From Indigenous Peoples in Brazil
News
Índios querem que Gol retire destroços
22/04/2007
Fonte: FSP, Cotidiano, p. C3
Índios querem que Gol retire destroços
Lideranças dos caiapós afirmam que os pedaços do Boeing, espalhados por 1 quilômetro, causam danos ambientais
Aldeia perto do local da queda quer indenização por estragos. "Tem que tirar [o avião]. Para tirar, tem que pagar a gente", diz cacique
Da agência Folha, em Peixoto de Azevedo
Lideranças dos índios caiapós e a Funai (Fundação Nacional do Índio) em Colíder (MT) querem que a Gol retire os destroços do Boeing da terra indígena Capoto-Jarinã, área de floresta amazônica.
Os índios dizem que os destroços do avião, espalhados por 1 km, causam danos ambientais. O cacique caiapó Bedjay Txucarramãe afirmou que a aldeia Piaraçu, perto do local da queda, também quer indenização por estragos causados. "Tem que tirar [o avião]. Para tirar, tem que pagar a gente."
Segundo o cacique, o querosene do avião polui um córrego que deságua no rio Jarinã, que chega ao rio Xingu, a principal artéria das áreas indígenas ao norte de Mato Grosso.
Na clareira aberta para resgate das vítimas, onde estão as asas e o trem de pouso do avião, há forte cheiro de querosene e uma mancha do combustível de pelo menos três metros de extensão. O combustível aflora quando a mancha é pisada.
"Nós precisamos que o dono tire logo os pedaços do avião para não ter problema com o pessoal meu. Isso aí está poluindo a água. Contamina peixe. Pessoa come e adoece", afirmou o cacique Bedjay.
Em dezembro, o administrador da Funai em Colíder (MT), Megaron Txucarramãe, enviou ofício à Funai de Brasília para que a Gol seja instada a retirar os destroços. "Caso contrário, entraremos com processo por danos ambientais", diz o ofício.
Megaron também quer que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) avalie o impacto ambiental na área.
Os destroços estão espalhados pela selva. A reportagem contou ao menos 25 placas de computador, além de pilhas, baterias e toda a fuselagem do avião, em aço e plástico.
Os índios não aceitam que entrem no local do acidente sem autorização deles. Por isso, exigem que a retirada dos destroços seja acompanhada por lideranças indígenas. "A gente respeita a cidade de vocês. Então o povo tem que respeitar a nossa aldeia. Eu nunca vou entrar numa fazenda para matar alguma galinha, gado ou alguma coisa que o fazendeiro tem", declarou o cacique
FSP, 22/04/2007, Cotidiano, p. C3
Lideranças dos caiapós afirmam que os pedaços do Boeing, espalhados por 1 quilômetro, causam danos ambientais
Aldeia perto do local da queda quer indenização por estragos. "Tem que tirar [o avião]. Para tirar, tem que pagar a gente", diz cacique
Da agência Folha, em Peixoto de Azevedo
Lideranças dos índios caiapós e a Funai (Fundação Nacional do Índio) em Colíder (MT) querem que a Gol retire os destroços do Boeing da terra indígena Capoto-Jarinã, área de floresta amazônica.
Os índios dizem que os destroços do avião, espalhados por 1 km, causam danos ambientais. O cacique caiapó Bedjay Txucarramãe afirmou que a aldeia Piaraçu, perto do local da queda, também quer indenização por estragos causados. "Tem que tirar [o avião]. Para tirar, tem que pagar a gente."
Segundo o cacique, o querosene do avião polui um córrego que deságua no rio Jarinã, que chega ao rio Xingu, a principal artéria das áreas indígenas ao norte de Mato Grosso.
Na clareira aberta para resgate das vítimas, onde estão as asas e o trem de pouso do avião, há forte cheiro de querosene e uma mancha do combustível de pelo menos três metros de extensão. O combustível aflora quando a mancha é pisada.
"Nós precisamos que o dono tire logo os pedaços do avião para não ter problema com o pessoal meu. Isso aí está poluindo a água. Contamina peixe. Pessoa come e adoece", afirmou o cacique Bedjay.
Em dezembro, o administrador da Funai em Colíder (MT), Megaron Txucarramãe, enviou ofício à Funai de Brasília para que a Gol seja instada a retirar os destroços. "Caso contrário, entraremos com processo por danos ambientais", diz o ofício.
Megaron também quer que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) avalie o impacto ambiental na área.
Os destroços estão espalhados pela selva. A reportagem contou ao menos 25 placas de computador, além de pilhas, baterias e toda a fuselagem do avião, em aço e plástico.
Os índios não aceitam que entrem no local do acidente sem autorização deles. Por isso, exigem que a retirada dos destroços seja acompanhada por lideranças indígenas. "A gente respeita a cidade de vocês. Então o povo tem que respeitar a nossa aldeia. Eu nunca vou entrar numa fazenda para matar alguma galinha, gado ou alguma coisa que o fazendeiro tem", declarou o cacique
FSP, 22/04/2007, Cotidiano, p. C3
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