From Indigenous Peoples in Brazil
News
Polêmica envolve parlamentares de Roraima e índios Waimiri-Atroari
04/07/2007
Autor: Renata Gaspar
Fonte: Amazônia.org
Polêmica envolve parlamentares de Roraima e índios Waimiri-Atroari
Renata Gaspar
Uma suposta crise envolvendo os índios Waimiri-Atroari e ribeirinhos de Roraima motivou um grupo de parlamentares deste estado a montar uma comissão para investigar o assunto. Eles afirmam que os índios aumentaram por conta própria os limites de seu território, localizado sobretudo no Amazonas, e estariam impedindo os ribeirinhos de pescar e fazer coleta de castanha na região.
Segundo o deputado Damosiel Alencar (PRP), a comissão esteve durante dois dias no local e teria registros em vídeo e fotografia de que os índios teriam movido o marco da TI em 16 km em linha reta. Para ele, ONGs estrangeiras estariam motivando a ação da tribo. "A Funai faz o jogo dos estrangeiros que estão lá e aquela é uma terra de ninguém. Mas assim como estrangeiros podem ficar lá, também existem vilas que tem 40, 50 anos de existência e que não têm pra onde ir", disse, em referência às populações que estariam sendo prejudicadas.
Para José Porfírio, coordenador do projeto Waimiri-Atroari, que tem aprovação da Funai, a história não é bem essa. Ele diz que nenhum marco foi movido e que os índios têm excelente relacionamento com os ribeirinhos.
Ele explica que a demarcação da área, feita em 1987, não contemplou locais que já eram ocupados pelos índios. "A demarcação de uma terra indígena, embora seja importante, é feita pelos brancos. E não é porque tem uma demarcação que os índios não podem passar dos limites estabelecidos. Eles ocupam aquelas terras há milhares de anos".
Sobre o relacionamento com as comunidades tradicionais, Porfírio nega qualquer tipo de conflito. "Os ribeirinhos sofrem com vários problemas, incluindo doenças, e não têm apoio de Roraima. Nós é que temos ajudado na medida do possível".
Para ele, o problema estaria no fato de que empresários em Manaus teriam feito contratos com moradores da região para o fornecimento de castanha, prevendo a realização de coleta dentro da Terra Indígena. Seriam estas pessoas, e não os ribeirinhos, que estariam sendo impedidas de entrar na reserva.
Dados
Segundo dados do mapa Amazônia Brasileira 2007, produzido pelo Instituto Socioambiental, em parceria com o WWF, a reserva dos Waimiri-Atroari tem 2.585.910 hectares, sendo a maioria desse território situado no Amazonas e uma pequena parte em Roraima. Em 2005, eram um grupo de 1015 pessoas, distribuídas em 19 aldeias.
O Projeto Waimiri-Atroari foi criado em 1987 e é mantido pela Eletronorte, que, na época, inundou uma área de 30 mil hectares da Terra Indígena para a construção da usina Balbina.
Amazônia.org, 04/07/2007
Renata Gaspar
Uma suposta crise envolvendo os índios Waimiri-Atroari e ribeirinhos de Roraima motivou um grupo de parlamentares deste estado a montar uma comissão para investigar o assunto. Eles afirmam que os índios aumentaram por conta própria os limites de seu território, localizado sobretudo no Amazonas, e estariam impedindo os ribeirinhos de pescar e fazer coleta de castanha na região.
Segundo o deputado Damosiel Alencar (PRP), a comissão esteve durante dois dias no local e teria registros em vídeo e fotografia de que os índios teriam movido o marco da TI em 16 km em linha reta. Para ele, ONGs estrangeiras estariam motivando a ação da tribo. "A Funai faz o jogo dos estrangeiros que estão lá e aquela é uma terra de ninguém. Mas assim como estrangeiros podem ficar lá, também existem vilas que tem 40, 50 anos de existência e que não têm pra onde ir", disse, em referência às populações que estariam sendo prejudicadas.
Para José Porfírio, coordenador do projeto Waimiri-Atroari, que tem aprovação da Funai, a história não é bem essa. Ele diz que nenhum marco foi movido e que os índios têm excelente relacionamento com os ribeirinhos.
Ele explica que a demarcação da área, feita em 1987, não contemplou locais que já eram ocupados pelos índios. "A demarcação de uma terra indígena, embora seja importante, é feita pelos brancos. E não é porque tem uma demarcação que os índios não podem passar dos limites estabelecidos. Eles ocupam aquelas terras há milhares de anos".
Sobre o relacionamento com as comunidades tradicionais, Porfírio nega qualquer tipo de conflito. "Os ribeirinhos sofrem com vários problemas, incluindo doenças, e não têm apoio de Roraima. Nós é que temos ajudado na medida do possível".
Para ele, o problema estaria no fato de que empresários em Manaus teriam feito contratos com moradores da região para o fornecimento de castanha, prevendo a realização de coleta dentro da Terra Indígena. Seriam estas pessoas, e não os ribeirinhos, que estariam sendo impedidas de entrar na reserva.
Dados
Segundo dados do mapa Amazônia Brasileira 2007, produzido pelo Instituto Socioambiental, em parceria com o WWF, a reserva dos Waimiri-Atroari tem 2.585.910 hectares, sendo a maioria desse território situado no Amazonas e uma pequena parte em Roraima. Em 2005, eram um grupo de 1015 pessoas, distribuídas em 19 aldeias.
O Projeto Waimiri-Atroari foi criado em 1987 e é mantido pela Eletronorte, que, na época, inundou uma área de 30 mil hectares da Terra Indígena para a construção da usina Balbina.
Amazônia.org, 04/07/2007
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source