From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
News
Cientistas, índios e seringueiros lançam Enciclopédia da Floresta
23/07/2002
Fonte: Página 20-Rio Branco-AC
Livro relata cultura, biodiversidade e a realidade social do povo da floresta para subsidiar desenvolvimento sustentado
Após seis anos de trabalho, dedicação e intensa pesquisa sobre a biodiversidade e a cultura da população do Alto Juruá, a obra intitulada Enciclopédia da Floresta ficou pronta. O livro, concluído em maio deste ano, foi fruto de uma inspiração do indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) Antônio Luiz Batista de Macedo, que convidou o antropólogo acreano Mauro Batista de Almeida para trabalhar com ele a idéia.
Depois, a também antropóloga Manuela Carneiro da Cunha foi chamada a entrar nessa empreitada com os dois acreanos. Mauro e Manuela, além de participarem da autoria, ficaram com a função de organizar a obra. Isso porque foram vários os autores. Foi resultado de uma parceria da Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Paulo (USP), antropólogos acreanos, representantes dos povos Kaxinawá, Katukinas, Ashaninka e de seringueiros do Alto Juruá.
ABORDAGEM - A enciclopédia trata, ao longo de suas 735 páginas, do conhecimento tradicional acumulado pelos povos indígenas e seringueiros do Alto Juruá. "É uma sistematização do conhecimento que essa população tem da floresta", explicou um dos pesquisadores e colaboradores do livro, Terri Valle de Aquino.
Na obra consta uma longa introdução relatando a trajetória percorrida pelos pesquisadores até a conclusão da enciclopédia, um pouco da realidade dos habitantes daquela parte da Amazônia e da diversidade de fauna e flora existentes ali.
Também há a história sobre a região e seus habitantes, a diversidade biológica do Alto Juruá, estudos sobre geologia, geomofologia, solos, aspectos florísticos, vegetação, fauna. Ainda o tempo, seus ciclos e calendários, as atividades desenvolvidas por aqueles povos e a classificação de mundo, inclusive dos animais, na concepção daquela população.
Para fechar a edição com chave de ouro, um dicionário de bichos e plantas.
"Reconhecemos que enciclopédia
é um nome ambicioso"
Os organizadores da Enciclopédia da Floresta já imaginando na interrogação gerada pelos leitores ao verem o nome da obra trataram de justificar tal título: "Reconhecemos que enciclopédia é um nome ambicioso. 'Enciclopédia da Floresta' mais ainda.
Quando se trata aqui apenas do ponto sudoeste da Amazônia brasileira, de um pedaço da Bacia do Alto Juruá e de quatro grupos que nele habitam: seringueiros, Kaxinawá, Katukina e Ashaninka, o nome se justifica. O conhecimento que as populações têm da floresta que habitam é verdadeiramente enciclopédico, no sentido de cobrir áreas variadas...".
Segundo Terri Aquino, o nome justifica-se ainda mais pelo fato dos próprios povos da floresta terem participação direta na obra. "O que enriquece o livro é o fato dos povos nativos da florestas, os índios e os seringueiros descendentes de nordestinos, serem, além de pesquisados, pesquisadores. Os cientistas escrevem sobre eles, mas eles próprios escrevem seus costumes e a natureza que os cerca", disse Terri.
IMPORTÂNCIA - A enciclopédia é um verdadeiro acervo de informações sobre o Alto Juruá e os povos que nele habitam. Por esse motivo é também uma rica fonte de pesquisa para cientistas, universitários, todo aquele que estiver interessado em ampliar seus conhecimentos sobre o assunto e até para curiosos.
"Acho que esse livro é muito importante para os estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac), principalmente para os acadêmicos em biologia e ciências sociais. E não para universitários e professores da área, mas para aqueles que querem conhecer o Acre e sua diversidade biológica e cultural", acrescentou Terri. "A obra é também uma boa explicação do que é essa tão divulgada Florestania aqui no Estado", finalizou.
APOIO - Além do esforço das lideranças da floresta e dos cientistas pesquisadores desse trabalho, para a publicação do resultado de seis anos de trabalho os organizadores contaram com a colaboração do Governo Federal através do Ministério do Meio Ambiente, da Coordenadoria de Agroextrativismo, Secretaria de Coordenação da Amazônia, PPG7, CNPT e IBAMA.
