From Indigenous Peoples in Brazil
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Funai proíbe entrada de alemã em reserva indígena Yanomami
13/04/2002
Fonte: Folha de Boa Vista-RR
A Funai (Fundação Nacional do Índio) proibiu a entrada da alemã Christina Haverkamp na reserva indígena Yanomami. Afirmando não saber o motivo do impedimento, Christina disse que precisa da autorização para prestar conta com a Associação para Defesa dos Povos Amazônicos do dinheiro que investiu na área.
Segundo ela, essa Organização não Governamental (ONG) investiu R$ 110,3 mil na construção em um posto de saúde para os índios da comunidade Paapiú Novo. Em fase final, a casa que tem dois andares, quatro quartos, salas para atendimento, laboratório, cozinha, depósito, farmácia, banheiro e sala de jantar, só precisa de portas e janelas.
Além disso, a casa tem varandas no térreo e na parte superior, castelo d'água feito de madeira e instalações hidráulica, sanitária e elétrica. Christina ressalta que dez dias na área seriam suficientes para resolver todas as pendências. Apesar de faltar janelas, a cozinha já está funcionando e existem duas pessoas da ONG tomando de conta do local.
"Não sei o motivo de não me deixarem entrar. Acho que é porque sou estrangeira. Quero entrar na área só para inaugurar o posto e construir com o resto das tábuas que sobraram uma escola para os Yanomami aprenderem a trabalhar com laboratório", disse, ao ressaltar que já entrou na reserva Yanomami cinco vezes.
Por conta da proibição, Christina alega que está impedida de pagar a segunda parte do dinheiro aos trabalhadores contratados para fazer o posto de saúde. "Não posso pagar uma obra se não fiz a supervisão. Tenho certeza que nenhum brasileiro paga uma obra sem antes ver o que foi construído", ressaltou.
Ela foi proibida de permanecer na área desde do início das obras, em janeiro. Na época, segundo contou, os agentes da Polícia Federal a retiraram da reserva por determinação da Funai. "Acompanhei a obra pela radiofonia e pelas fotos que os trabalhadores contratados me traziam", contou.
Segundo Christina, a decisão da Funai deixou os índios revoltados e alguns líderes teriam vindo à cidade falar com o chefe da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) para intervir em favor dela, mas nada foi resolvido. Na lista de compras consta que foram comprados com os R$ 110 mil dois motosserras, geladeira, fogão, remédio, pagas as horas de vôo, radiofonia, canoa, placa solar e microscópio.
Indagada sobre quem financiava a Ong, Christina diz que os recursos são adquiridos através de fundo financiado por estudantes da Alemanha. "Tentamos conscientizar sobre os povos amazônicos através de fotografias e palestras porque temos muitos jovens alemães arrogantes. Então eles ficam sensibilizados e contribuem com dinheiro que ganham em lavagens de carro, limpeza de casas e jardins", comentou.
"Soube que o chefe do posto da Funai na área vai inaugurar a obra que foi construída pela entidade que represento. Isso não é justo porque preciso prestar conta com a entidade do dinheiro que foi investido", disse, ao ressaltar que o servidor da Funai teria ido armado invadir o posto para retirar a placa solar. "Quero ficar lá só dez dias, depois vou retornar para Alemanha", reforçou.
FUNAI
O presidente da Funai, Martinho Alves de Andrade Júnior, preferiu não comentar o que foi dito por Christina e nem explicar o motivo da proibição. Por telefone ele afirmou que hoje, após a matéria ser publicada, se pronunciaria.
HISTÓRIA - A alemã disse que a entidade que ela faz parte existe há 30 anos e que além da sede localizada na Alemanha, existem filiais na Itália, Suíça e Áustria. Em 1992, data em que se comemorou o descobrimento da América por Cristóvão Colombo, Christina disse que junto com um amigo fez uma jangada de bambu para atravessar o Atlântico em protesto ao genocídio dos povos indígenas.
"Saímos da Alemanha em direção a Senegal, na África. Depois atravessamos o Atlântico em 50 dias e aportamos em Fortaleza (CE). Logo após, seguimos para o Washington e paramos em frente à Casa Branca em protesto porque enquanto todos comemoravam, os povos indígenas haviam sido dizimados", explicou.
