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Índios pareci visitam governador

10/09/2003

Fonte: midianews-Cuiabá-MT



Quinze caciques de 42 aldeias das Reservas Indígenas Utiariti e Pareci estarão reunidos hoje com o governador Blairo Maggi como forma de agradecimento pelo apoio prestado na solução do conflito. O governador designou o superintendente ouvidor de Política Indigenista, Idevar Sardinha, e o presidente da Empaer, Aréssio Paquer, para integrarem a equipe de representantes da Funai de Brasília que se deslocaram até a aldeia Bacaval, em Tangará da Serra, na última sexta-feira.

Após a chegada do superintendente de Política Indigenista, Idevar Sardinha, os índios que bloqueavam a rodovia MT-235, conhecida como "Nova Fronteira", desde o dia 31 de agosto, liberaram o trafego na pista. Na manhã de sábado (06.09), os representantes da Funai de Brasília e do Governo reuniram-se com os índios e ouviram as reivindicações.

De acordo com o superintendente Idevar Sardinha, os índios reivindicavam autorização para cultivarem o território e aguardavam anuência do Governo Federal para a aquisição de maquinários. Sardinha afirmou que o clima estava tenso na aldeia, já que há tempos os representantes pareci encaminharam a autorização à Funai, em Brasília.

O Governo de Mato Grosso se comprometeu em auxiliar os índios ofertando assessoria técnica no cultivo da terra, discutindo alternativas para explorar a terra sem prejudicar o ambiente e formar parcerias com os Municípios vizinhos às Reservas Indígenas. Além da ajuda técnica, o Governo também elaborará um estudo de gestão territorial, em conjunto com a Funai, realizando levantamento de impacto ambiental na área.

O estudo é pioneiro no País e visa auxiliar os índios com informações sobre onde é possível plantar, como explorar a terra sem prejudicar o ambiente. De acordo com o presidente da Empaer, Aréssio Paquer, a intenção é realizar o trabalho de forma participativa com os índios e dar o suporte técnico de que necessitam.

Segundo Sardinha, os índios já conseguiram o financiamento no Banco do Brasil para a aquisição dos maquinários e aguardam o aval da Funai para começar a plantar. "O estudo auxiliará os índios no cultivo do solo, já que eles têm a terra e dominam o manejo das máquinas. Inclusive, muitos deles trabalham em fazendas vizinhas, operando colheitadeiras e tratores", disse.

Na opinião do superintendente Idevar Sardinha, a reivindicação dos parecis é legítima, pois não é possível continuar tratando os índios como há 30 anos, onde podiam sobreviver de caça e pesca. Paquer complementa afirmando que é preciso dar o suporte para a subsistência indígena sem influenciar na tradição e cultura. "Temos que ajudá-los a transformar sabedoria popular em alternativas de sustento", disse o presidente da Empaer, Aréssio Paquer.

Os pareci ocupam uma área de aproximadamente um milhão de hectares, divididos em 42 aldeias, com uma população de cerca de 1,8 mil índios. As aldeias estão localizadas nos Municípios de Tangará da Serra, Sapezal e Campo Novo dos Parecis. Os pareci estão organizados em duas associações: Halitinae, que congrega 29 aldeias, e Waymare, com 13 aldeias.
 

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