From Indigenous Peoples in Brazil
News
Mais saúde para índios de Mato Grosso
21/09/2004
Fonte: 24 Horas News-Cuiabá-MT
Os índios da aldeia Metuktire, no município de Peixoto de Azevedo, em Mato Grosso, acabam de receber um novo posto de saúde. A unidade foi inaugurada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no último dia 19 e recebeu o nome de Raoni, em homenagem ao cacique Txucaramãe que mora na aldeia, às margens do rio Xingu. O posto custou R$ 52,2 mil (recursos da Funasa) e vai atender 354 indígenas que moram na Metuktire. Este ano, a Fundação vai investir cerca de R$ 900 mil na construção e reforma de postos de saúde em aldeias de vários estados. Serão construídas 16 unidades e reformadas outras oito.
Além de um novo posto de saúde, a aldeia Metuktire ganhou uma estação de tratamento e um microssistema de abastecimento que capta água direto do rio Xingu. A obra foi também realizada pela Funasa e teve um custo total de R$ 235 mil. O sistema será gerenciado pelo Agente Indígena de Saneamento (Aisan), da etnia Kaiapó, para que seja bem utilizado. "Ao construirmos um sistema que capta água direto do rio Xingu e termos um Agente Indígena de Saneamento na aldeia, adaptamos a obra a aspectos da cultura e à educação em saúde. É isto que gera impacto nos indicadores de saúde", afirmou Alexandre Padilha, diretor do Departamento de Saúde Indígena (Desai), da Funasa, que esteve na cerimônia de inauguração do posto de saúde e das obras de saneamento em Mato Grosso.
Padilha foi recebido pelo cacique Raoni, que ficou dentro de casa, pois estava de luto pela morte do filho em um acidente de carro. Segundo Padilha, o cacique disse que estava gostando do trabalho conjunto entre a Funasa e a Associação Ipren-He para atendimento à saúde dos índios. "Discutimos com ele a ampliação das obras de saúde na aldeia e pedi para que ele pense, junto com a equipe do Distrito da Funasa (Distrito Sanitário Especial Indígena - Dsei/Colider/Kaiapó) e da Associação Ipren-He, em projetos que fortaleçam o conhecimento tradicional e o trabalho das parteiras indígenas de saúde, pois a Funasa quer financiá-los ainda este ano", garantiu Padilha.
A aldeia do cacique Raoni faz parte do Dsei Colider, um dos 34 distritos que a Funasa mantém em todo o País. Desde 2002, a atenção à saúde das 15 aldeias do distrito é realizada pela Fundação em conjunto com a Ipren-He, presidida pelo cacique Puiu Kaiapó. A comunidade da aldeia Metuktire confirma que, com as intervenções da Funasa na área de saneamento e saúde indígena, houve melhora na qualidade de vida dos moradores. Um Aisan Kaiapó contou a Padilha que, depois da implementação do sistema de abastecimento de água no começo do ano passado, não houve mais casos de diarréia entre as crianças.
Indicadores melhoram
Este ano, o Ministério da Saúde, por meio da Funasa, está investindo R$ 3,5 milhões para custeio das ações de saúde e cerca de R$ 570 mil em obras de saneamento nas aldeias de Kremoro, Nasepotiti, Pukany, Kururuzinho e Piaraçu, que ficam na jurisdição do Dsei Colider. Os investimentos vêm reduzindo os casos de doenças na região. Para se ter idéia, o número de casos de tuberculose reduziu de 14 casos para um, de 2000 para 2004, queda de mais de 90%, e a incidência de malária caiu de 305 casos para quatro, no mesmo período - uma redução 98,6%.
O Dsei Colider é um dos quatro distritos do Mato Grosso, atendendo cerca de 32 mil índios, reunidos em 31 etnias. Somente em obras de saneamento, a Funasa vai investir, este ano, R$ 2,6 milhões entre as aldeias dos quatro distritos do estado. "Do total de recurso para obras de saneamento, 38,6% estão sendo aplicados em 17 novos projetos já aprovados e empenhados para as aldeias do povo Xavante", afirma o diretor do Desai.
Novas Diretrizes
Desde o dia 16 de setembro último, todos os convênios de saúde indígena da Funasa no estado do Mato Grosso funcionam sob as novas diretrizes do novo modelo de gestão para a saúde indígena, colocado em prática a partir deste ano. O último convênio foi assinado com a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), na última quinta-feira (16), em cerimônia que contou com a presença do presidente da Funasa, Valdi Camarcio Bezerra. O convênio soma R$ 1,3 milhão e vai atender aproximadamente 2,7 mil índios das etnias Baikairi, Bororo, Guató, Umitina e Chiquitano. Neste convênio, a responsabilidade da gestão e coordenação das ações de saúde cabem à Funasa e a universidade fica responsável por ações complementares.
As ações de saúde do convênio com a UFMT serão acompanhadas a partir de indicadores de saúde do Dsei-Cuiabá, que já revelam redução de mortalidade infantil de 128 para 35,7 em cada grupo de mil nascidos vivos, de 2002 para 2004. Isso equivale a uma redução de 72%. Além disto, a Funasa conseguiu baixar os casos de tuberculose de oito (2002) para dois (este ano) e ampliar a cobertura vacinal para 87%, desde 1999, quando a Fundação passou a ser responsável pelo subsistema de saúde indígena.
