From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Notícias
Unesco poderá dar selo verde ao Geopark Araripe
17/11/2010
Autor: Antônio Vicelmo
Fonte: Diário do Nordeste - http://diariodonordeste.globo.com
Depois de dois dias de visitas aos nove geossítios que fazem parte do Geopark Araripe, a Comissão da Unesco concluiu a pesquisa com uma avaliação positiva. No entanto, o laudo conclusivo só será divulgado no mês de março durante reunião da Unesco. "Os equipamentos visitados se enquadram perfeitamente no perfil de outros geoparks espalhados pelo mundo", disse a geóloga norueguesa, Kristin Rangner, integrante da Comissão da Unesco, acrescentando que o Cariri possui peculiaridades que não são encontradas noutras localidades do mundo.
Ela citou como exemplo o Centro de Interpretação da Universidade Regional do Cariri (Urca), que funciona no parque de exposições do Crato. A expectativa é de que será concedido e selo verde. A geóloga explicou que este processo de avaliação é permanente. "O geopark, segundo afirmou, nunca termina, está sempre acompanhando as mudanças e as exigências da comunidade onde está inserido".
A avaliação de quatro em quatro anos é um procedimento normal. "São valorizados o saber local, seu legado histórico, cultural e social, seus produtos locais (geoprodutos), a essência dos seres que habitam aquele sítio desde sempre", explicou a representante da Unesco. A Comissão percebeu que existe uma integração dos diversos órgãos regionais com o Geopark, o que, na avaliação da Unesco, é fundamental no processo.
História da humanidade
O francês Guy Martini, que até então se mostrava reticente em suas avaliações, está entusiasmado com o que viu. Cada um desses pontos têm uma história para contar. Este detalhe, segundo Martini, é muito importante para entender a história da humanidade. A Floresta Petrificada de Missão Velha, por exemplo, conta a história da separação do continente africano. "Os Geoparks são territórios de sustentabilidade, onde o ser humano deve conviver harmonicamente com o meio que o cerca, respeitando a história do lugar", afirmou Martini.
Para a vice-reitora da Universidade Regional do Cariri, Otonite Cortez, que acompanhou a Comissão, a perspectiva do selo verde é a coroação de um trabalho que foi feito, nos últimos dois anos, no sentido de fortalecer a infraestrutura do Geopark Araripe. "Todos estão conscientes de que o Geopark é um projeto de desenvolvimento sustentável", afirmou a vice-reitora.
A programação de ontem começou com uma visita à Floresta Nacional do Araripe (Flona). Debaixo de um "visgueiro", a chefe da Floresta, Verônica Figueiredo, fez uma explanação sobre a importância da Floresta para a região e a sua integração com o projeto do Geopark. Em seguida, a comissão fez uma trilha dentro da floresta. A norueguesa Kristin Rangner se deteve para fotografar uma cigarra, enquanto o francês Guy Martini chamou a atenção do látex extraído da janaguba, uma árvore nativa da serra, cuja seiva é utilizada no combate ao câncer.
A próxima parada foi na ponte de pedra, na descida da serra, no Município de Nova Olinda. O paleontólogo Álamo Feitosa explicou que a ponte corresponde uma geoforma esculpida em arenitos, resultado da erosão provocada pela água ao longo de milhões de anos. No passado, a ponte era usada como caminho para os índios Kariris para ter acesso a uma fonte de água cristalina que ainda hoje existe nas proximidades.
Os integrantes ouviam, com interesse, todas as explicações, inclusive as lendas em torno dos sítios. A programação de visitas foi concluída no fim da tarde com pesquisas no Memorial Casa Grande de Nova Olinda, Museu de Paleontologia e Parque dos Dinossauros e Ponta da Santa Cruz de Santana do Cariri.
Um dos critérios de avaliação é a visibilidade do geopark, e principalmente junto à comunidade local. Diante das experiências que vem conhecendo de países da Europa, a secretária-adjunta da Secitece, Tereza Mota, afirma que hoje o Geopark Araripe está numa posição privilegiada com um envolvimento gradativo da comunidade acadêmica, bem como da sociedade em geral na região.