Na jangada estava escrito: Direitos da terra para todos os índios do Norte e do Sul, Salvar os Yanomami e a Floresta Tropical, e George Bush e todos os americanos que respeite os contratos com os povos indígenas. "No Brasil fomos bem recebidos, mas nos Estados Unidos, zero", contou.
Segundo ela, essa Organização não Governamental (ONG) investiu R$ 110,3 mil na construção em um posto de saúde para os índios da comunidade Paapiú Novo. Em fase final, a casa que tem dois andares, quatro quartos, salas para atendimento, laboratório, cozinha, depósito, farmácia, banheiro e sala de jantar, só precisa de portas e janelas.
Além disso, a casa tem varandas no térreo e na parte superior, castelo d'água feito de madeira e instalações hidráulica, sanitária e elétrica. Christina ressalta que dez dias na área seriam suficientes para resolver todas as pendências. Apesar de faltar janelas, a cozinha já está funcionando e existem duas pessoas da ONG tomando de conta do local.
"Não sei o motivo de não me deixarem entrar. Acho que é porque sou estrangeira. Quero entrar na área só para inaugurar o posto e construir com o resto das tábuas que sobraram uma escola para os Yanomami aprenderem a trabalhar com laboratório", disse, ao ressaltar que já entrou na reserva Yanomami cinco vezes.
Por conta da proibição, Christina alega que está impedida de pagar a segunda parte do dinheiro aos trabalhadores contratados para fazer o posto de saúde. "Não posso pagar uma obra se não fiz a supervisão. Tenho certeza que nenhum brasileiro paga uma obra sem antes ver o que foi construído", ressaltou.
Ela foi proibida de permanecer na área desde do início das obras, em janeiro. Na época, segundo contou, os agentes da Polícia Federal a retiraram da reserva por determinação da Funai. "Acompanhei a obra pela radiofonia e pelas fotos que os trabalhadores contratados me traziam", contou.
Segundo Christina, a decisão da Funai deixou os índios revoltados e alguns líderes teriam vindo à cidade falar com o chefe da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) para intervir em favor dela, mas nada foi resolvido. Na lista de compras consta que foram comprados com os R$ 110 mil dois motosserras, geladeira, fogão, remédio, pagas as horas de vôo, radiofonia, canoa, placa solar e microscópio.
Indagada sobre quem financiava a Ong, Christina diz que os recursos são adquiridos através de fundo financiado por estudantes da Alemanha. "Tentamos conscientizar sobre os povos amazônicos através de fotografias e palestras porque temos muitos jovens alemães arrogantes. Então eles ficam sensibilizados e contribuem com dinheiro que ganham em lavagens de carro, limpeza de casas e jardins", comentou.
"Soube que o chefe do posto da Funai na área vai inaugurar a obra que foi construída pela entidade que represento. Isso não é justo porque preciso prestar conta com a entidade do dinheiro que foi investido", disse, ao ressaltar que o servidor da Funai teria ido armado invadir o posto para retirar a placa solar. "Quero ficar lá só dez dias, depois vou retornar para Alemanha", reforçou.
FUNAI
O presidente da Funai, Martinho Alves de Andrade Júnior, preferiu não comentar o que foi dito por Christina e nem explicar o motivo da proibição. Por telefone ele afirmou que hoje, após a matéria ser publicada, se pronunciaria.
HISTÓRIA - A alemã disse que a entidade que ela faz parte existe há 30 anos e que além da sede localizada na Alemanha, existem filiais na Itália, Suíça e Áustria. Em 1992, data em que se comemorou o descobrimento da América por Cristóvão Colombo, Christina disse que junto com um amigo fez uma jangada de bambu para atravessar o Atlântico em protesto ao genocídio dos povos indígenas.
"Saímos da Alemanha em direção a Senegal, na África. Depois atravessamos o Atlântico em 50 dias e aportamos em Fortaleza (CE). Logo após, seguimos para o Washington e paramos em frente à Casa Branca em protesto porque enquanto todos comemoravam, os povos indígenas haviam sido dizimados", explicou.
Na jangada estava escrito: Direitos da terra para todos os índios do Norte e do Sul, Salvar os Yanomami e a Floresta Tropical, e George Bush e todos os americanos que respeite os contratos com os povos indígenas. "No Brasil fomos bem recebidos, mas nos Estados Unidos, zero", contou.
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