From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Disputa pelas terras provoca outra morte em Monte Pascoal
04/01/2003
Autor: Carla Fialho
Fonte: A Tarde-Salvador-BA
O conflito entre índios e fazendeiros, que há anos brigam na região do Parque Nacional do Monte Pascoal, provocou mais uma baixa
nas fileiras proprietárias de terras, com a morte do trabalhador rural João Batista de Jesus, 24
anos, assassinado à queima-roupa na noite do dia 1º de janeiro.
João Batista e o amigo Arnaldo Santos Reis Lima, segundo informações da Polícia Civil de
Itamaraju, voltavam de um culto da Igreja Evangélica, no entorno do Monte, por volta das
22h30, quando foram atacados por um grupo de homens, que a Polícia suspeita ser de índios.
Arnaldo conseguiu escapar, mas João Batista morreu na hora, vítima de cinco disparos, que o
atingiram principalmente na cabeça.
O crime, para o delegado da Polícia Civil de Itamaraju, Antônio José Batista, revela a gravidade
do conflito no Monte Pascoal, sendo este o terceiro homicídio em dois meses. Outros dois
trabalhadores, Juraci da Costa Rocha e José Geraldo Morais, foram assassinados de forma
semelhante. A principal crítica de José Batista é que as mortes vêm ocorrendo sem que os
órgãos competentes, sobretudo a Funai, dêem importância aos fatos. "A qualquer hora o
confronto pode tomar proporções bem maiores, com mais mortes. Assim pode ser que alguém
olhe para o que está acontecendo no Monte", critica.
Índios e fazendeiros travam uma árdua luta pelas terras no entorno do Parque Nacional do
Monte Pascoal. O confronto foi agravado no ano passado, quando os pataxós intensificaram o
processo de retomadas das terras indígenas, com ocupação de cinco propriedades. As
ocupações provocaram a revolta dos fazendeiros que, posteriormente, através de liminares de
reintegração de posse, expulsaram os índios de suas terras. Os dois principais pontos de
conflito são nas fazendas Santo Agostinho, a primeira a ser ocupada em abril do ano passado,
e Oriente.
Para proteger suas terras de uma nova "invasão por parte dos índios" os fazendeiros estão
mantendo no local o que chamam de associação de seguranças, a qual pertencem os três
trabalhadores até agora assassinados. Os índios preferem chamar de associação de
pistoleiros. Os pataxós se dizem vítimas dos homens armados. O assassinato do segurança
José Geraldo Morais, por exemplo, teria acontecido depois que ele tentou atacar algumas
famílias pataxó, na casa deles. Isso na versão dos índios.
Outros episódios envolvendo índios e seguranças, como a prisão do índio Cosme Pereira da
Conceição e o seqüestro de uma família de trabalhadores rurais mantidos em cárcere privado
pelos índios, marcam o confronto. Sem falar nos tiroteios que se tornaram corriqueiros.
As retomadas pataxós, apesar de acirrarem o conflito, não alcançaram seu verdadeiro objetivo,
que é apressar a demarcação do território indígena. Os pataxós reivindicam uma área de 180
mil hectares na região do Monte Pascoal. Se a área pertence a eles ou não, só o laudo
elaborado por um grupo técnico da Funai vai poder responder. E é justamente aí que está o
problema. Já faz três anos que o estudo está em andamento e até agora nada do laudo sair.
nas fileiras proprietárias de terras, com a morte do trabalhador rural João Batista de Jesus, 24
anos, assassinado à queima-roupa na noite do dia 1º de janeiro.
João Batista e o amigo Arnaldo Santos Reis Lima, segundo informações da Polícia Civil de
Itamaraju, voltavam de um culto da Igreja Evangélica, no entorno do Monte, por volta das
22h30, quando foram atacados por um grupo de homens, que a Polícia suspeita ser de índios.
Arnaldo conseguiu escapar, mas João Batista morreu na hora, vítima de cinco disparos, que o
atingiram principalmente na cabeça.
O crime, para o delegado da Polícia Civil de Itamaraju, Antônio José Batista, revela a gravidade
do conflito no Monte Pascoal, sendo este o terceiro homicídio em dois meses. Outros dois
trabalhadores, Juraci da Costa Rocha e José Geraldo Morais, foram assassinados de forma
semelhante. A principal crítica de José Batista é que as mortes vêm ocorrendo sem que os
órgãos competentes, sobretudo a Funai, dêem importância aos fatos. "A qualquer hora o
confronto pode tomar proporções bem maiores, com mais mortes. Assim pode ser que alguém
olhe para o que está acontecendo no Monte", critica.
Índios e fazendeiros travam uma árdua luta pelas terras no entorno do Parque Nacional do
Monte Pascoal. O confronto foi agravado no ano passado, quando os pataxós intensificaram o
processo de retomadas das terras indígenas, com ocupação de cinco propriedades. As
ocupações provocaram a revolta dos fazendeiros que, posteriormente, através de liminares de
reintegração de posse, expulsaram os índios de suas terras. Os dois principais pontos de
conflito são nas fazendas Santo Agostinho, a primeira a ser ocupada em abril do ano passado,
e Oriente.
Para proteger suas terras de uma nova "invasão por parte dos índios" os fazendeiros estão
mantendo no local o que chamam de associação de seguranças, a qual pertencem os três
trabalhadores até agora assassinados. Os índios preferem chamar de associação de
pistoleiros. Os pataxós se dizem vítimas dos homens armados. O assassinato do segurança
José Geraldo Morais, por exemplo, teria acontecido depois que ele tentou atacar algumas
famílias pataxó, na casa deles. Isso na versão dos índios.
Outros episódios envolvendo índios e seguranças, como a prisão do índio Cosme Pereira da
Conceição e o seqüestro de uma família de trabalhadores rurais mantidos em cárcere privado
pelos índios, marcam o confronto. Sem falar nos tiroteios que se tornaram corriqueiros.
As retomadas pataxós, apesar de acirrarem o conflito, não alcançaram seu verdadeiro objetivo,
que é apressar a demarcação do território indígena. Os pataxós reivindicam uma área de 180
mil hectares na região do Monte Pascoal. Se a área pertence a eles ou não, só o laudo
elaborado por um grupo técnico da Funai vai poder responder. E é justamente aí que está o
problema. Já faz três anos que o estudo está em andamento e até agora nada do laudo sair.
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