From Indigenous Peoples in Brazil

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Vídeo de MT premiado

08/09/2008

Autor: Claudio Oliveira

Fonte: Diário de Cuiabá - www.diariodecuiaba.com.br



"Priara Jô, depois do ovo a guerra", produzido aqui, recebeu menção honrosa. Vídeo mostra a brincadeira dos curumins da tribo Panará

Este é apenas o segundo ano do Festival Visões Periféricas, mas foram 250 vídeos inscritos, 50% a mais que a primeira edição. Este ano o secretário do audiovisual do MINC, Silvio Da-Rin compareceu e discursou salientando as ações do Mais Cultura. Provavelmente uma das maiores realizações do governo Lula na área cultural é justamente este firme propósito de descentralizar a produção audiovisual brasileira.

A Imaginário Digital, realizadora do festival, é uma associação cultural para fins não econômicos que tem por principal objetivo promover e assegurar o acesso e a formação de indivíduos para o uso das novas tecnologias em comunicação. Esta democratização no uso das tecnologias é justamente o cerne das produções apresentadas.

Marcio Blanco, sócio da Imaginário, frisou que o Visões Periféricas é antes de tudo um espaço de debate, reflexão e articulação política - lembrando que os realizadores da periferia possuem uma cadeira no Conselho consultivo da Secretaria do Audiovisual. "Trazer para esta confraternização (ocorreu no RJ) nada menos que 25 realizadores de 11 estados diferentes, além de um ônibus com 40 pessoas de São Paulo, me traz uma alegria imensa", comemorava.



Destaque

A Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas (ABD) começou a premiação lembrando a dificuldade de julgar vídeos com temas tão diferentes como, por exemplo, ficção, documentário e animação. A entidade ofereceu uma Menção Honrosa para "Priara Jô, depois do ovo a guerra" realizado pela instituição Vídeo Nas Aldeias, que mostra a brincadeira dos curumins da tribo Panará, aqui em Mato Grosso. O troféu da ABD foi para "Crônicas de um fato comum", da ONG Cidadela, que remonta a história de um jovem assassinado numa comunidade de periferia. Produzido no Rio de Janeiro, o vídeo também levou o Prêmio Crítica Social e seu diretor, Paulo Silva, morador da Cidade de Deus há 38 anos, dedicou a conquista aos seus filhos.

O Prêmio Coisas Nossas, dedicado a afirmação positiva das periferias foi para "Priara Jô, depois do ovo a guerra", enquanto o Prêmio Singular Periferia, que retratou a periferia de forma inovadora, humana e solidária ficou com "Cidade Cinza", dos mineiros Clebim Santos e Lucas Botelho. Por sua criatividade e irreverência, a animação "As Aventuras do Agente 77 - os cinco atos" recebeu uma Menção Honrosa. O vídeo foi realizado por Cacau Amaral, da CUFA do Rio de Janeiro.


Vídeo nas Aldeias

A ONG Vídeo nas Aldeias existe há quatorze anos e vem realizando trabalhos para a TV Escola e para o ministério da educação e cultura, bem como trabalhos diretos com as nações indígenas. A ONG incentiva e viabiliza a produção audiovisual realizada pelos próprios índios com o objetivo de dar voz e vez à periferia étnica. Os temas são de interesse das aldeias, como: Encontros, Rituais, Cotidiano e Conflitos.

Os Panará, também conhecidos como Krenakore, são do tronco lingüístico Jê e foram oficialmente contatados em 1973, quando a estrada Cuiabá-Santarém estava em construção e cortava seu território tradicional na região do Rio Peixoto Azevedo. A violência do contato ocasionou morte de 2/3 de sua população, em razão de doenças e massacres. À beira do extermínio, em 1975 foram transferidos pela Funai para o Parque Indígena do Xingu. Eles foram estimados em 250 indivíduos em 2004.
 

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