From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Tribo cobra pedágio de até R$ 60 na Transamazônica

30/11/2006

Fonte: OESP, Nacional, p. A15



Tribo cobra pedágio de até R$ 60 na Transamazônica
Tenharins, que mantêm bloqueio no km 145 da rodovia, pretendem entrar com representação no MPF e no DNIT para institucionalizar arrecadação

Liege Albuquerque

Há dois meses índios da etnia tenharim mantêm um bloqueio no km 145 da BR 320, a Transamazônica, e cobram pedágio de até R$ 60 dos motoristas que utilizam a rodovia. A iniciativa é um protesto contra a Fundação Nacional do Índio (Funai). Os tenharins cobram créditos de R$ 1,7 milhão para alimentação e medicamentos, que não estariam sendo repassados há seis meses.

Segundo um dos indígenas responsáveis pela organização do bloqueio, Valmir Parintintin, a idéia é institucionalizar o pedágio. Os índios pretendem entrar com uma representação no Ministério Público Federal e no Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) para regulamentar a cobrança. 'Quem passa pelo pedágio está colaborando. Reclamam, mas entendem que é uma forma de protesto. Em breve acreditamos que será nosso meio de sobrevivência', disse.

O prefeito de Apuí (AM), Antonio Roque Longo (PPS), cidade que depende da rodovia, também acha que o pedágio acabará legalizado. Segundo ele, há alguns dias, foram distribuídos panfletos informando os motoristas sobre os valores do pedágio: R$ 10 para moto ou bicicleta, R$ 20 para carros e R$ 60 para caminhões e ônibus. 'Daqui a pouco o município estará às moscas.'

RECIBOS

Parado pelos índios quando viajava de Porto Velho (RO) a Apuí, no início do mês, o advogado Carlos Benedito Pereira da Silva decidiu encaminhar à Procuradoria-Geral da República representação exigindo ressarcimento por danos morais e responsabilização civil e penal do presidente da Funai, Mércio Pereira.

'Tenho convicção de que os indígenas estão em busca de seus direitos e precisam ser ouvidos, mas o que não dá é ter meu direito de ir e vir usurpado enquanto outros buscam também por seus direitos', afirmou o advogado. 'Eles têm até uma cancela feita com um tronco de árvore e dão recibos.' Silva disse que anexou à representação os recibos, mimeografados e assinados por alguém que se identifica como José Américo.

Segundo o procurador-geral da Funai em Brasília, Luiz Fernando Villares e Silva, não há 'nenhuma novidade' em relação à cobrança de pedágio na BR 320. 'Estamos em negociação', disse. A assessoria da Funai informou que seu presidente está em férias.

Segundo Parintintin, a cobrança do pedágio regulamentada é 'a única saída' que resta aos cerca de 9 mil tenharins que vivem ao longo do Rio Madeira e da Transamazônica. 'A Funai não nos dá resposta sobre a falta de repasses e estamos sempre nessa dependência. Nos anos 70 passaram por cima de várias aldeias para construir a Transamazônica e não houve ressarcimento para os povos indígenas. Agora é justo que nós possamos receber por estarem passando por nossas terras', afirmou.

OESP, 30/11/2006, Nacional, p. A15
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.