Fique por dentro
Área de abrangência
O Geopark Araripe está localizado ao sul do Estado do Ceará, na porção cearense da Bacia Sedimentar do Araripe e abrange seis municípios da região do Cariri. Possui uma área de aproximadamente 3.520,52 km² e que corresponde ao contexto territorial das cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri. Um geopark é uma área com expressão territorial e limites bem definidos, que contém um número significativo de sítios de interesse geológico, histórico-cultural e rico em biodiversidade.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=885884
Ela citou como exemplo o Centro de Interpretação da Universidade Regional do Cariri (Urca), que funciona no parque de exposições do Crato. A expectativa é de que será concedido e selo verde. A geóloga explicou que este processo de avaliação é permanente. "O geopark, segundo afirmou, nunca termina, está sempre acompanhando as mudanças e as exigências da comunidade onde está inserido".
A avaliação de quatro em quatro anos é um procedimento normal. "São valorizados o saber local, seu legado histórico, cultural e social, seus produtos locais (geoprodutos), a essência dos seres que habitam aquele sítio desde sempre", explicou a representante da Unesco. A Comissão percebeu que existe uma integração dos diversos órgãos regionais com o Geopark, o que, na avaliação da Unesco, é fundamental no processo.
História da humanidade
O francês Guy Martini, que até então se mostrava reticente em suas avaliações, está entusiasmado com o que viu. Cada um desses pontos têm uma história para contar. Este detalhe, segundo Martini, é muito importante para entender a história da humanidade. A Floresta Petrificada de Missão Velha, por exemplo, conta a história da separação do continente africano. "Os Geoparks são territórios de sustentabilidade, onde o ser humano deve conviver harmonicamente com o meio que o cerca, respeitando a história do lugar", afirmou Martini.
Para a vice-reitora da Universidade Regional do Cariri, Otonite Cortez, que acompanhou a Comissão, a perspectiva do selo verde é a coroação de um trabalho que foi feito, nos últimos dois anos, no sentido de fortalecer a infraestrutura do Geopark Araripe. "Todos estão conscientes de que o Geopark é um projeto de desenvolvimento sustentável", afirmou a vice-reitora.
A programação de ontem começou com uma visita à Floresta Nacional do Araripe (Flona). Debaixo de um "visgueiro", a chefe da Floresta, Verônica Figueiredo, fez uma explanação sobre a importância da Floresta para a região e a sua integração com o projeto do Geopark. Em seguida, a comissão fez uma trilha dentro da floresta. A norueguesa Kristin Rangner se deteve para fotografar uma cigarra, enquanto o francês Guy Martini chamou a atenção do látex extraído da janaguba, uma árvore nativa da serra, cuja seiva é utilizada no combate ao câncer.
A próxima parada foi na ponte de pedra, na descida da serra, no Município de Nova Olinda. O paleontólogo Álamo Feitosa explicou que a ponte corresponde uma geoforma esculpida em arenitos, resultado da erosão provocada pela água ao longo de milhões de anos. No passado, a ponte era usada como caminho para os índios Kariris para ter acesso a uma fonte de água cristalina que ainda hoje existe nas proximidades.
Os integrantes ouviam, com interesse, todas as explicações, inclusive as lendas em torno dos sítios. A programação de visitas foi concluída no fim da tarde com pesquisas no Memorial Casa Grande de Nova Olinda, Museu de Paleontologia e Parque dos Dinossauros e Ponta da Santa Cruz de Santana do Cariri.
Um dos critérios de avaliação é a visibilidade do geopark, e principalmente junto à comunidade local. Diante das experiências que vem conhecendo de países da Europa, a secretária-adjunta da Secitece, Tereza Mota, afirma que hoje o Geopark Araripe está numa posição privilegiada com um envolvimento gradativo da comunidade acadêmica, bem como da sociedade em geral na região.
Fique por dentro
Área de abrangência
O Geopark Araripe está localizado ao sul do Estado do Ceará, na porção cearense da Bacia Sedimentar do Araripe e abrange seis municípios da região do Cariri. Possui uma área de aproximadamente 3.520,52 km² e que corresponde ao contexto territorial das cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri. Um geopark é uma área com expressão territorial e limites bem definidos, que contém um número significativo de sítios de interesse geológico, histórico-cultural e rico em biodiversidade.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=885884
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.