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Com conflitos, Ebal fecha unidade no sul e caminhões têm que ir para Feira

11/09/2013

Fonte: G1/BA - http://g1.globo.com



Caminhões estão parados em frente à sede da Empresa Baiana de Alimentos S.A (Ebal), em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, na noite desta quarta-feira (11). Segundo Florisvaldo Américo, coordenador da empresa, os veículos seriam descarregados na cidade de Buerarema, no sul da Bahia, mas tiveram que ser transferidos para Feira de Santana devido aos conflitos indígenas na região.

"Nós tivemos um problema em Buerarema em decorrência dos conflitos e desativamos a unidade de lá. Por isso, começamos a receber as cargas de lá e houve um gargalo, já que recebemos 50% a mais do que recebiamos antes. Só hoje nós descarregamos mais de 12 caminhões", relata o coordenador.

A unidade da Ebal de Feira de Santana chegou a ter 23 caminhões parados nesta quarta-feira. Mesmo com a alta demanda, Florivaldo Américo afirma que todos os caminhões vão ser descarregados. "Estamos conseguindo dar conta. Tudo está sendo resolvido aos poucos. Vamos reativar a unidade de Buerarema", acrescenta, sem especificar prazos.

Em nota, a Empresa Baiana de Alimentos S.A informou que, após os conflitos indígenas se iniciarem na região de Buerarema, a Ebal removeu todo o estoque da Central de Distribuição local, "visando a segurança e integridade física de seus funcionários, além da preservação do patrimônio".

Ainda em nota, a Ebal afirma que, com a polícia e a Força Nacional na cidade, "inicia o processo de reabertura gradativa do local, passando a receber novos estoques de mercadorias e retomando a rotina de distribuição".


O conflito

A localidade conhecida como Serra do Padeiro, entre Buerarema, Una e Ilhéus, é alvo de disputa entre índios e fazendeiros. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), indígenas estão ocupando fazendas que se encontram no interior da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, que pertence aos índios Tupinambás.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirma que 300 indígenas Tupinambás participam das ações de ocupação das fazendas, que ficam em uma área de 47.376 hectares. Segundo o Cimi, entre o dia 2 e 13, 40 propriedades foram retomadas. O órgão conta que a área foi reconhecida pela Funai e que o processo estaria parado no Ministério da Justiça, o que teria motivado a ocupação das terras.

No entanto, Luis Uaquim, presidente da Associação dos Pequenos Produtores, alega que a área ainda não foi demarcada. "São locais de 2, 3 hectares. Não tem nada homologado. Nada que diga que é uma área indígena", afirmou. Ele conta ainda que os índios estariam sendo violentos durante a ocupação das propriedades.

"Eles [os índios] contratam pessoas e elas se vestem de índio, e vão atirando, tocando fogo nas propriedades. Eles [os fazendeiros] estão vivendo um terror. Eles moram lá e não têm pra onde ir. Isso é terror mesmo", apontou Uaquim.

Segundo o Cimi, na noite do dia 14, um caminhão que transportava alunos da Escola Estadual Indígena Tupinambá da Serra do Padeiro foi alvo de tiros oriundos de um homem que se encontrava em cima de um barranco. Duas pessoas ficaram feridas. Para o órgão, o objetivo do atirador era atingir um homem que seria irmão de um cacique Tupinambá.



http://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/09/com-conflitos-ebal-fecha-unidade-no-sul-e-caminhoes-tem-que-ir-para-feira.html
 

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