Além da UFMT, a Funasa tem convênios para ações complementares de saúde indígena no estado com duas universidades - Universidade de Brasília e Unifesp - e com três organizações indígenas Ipren-he, Halitinã e Mavutsinin.
Além de um novo posto de saúde, a aldeia Metuktire ganhou uma estação de tratamento e um microssistema de abastecimento que capta água direto do rio Xingu. A obra foi também realizada pela Funasa e teve um custo total de R$ 235 mil. O sistema será gerenciado pelo Agente Indígena de Saneamento (Aisan), da etnia Kaiapó, para que seja bem utilizado. "Ao construirmos um sistema que capta água direto do rio Xingu e termos um Agente Indígena de Saneamento na aldeia, adaptamos a obra a aspectos da cultura e à educação em saúde. É isto que gera impacto nos indicadores de saúde", afirmou Alexandre Padilha, diretor do Departamento de Saúde Indígena (Desai), da Funasa, que esteve na cerimônia de inauguração do posto de saúde e das obras de saneamento em Mato Grosso.
Padilha foi recebido pelo cacique Raoni, que ficou dentro de casa, pois estava de luto pela morte do filho em um acidente de carro. Segundo Padilha, o cacique disse que estava gostando do trabalho conjunto entre a Funasa e a Associação Ipren-He para atendimento à saúde dos índios. "Discutimos com ele a ampliação das obras de saúde na aldeia e pedi para que ele pense, junto com a equipe do Distrito da Funasa (Distrito Sanitário Especial Indígena - Dsei/Colider/Kaiapó) e da Associação Ipren-He, em projetos que fortaleçam o conhecimento tradicional e o trabalho das parteiras indígenas de saúde, pois a Funasa quer financiá-los ainda este ano", garantiu Padilha.
A aldeia do cacique Raoni faz parte do Dsei Colider, um dos 34 distritos que a Funasa mantém em todo o País. Desde 2002, a atenção à saúde das 15 aldeias do distrito é realizada pela Fundação em conjunto com a Ipren-He, presidida pelo cacique Puiu Kaiapó. A comunidade da aldeia Metuktire confirma que, com as intervenções da Funasa na área de saneamento e saúde indígena, houve melhora na qualidade de vida dos moradores. Um Aisan Kaiapó contou a Padilha que, depois da implementação do sistema de abastecimento de água no começo do ano passado, não houve mais casos de diarréia entre as crianças.
Indicadores melhoram
Este ano, o Ministério da Saúde, por meio da Funasa, está investindo R$ 3,5 milhões para custeio das ações de saúde e cerca de R$ 570 mil em obras de saneamento nas aldeias de Kremoro, Nasepotiti, Pukany, Kururuzinho e Piaraçu, que ficam na jurisdição do Dsei Colider. Os investimentos vêm reduzindo os casos de doenças na região. Para se ter idéia, o número de casos de tuberculose reduziu de 14 casos para um, de 2000 para 2004, queda de mais de 90%, e a incidência de malária caiu de 305 casos para quatro, no mesmo período - uma redução 98,6%.
O Dsei Colider é um dos quatro distritos do Mato Grosso, atendendo cerca de 32 mil índios, reunidos em 31 etnias. Somente em obras de saneamento, a Funasa vai investir, este ano, R$ 2,6 milhões entre as aldeias dos quatro distritos do estado. "Do total de recurso para obras de saneamento, 38,6% estão sendo aplicados em 17 novos projetos já aprovados e empenhados para as aldeias do povo Xavante", afirma o diretor do Desai.
Novas Diretrizes
Desde o dia 16 de setembro último, todos os convênios de saúde indígena da Funasa no estado do Mato Grosso funcionam sob as novas diretrizes do novo modelo de gestão para a saúde indígena, colocado em prática a partir deste ano. O último convênio foi assinado com a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), na última quinta-feira (16), em cerimônia que contou com a presença do presidente da Funasa, Valdi Camarcio Bezerra. O convênio soma R$ 1,3 milhão e vai atender aproximadamente 2,7 mil índios das etnias Baikairi, Bororo, Guató, Umitina e Chiquitano. Neste convênio, a responsabilidade da gestão e coordenação das ações de saúde cabem à Funasa e a universidade fica responsável por ações complementares.
As ações de saúde do convênio com a UFMT serão acompanhadas a partir de indicadores de saúde do Dsei-Cuiabá, que já revelam redução de mortalidade infantil de 128 para 35,7 em cada grupo de mil nascidos vivos, de 2002 para 2004. Isso equivale a uma redução de 72%. Além disto, a Funasa conseguiu baixar os casos de tuberculose de oito (2002) para dois (este ano) e ampliar a cobertura vacinal para 87%, desde 1999, quando a Fundação passou a ser responsável pelo subsistema de saúde indígena.
Além da UFMT, a Funasa tem convênios para ações complementares de saúde indígena no estado com duas universidades - Universidade de Brasília e Unifesp - e com três organizações indígenas Ipren-he, Halitinã e Mavutsinin.
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