From Indigenous Peoples in Brazil
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Garimpeiros se escondem e PF investiga invasão
07/05/2004
Fonte: O Liberal-Belém-PA
Inquérito apura garimpo ilegal em área de reserva indígena, que seria financiado por empresários locais
A Polícia Federal do Pará abriu inquérito para apurar a invasão da reserva indígena Caiapó por garimpeiros que ocuparam três locais diferentes da imensa região localizada entre os municípios de São Félix do Xingu e Altamira. As primeiras investigações da PF revelam que a invasão é financiada por empresários de Redenção, que chegaram a assinar um contrato com os caciques Bekerê e Rayol, da aldeia Pukany. O contrato, segundo o delegado Raimundo Freitas, não tem nenhum valor legal, porque as terras pertencem à União Federal.
Os garimpeiros utilizavam mercúrio para fazer a separação do ouro extraido do fundo do Igarapé Mãe Preta. Os danos ambientais provocados à natureza e aos índios serão avaliados por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Com o reforço de homens do Exército, cinco agentes da PF já identificaram três áreas onde está sendo feita a extração de ouro. Em um dos locais, os garimpeiros fugiram às pressas pela mata ao perceber a aproximação dos policiais, abandonando seus barracos, máquinas e balanças para a pesagem do ouro.
A chegada dos agentes federais à aldeia Crocaimoro foi saudada com alegria pelos índios. No local, 40 guerreiros pintados e armados não continham a impaciência por uma solução rápida. Eles disseram que estavam dispostos a expulsar na marra os garimpeiros se a PF não conseguisse retirá-los.
Quatro delegados e um perito da Polícia Federal, juntamente com um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Colíder (MT), Enoque Sampaio, decolaram por volta das 12 horas de quarta-feira da cidade de São Félix do Xingu, chegando ao Igarapé Mãe Preta por volta das 15 horas. A intenção era prender os garimpeiros que fossem encontrados no local, mas isso não foi possível devido à fuga deles. As máquinas e outros equipamentos de garimpagem foram apreendidos e em seguida destruídos pelos policiais.
Na "Operação Kayapó" foi usado um helicóptero das Forças Especiais do Exército na Amazônia, que estava baseado em Manaus (AM). Os agentes localizaram duas pistas de pouso e doze barracões de garimpeiros. De acordo com Enoque Sampaio, a situação agora está sob controle. "Fizemos uma reunião com caciques e guerreiros e eles concordaram em passar informações e pedir ajuda da Funai e PF antes de tomarem qualquer decisão de luta em caso de novas invasões", ressaltou.
O major do Exército, Marcos Vinicius Mendonça, acredita que ainda existam garimpeiros na terra dos índios. É provável que tenham escondido suas máquinas de trabalho para voltar à garimpagem tão logo a Polícia Federal e o Exército deixem a reserva. A intenção dos agentes do governo e retornar ao local em uma semana para verificar se ainda perdura a extração de ouro.
Assinaturas - No contrato para a exploração de ouro apreendido pela PF, aparecem as assinaturas do empresário de Redenção, Santídio Ferreira Nunes, dos caciques Bekerê e Rayol e de mais cinco garimpeiros. O documento tem a data de 26 de novembro do ano passado. Pelo que reza o contrato, os índios da aldeia Pukany teriam direito a um percentual sobre o ouro que fosse encontrado na reserva. "Para que a exploração pudesse ser feita no local teria de haver uma autorização da União Federal", explica o delegado da PF em Redenção, Maurício Rocha. E completa: "Os caciques não têm poder para fechar contratos para extrair minérios". Os índios que autorizaram a garimpagem ilegal poderão responsabilizados por crime de co-autoria. A PF vai pedir à Funai que seja concedida autorização para os caciques Bekerê e Rayol prestarem depoimento.
A Polícia Federal do Pará abriu inquérito para apurar a invasão da reserva indígena Caiapó por garimpeiros que ocuparam três locais diferentes da imensa região localizada entre os municípios de São Félix do Xingu e Altamira. As primeiras investigações da PF revelam que a invasão é financiada por empresários de Redenção, que chegaram a assinar um contrato com os caciques Bekerê e Rayol, da aldeia Pukany. O contrato, segundo o delegado Raimundo Freitas, não tem nenhum valor legal, porque as terras pertencem à União Federal.
Os garimpeiros utilizavam mercúrio para fazer a separação do ouro extraido do fundo do Igarapé Mãe Preta. Os danos ambientais provocados à natureza e aos índios serão avaliados por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Com o reforço de homens do Exército, cinco agentes da PF já identificaram três áreas onde está sendo feita a extração de ouro. Em um dos locais, os garimpeiros fugiram às pressas pela mata ao perceber a aproximação dos policiais, abandonando seus barracos, máquinas e balanças para a pesagem do ouro.
A chegada dos agentes federais à aldeia Crocaimoro foi saudada com alegria pelos índios. No local, 40 guerreiros pintados e armados não continham a impaciência por uma solução rápida. Eles disseram que estavam dispostos a expulsar na marra os garimpeiros se a PF não conseguisse retirá-los.
Quatro delegados e um perito da Polícia Federal, juntamente com um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Colíder (MT), Enoque Sampaio, decolaram por volta das 12 horas de quarta-feira da cidade de São Félix do Xingu, chegando ao Igarapé Mãe Preta por volta das 15 horas. A intenção era prender os garimpeiros que fossem encontrados no local, mas isso não foi possível devido à fuga deles. As máquinas e outros equipamentos de garimpagem foram apreendidos e em seguida destruídos pelos policiais.
Na "Operação Kayapó" foi usado um helicóptero das Forças Especiais do Exército na Amazônia, que estava baseado em Manaus (AM). Os agentes localizaram duas pistas de pouso e doze barracões de garimpeiros. De acordo com Enoque Sampaio, a situação agora está sob controle. "Fizemos uma reunião com caciques e guerreiros e eles concordaram em passar informações e pedir ajuda da Funai e PF antes de tomarem qualquer decisão de luta em caso de novas invasões", ressaltou.
O major do Exército, Marcos Vinicius Mendonça, acredita que ainda existam garimpeiros na terra dos índios. É provável que tenham escondido suas máquinas de trabalho para voltar à garimpagem tão logo a Polícia Federal e o Exército deixem a reserva. A intenção dos agentes do governo e retornar ao local em uma semana para verificar se ainda perdura a extração de ouro.
Assinaturas - No contrato para a exploração de ouro apreendido pela PF, aparecem as assinaturas do empresário de Redenção, Santídio Ferreira Nunes, dos caciques Bekerê e Rayol e de mais cinco garimpeiros. O documento tem a data de 26 de novembro do ano passado. Pelo que reza o contrato, os índios da aldeia Pukany teriam direito a um percentual sobre o ouro que fosse encontrado na reserva. "Para que a exploração pudesse ser feita no local teria de haver uma autorização da União Federal", explica o delegado da PF em Redenção, Maurício Rocha. E completa: "Os caciques não têm poder para fechar contratos para extrair minérios". Os índios que autorizaram a garimpagem ilegal poderão responsabilizados por crime de co-autoria. A PF vai pedir à Funai que seja concedida autorização para os caciques Bekerê e Rayol prestarem depoimento.
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