From Indigenous Peoples in Brazil
News
Mulheres indígenas discutem impactos dos grandes projetos em territórios
11/10/2011
Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br/
Mulheres indígenas de cinco povos do Estado do Tocantins (TO) se reuniram entre os dias 27 e 29 do mês passado para o seminário Os Grandes Projetos nas Terras Indígenas. Em Defesa da Vida e da Terra!
De que forma o avanço do desenvolvimento predatório, com hidrelétricas, agronegócio, estradas rasgando territórios indígenas e outros grandes empreendimentos, integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), afeta a vida das mulheres indígenas e de suas comunidades?
Essa foi uma das perguntas respondidas no seminário. As indígenas reunidas, ao final do encontro, redigiram uma carta com protestos e reivindicações - que segue na íntegra.
Carta do Seminário
Nos dias 27, 28 e 29 de setembro deste ano foi realizado o seminário: Os Grandes Projetos nas Terras Indígenas. Em Defesa da Vida e da Terra! O encontro aconteceu no município de Miracema do Tocantins (TO).
Estiveram presentes mulheres de cinco povos indígenas dos povos Apinajé, Krahô, Xerente, Krahô-Kanela e Karajá de Xambioá. Nós mulheres estamos preocupadas com nossos netos, velhos, filhos, tataranetos e com nossa geração e com nossas terras indígenas que são, para nós, nossa mãe, pois é dela que tiramos nossos alimentos, onde nós pescamos, caçamos, plantamos roças e colhemos os frutos para nossas crianças.
Nós queremos nosso rio limpo para beber, tomar banho, sem o agrotóxico que mata os peixes, as caças e que acaba com nossos animais. Estamos preocupadas com as ameaças às nossas terras indígenas, porque o kupê não está respeitando os nossos direitos e está trazendo os projetos grandes - eucalipto, soja, pinheiro, algodão, mamonas, canaviais e arroz.
Também as ameaças de construção de barragens, asfaltos, pontes e tudo isso que só vai beneficiar as grandes empresas, não vai melhorar a vida dos indígenas e só vai diminuir as terras indígenas acabando com as matas nativas e o que há nelas - como o babaçu, bacaba, buriti, cajui, caju, cajá, bacuri, peque, murici, acabando com o capim dourado e as caças.
Os grandes projetos só dividem os indígenas. Nós mulheres indígenas estamos reivindicando nossos direitos, garantidos nos artigos número 231 e 232 da Constituição Federal, , a ter terras protegidas, demarcadas, fiscalizadas e respeitadas, para não ser impactadas pelos grandes projetos que querem um desenvolvimento que destrói a natureza. Por isso pedimos para a presidente da República, ao presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e ao Ministério Público Federal (MPF) proteção.
Viemos pedir por esta carta que nossas terras e direitos sejam protegidos. Nós mulheres não queremos os grandes projetos nas nossas terras. Pois queremos viver livres de impactos e sofrimentos que cercam nossas comunidades e nossos povos.
http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=5835&action=read
De que forma o avanço do desenvolvimento predatório, com hidrelétricas, agronegócio, estradas rasgando territórios indígenas e outros grandes empreendimentos, integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), afeta a vida das mulheres indígenas e de suas comunidades?
Essa foi uma das perguntas respondidas no seminário. As indígenas reunidas, ao final do encontro, redigiram uma carta com protestos e reivindicações - que segue na íntegra.
Carta do Seminário
Nos dias 27, 28 e 29 de setembro deste ano foi realizado o seminário: Os Grandes Projetos nas Terras Indígenas. Em Defesa da Vida e da Terra! O encontro aconteceu no município de Miracema do Tocantins (TO).
Estiveram presentes mulheres de cinco povos indígenas dos povos Apinajé, Krahô, Xerente, Krahô-Kanela e Karajá de Xambioá. Nós mulheres estamos preocupadas com nossos netos, velhos, filhos, tataranetos e com nossa geração e com nossas terras indígenas que são, para nós, nossa mãe, pois é dela que tiramos nossos alimentos, onde nós pescamos, caçamos, plantamos roças e colhemos os frutos para nossas crianças.
Nós queremos nosso rio limpo para beber, tomar banho, sem o agrotóxico que mata os peixes, as caças e que acaba com nossos animais. Estamos preocupadas com as ameaças às nossas terras indígenas, porque o kupê não está respeitando os nossos direitos e está trazendo os projetos grandes - eucalipto, soja, pinheiro, algodão, mamonas, canaviais e arroz.
Também as ameaças de construção de barragens, asfaltos, pontes e tudo isso que só vai beneficiar as grandes empresas, não vai melhorar a vida dos indígenas e só vai diminuir as terras indígenas acabando com as matas nativas e o que há nelas - como o babaçu, bacaba, buriti, cajui, caju, cajá, bacuri, peque, murici, acabando com o capim dourado e as caças.
Os grandes projetos só dividem os indígenas. Nós mulheres indígenas estamos reivindicando nossos direitos, garantidos nos artigos número 231 e 232 da Constituição Federal, , a ter terras protegidas, demarcadas, fiscalizadas e respeitadas, para não ser impactadas pelos grandes projetos que querem um desenvolvimento que destrói a natureza. Por isso pedimos para a presidente da República, ao presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e ao Ministério Público Federal (MPF) proteção.
Viemos pedir por esta carta que nossas terras e direitos sejam protegidos. Nós mulheres não queremos os grandes projetos nas nossas terras. Pois queremos viver livres de impactos e sofrimentos que cercam nossas comunidades e nossos povos.
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