From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Cintas-largas em perigo
25/08/2002
Fonte: Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ
Na próxima semana diversas entidades vão propor ao Ministério da Justiça e à Presidência da República uma força-tarefa para atuar junto às tribos dos índios Cinta-larga. A mineração nas terras da etnia, distribuídas entre os Estados de Mato Grosso e Rondônia, está no centro dos problemas apontados pela indigenista Maria Inês Hargreaves, que assessora o Ministério Público de Cuiabá.
Segundo ela, os Cinta-Larga vivem uma situação parecida com o que ela acredita ser a de algumas favelas no Rio de Janeiro. ''Como no Rio, a ausência do Estado faz com que as pessoas que ali vivem demandem assistência do crime organizado. Neste caso, é a da máfia ambiental que atua na venda de recursos naturais'', analisa Maria Inês.
Apesar da fortuna em minérios e madeiras nobres como o mogno retirada sistematicamente de territórios indígenas, a maioria das aldeias não tem água potável. Segundo a pesquisadora, a mortalidade da população Cinta-Larga, em 1998, foi de 2,5% - um índice maior que o registrado no Afeganistão.
A demarcação de terras indígenas, no entanto, avançou muito, principalmente na região Norte. Mas não atingiu a maioria das áreas onde há conflitos de interesse econômico, justamente onde seria mais importante. Segundo Ubiratan Moreira, cerca de 35% da população indígena do país se concentra nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
Mas apenas 2% das terras demarcadas ficam nessas regiões. Uma área de grande conflito é o sul da Bahia, onde vivem os Pataxós-hã-hã-hãe. Segundo o líder Géssio de Melo, 16 índios já foram mortos por pistoleiros em choques com proprietários rurais na região.
Ele culpa a União e os Judiciários federal e estadual. Culpa a lentidão das ações que têm o objetivo de definir a posse de terras da região cacaueira. ''Isso é para matar o povo da gente, porque a gente não vai sair da terra'', diz Géssio. ''Nossa terra é rica para mineração, por isso a decisão não sai.''
Os interesses vão além da extração de recursos. Segundo levantamento do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), atualmente há projetos para a construção de 16 usinas hidrelétricas em áreas indígenas. (C.G.)
Segundo ela, os Cinta-Larga vivem uma situação parecida com o que ela acredita ser a de algumas favelas no Rio de Janeiro. ''Como no Rio, a ausência do Estado faz com que as pessoas que ali vivem demandem assistência do crime organizado. Neste caso, é a da máfia ambiental que atua na venda de recursos naturais'', analisa Maria Inês.
Apesar da fortuna em minérios e madeiras nobres como o mogno retirada sistematicamente de territórios indígenas, a maioria das aldeias não tem água potável. Segundo a pesquisadora, a mortalidade da população Cinta-Larga, em 1998, foi de 2,5% - um índice maior que o registrado no Afeganistão.
A demarcação de terras indígenas, no entanto, avançou muito, principalmente na região Norte. Mas não atingiu a maioria das áreas onde há conflitos de interesse econômico, justamente onde seria mais importante. Segundo Ubiratan Moreira, cerca de 35% da população indígena do país se concentra nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
Mas apenas 2% das terras demarcadas ficam nessas regiões. Uma área de grande conflito é o sul da Bahia, onde vivem os Pataxós-hã-hã-hãe. Segundo o líder Géssio de Melo, 16 índios já foram mortos por pistoleiros em choques com proprietários rurais na região.
Ele culpa a União e os Judiciários federal e estadual. Culpa a lentidão das ações que têm o objetivo de definir a posse de terras da região cacaueira. ''Isso é para matar o povo da gente, porque a gente não vai sair da terra'', diz Géssio. ''Nossa terra é rica para mineração, por isso a decisão não sai.''
Os interesses vão além da extração de recursos. Segundo levantamento do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), atualmente há projetos para a construção de 16 usinas hidrelétricas em áreas indígenas. (C.G.)
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