A enciclopédia foi publicada pela editora Companhia das Letras e já está a venda nas principais livrarias do Sul do país. No Acre a obra será lançada em setembro com o patrocínio da Fundação Elias Mansour.
Após seis anos de trabalho, dedicação e intensa pesquisa sobre a biodiversidade e a cultura da população do Alto Juruá, a obra intitulada Enciclopédia da Floresta ficou pronta. O livro, concluído em maio deste ano, foi fruto de uma inspiração do indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) Antônio Luiz Batista de Macedo, que convidou o antropólogo acreano Mauro Batista de Almeida para trabalhar com ele a idéia.
Depois, a também antropóloga Manuela Carneiro da Cunha foi chamada a entrar nessa empreitada com os dois acreanos. Mauro e Manuela, além de participarem da autoria, ficaram com a função de organizar a obra. Isso porque foram vários os autores. Foi resultado de uma parceria da Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Paulo (USP), antropólogos acreanos, representantes dos povos Kaxinawá, Katukinas, Ashaninka e de seringueiros do Alto Juruá.
ABORDAGEM - A enciclopédia trata, ao longo de suas 735 páginas, do conhecimento tradicional acumulado pelos povos indígenas e seringueiros do Alto Juruá. "É uma sistematização do conhecimento que essa população tem da floresta", explicou um dos pesquisadores e colaboradores do livro, Terri Valle de Aquino.
Na obra consta uma longa introdução relatando a trajetória percorrida pelos pesquisadores até a conclusão da enciclopédia, um pouco da realidade dos habitantes daquela parte da Amazônia e da diversidade de fauna e flora existentes ali.
Também há a história sobre a região e seus habitantes, a diversidade biológica do Alto Juruá, estudos sobre geologia, geomofologia, solos, aspectos florísticos, vegetação, fauna. Ainda o tempo, seus ciclos e calendários, as atividades desenvolvidas por aqueles povos e a classificação de mundo, inclusive dos animais, na concepção daquela população.
Para fechar a edição com chave de ouro, um dicionário de bichos e plantas.
"Reconhecemos que enciclopédia
é um nome ambicioso"
Os organizadores da Enciclopédia da Floresta já imaginando na interrogação gerada pelos leitores ao verem o nome da obra trataram de justificar tal título: "Reconhecemos que enciclopédia é um nome ambicioso. 'Enciclopédia da Floresta' mais ainda.
Quando se trata aqui apenas do ponto sudoeste da Amazônia brasileira, de um pedaço da Bacia do Alto Juruá e de quatro grupos que nele habitam: seringueiros, Kaxinawá, Katukina e Ashaninka, o nome se justifica. O conhecimento que as populações têm da floresta que habitam é verdadeiramente enciclopédico, no sentido de cobrir áreas variadas...".
Segundo Terri Aquino, o nome justifica-se ainda mais pelo fato dos próprios povos da floresta terem participação direta na obra. "O que enriquece o livro é o fato dos povos nativos da florestas, os índios e os seringueiros descendentes de nordestinos, serem, além de pesquisados, pesquisadores. Os cientistas escrevem sobre eles, mas eles próprios escrevem seus costumes e a natureza que os cerca", disse Terri.
IMPORTÂNCIA - A enciclopédia é um verdadeiro acervo de informações sobre o Alto Juruá e os povos que nele habitam. Por esse motivo é também uma rica fonte de pesquisa para cientistas, universitários, todo aquele que estiver interessado em ampliar seus conhecimentos sobre o assunto e até para curiosos.
"Acho que esse livro é muito importante para os estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac), principalmente para os acadêmicos em biologia e ciências sociais. E não para universitários e professores da área, mas para aqueles que querem conhecer o Acre e sua diversidade biológica e cultural", acrescentou Terri. "A obra é também uma boa explicação do que é essa tão divulgada Florestania aqui no Estado", finalizou.
APOIO - Além do esforço das lideranças da floresta e dos cientistas pesquisadores desse trabalho, para a publicação do resultado de seis anos de trabalho os organizadores contaram com a colaboração do Governo Federal através do Ministério do Meio Ambiente, da Coordenadoria de Agroextrativismo, Secretaria de Coordenação da Amazônia, PPG7, CNPT e IBAMA.
A enciclopédia foi publicada pela editora Companhia das Letras e já está a venda nas principais livrarias do Sul do país. No Acre a obra será lançada em setembro com o patrocínio da Fundação Elias Mansour.
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source