quem tem vendido e comprado faixas de terra na área indígena. A legislação federal veda a negociação de compra de terras de propriedade da União, principalmente áreas indígenas, que têm como finalidade garantir a existência dos índios e proteger a sua cultura. A PF já tem os nomes de alguns suspeitos, que vêm sendo mantidos em sigilo. Os alvos da Operação Kayapó estendem-se à extração ilegal de madeira - outra ação freqüentemente conjugada à grilagem
- e ao garimpo.
Na última quarta-feira, a operação encontrou seis pessoas instaladas ilegalmente na área indígena. Os invasores prestaram esclarecimento à PF e tiveram que deixar o local, após entregar aos agentes foices, motosserras, espingardas de baixo calibre e revólveres 38 que portavam. Deixaram para trás barracões improvisados na mata, mantimentos, alguns alqueires de queimadas - pelo padrão regional, um alqueire corresponde a cerca de cinco campos de futebol - e clareiras a caminho do mesmo tratamento. Os seis trabalhadores afirmaram não ter recebido qualquer pagamento pelo serviço.
O delegado que chefia a Operação Kayapó, Antônio Delfino de Castro Neto, anunciou que, paralelamente ao trabalho de campo, a PF deve instalar inquérito para começar a tomar depoimentos das pessoas envolvidas. "Isso deve acontecer nos próximos dias", disse à Agência Brasil.
Os invasores ouvidos pela operação relataram que os contratantes negaram que o local escolhido para o desmatamento fosse uma área indígena demarcada. Na região é comum o ciclo de queimadas, para criação de pastagem e manutenção de gado, durar pelo menos um ano.
Policiais e funcionários da Funai e do Ibama sobrevoaram na quinta-feira à tarde a área indígena. Segundo o chefe do Núcleo de Apoio da Funai em Tucumã (PA), Odenildo Coelho da Silva, o número de pontos desmatados parece ser o mesmo do ano passado, quando o órgão obteve imagens de satélite da área. Mas ele alertou que alguns focos de desmatamento dobraram em extensão. Também por via aérea, puderam ser avistadas pelos integrantes da Operação Kayapó áreas incendiadas recentemente, ainda com restos de fumaça, a quilômetros de distância de qualquer estrada vicinal.
A previsão é de que a operação, com a qual colaboram diretamente dois índios caiapós, dure mais um mês. Na aldeia Kikretum, uma das que compõem a terra indígena, os guerreiros pintaram-se para combate. Eles avisaram que se os brancos insistirem em permanecer na área terão sérios problemas.
CB, 05/08/2006, Brasil, p. 14
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