From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

News

Povo Guarani busca fortalecer unidade continental

26/10/2009

Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=4230&eid=352



Representantes do Povo Guarani da Bolívia, Argentina, do Paraguai e Brasil, se reuniram em Foz do Iguaçu-PR, de 16 a 19 de outubro de 2009 para definir linhas gerais sobre o que vai ser o III Encontro Continental do Povo Guarani, que se realizará no Paraguai em 2010.

Como a questão espiritual é um alicerce permanente na luta do Povo Guarani pela reconstituição de seus territórios ancestrais e autodeterminação, esse aspecto fundamental esteve presente ao longo de toda a reunião em Foz, na palavra sábia dos anciãos que acompanharam as lideranças durante o encontro.

Na reunião, mais de cinqüenta representantes relataram as realidades em cada um dos países e encontraram pontos comuns nas problemáticas. Isto porque a pressão exercida na maioria dos países pelos setores empresariais da sociedade não indígena, representada pelos governos de turno, conduzem historicamente a conseqüências que não mudaram em muito a situação na atualidade: Expulsão e etnocídio dos povos originários.

"Não haverá democracia se algum setor social é discriminado e não lhe é permitido participar nos temas que os afetam, como por exemplo, na questão do racismo criminal contra os povos indígenas, que acontece quase na maioria dos países", foi refletido durante o encontro. Também foi concluído que a autodeterminação é uma necessidade urgente; "assim como a demarcação de nossos territórios, de onde fomos expulsos violentamente, ficando as nossas terras nas mãos dos latifundiários, mercadores da terra e Estados nacionais, produto de um suposto direito de conquista. Isto não aceitaremos nunca".

"Deve ser cumprido o que as leis dizem. E do que está escrito, pouco é cumprido. Queremos que os governos façam realidade, o que afirmam", disseram repetidas vezes os representantes indígenas. Repudiaram o silencio e cumplicidade dos juizes com os poderosos, acusando-os de serem "funcionais ao sistema etnocida" , sendo que passa pelo judiciário "estranhos limites territoriais" que limitam o livre transito do Povo Guarani nas fronteiras, o qual "divide o nosso povo com muros invisíveis, porém poderosos".

A vulnerabilidade em que se encontram os Guarani nos países de América do Sul é um aspecto que não está sendo levado a sério pelos Governos, para concretizar políticas públicas que garantam o acesso aos direitos fundamentais desses povos e a efetivação das leis nacionais e internacionais, segundo foi assinalado igualmente.

"Sem a efetiva demarcação das terras Guarani, todo processo de desenvolvimento na região estará marcada pelo sangue, a injustiça e o crime; sem o reconhecimento e garantia das terras Guarani não existirá democracia", expressaram as lideranças da Bolívia, Argentina, do Brasil e Paraguai, num pronunciamento final.

Para o seguinte encontro continental Guarani, que se realizara no Paraguai no próximo ano, seus representantes definiram os seguintes eixos temáticos: Territorialidade: terra e autonomia; e Autodeterminação: autogestão e governabilidade.
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source