From Indigenous Peoples in Brazil

News

Índios enawene nawe querem dinheiro para desbloquear

08/12/2007

Autor: ADILSON ROSA

Fonte: Diário de Cuiabá



Os cerca de 120 índios da etnia enawene nawe continuam irredutíveis e só aceitam desbloquear a estrada de acesso ao rio Juruena, na cidade de Campos de Júlio (município localizado a 550 quilômetros da Capital) após ter o dinheiro no bolso. No rio estão sendo construídas cinco Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) pelo grupo Sidezal. Os índios querem receber a compensação financeira que a empresa responsável havia concordado em pagar a eles, embora as usinas estejam sendo construídas fora da reserva indígena.

O superintendente de Assuntos Indígenas de Mato Grosso, Rômulo Vandoni, participou da reunião e levou a proposta de uma reunião na próxima terça-feira em Cuiabá com os segmentos envolvidos - Ministério Público Federal, Funai e representantes da empresa. Ninguém informou o valor exigido pelos índios.

"O recurso exigido pelos índios está assegurado", garantiu o secretário chefe da Casa Militar, coronel Orestes Oliveira. Ele acrescentou que os enawene nawe querem o recurso diferenciado por etnia. Até o fechamento desta edição, os índios não aceitaram desbloquear a estrada. O movimento indígena começou na quinta-feira à tarde. Os índios estão armados com arcos e pedaços de pau, segundo a Funai.

Desde a intervenção indígena, os cerca de 500 operários que trabalham nas obras das PCHs não conseguem sair do local com o bloqueio da pista. Segundo tenente Mário Pereira, comandante da Companhia da Polícia Militar da cidade de Comodoro, o bloqueio impede que trabalhadores entrem com equipamentos usados na construção das usinas. "Ninguém entra, ninguém sai", informou por telefone.

Segundo os representantes indígenas, o acordo com a empresa foi assinado há uma semana. Como não houve o pagamento, resolveram bloquear a estrada para, então, continuar as negociações. Os índios querem receber, de imediato, o valor estipulado. Pelo acordo, a empresa entregaria o dinheiro para a Funai e esta repassaria para os índios.

Para os indígenas da aldeia Halataikwa, as reivindicações vão além do repasse de dinheiro. Eles temem que o impacto ambiental das obras no rio Juruena prejudique a pesca. "Eles comem basicamente peixes, mandioca, batata e bastante mel. As águas já começaram a ficar turvas, eles sabem que a mudança os afetará", relatou o administrador regional da Funai em Juína, Antônio Carlos Ferreira de Aquino.
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source