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Cacique Xavante diz que educação e saúde são dificuldades nas aldeias

11/05/2017

Autor: Carlos Palmeira

Fonte: RD News rdnews.com.br



O cacique Damião Paridzane, da etnia xavante, diz ao RD News que os índios da região do Araguaia conseguiram bons avanços na qualidade de vida durante o governo Pedro Taques (PSBD), mas que eles ainda sofrem com problemas na saúde e na educação. O líder pontua, porém, que acredita que o principal entrave dos indígenas atualmente é o governo federal, que não tem repassado as verbas aos estados.
Damião esteve presente na 6ª Caravana da Transformação que foi realizada em Porto Alegre do Norte, no noroeste do Estado a 1,1 mil km de Cuiabá. De acordo com ele, 40 indígenas de cidades da região aproveitaram a ocasião para conseguir atendimentos oftalmológicos e cardíacos. Ele é morador da terra indígena de Marãiwatsédé em Alto Boa Vista.
O líder elogia a gestão Taques e diz que a condição de vida melhorou bastante nos últimos anos. Ele revela que é amigo do tucano e que o governador lhe ajudou durante o período de demarcação das terras indígenas no Xingu. "Ele me apoiou muito para que não tivesse conflito entre brancos e índios", pontua.
Damião diz, porém, que o ensino aos indígenas e a saúde ainda são dificuldades e cita, por exemplo, que um dos pedidos atuais é para que os atendimentos médicos e a disponibilização de medicamentos nos postos de saúde dos municípios melhorem. Muitas vezes o índio precisa se deslocar para a cidade para receber um serviço de saúde mais especializado.
Ele também argumenta que a educação é outra importante pauta. "Ela (educação) está avançando, mas não é o suficiente. A comunidade está aumentando e precisamos que as escolas dos municípios atendam nossas gerações mais novas. Nós temos três aldeias novas e precisamos de novas escolas também", diz.
Ele expressa também que a principal dificuldade surge do Governo Federal. "Os recursos vêm do Governo Federal e dos ministérios. E nós sabemos que houveram vários cortes de verba. Então a gente está torcendo para que venha mais dinheiro para que nós possamos ser ajudados", argumenta.
A enfermeira Sandra Pinheiro Franco estava na Caravana acompanhando indígenas. Ela revela que trabalha com eles desde 2005 e acompanha de perto todas as dificuldades vividas pelos povos.
Junto com uma equipe, eles medicam, fazem orientações e dão palestras para os moradores da terra indígena de Marãiwatsédé. A profissional reitera que a condição de saúde e educação são os principais gargalos que afetam esses povos hoje em dia, mas que a situação já foi bem pior. Ela relata que em 2006 alguns povos de Mato Grosso tiveram altas taxas de mortalidade infantil por causa da desnutrição.
A enfermeira diz adorar a convivência com os índios e fala que esse trabalho é bastante recompensador, principalmente por causa do retorno que os profissionais recebem. "Eles são pessoas muito boas e são muito carentes, totalmente diferente do que a gente se acostuma a falar. Eles são muito companheiros da gente, quando eles gostam de alguém é de verdade. Os idosos, principalmente, são muito carinhosos e defendem muito a gente. E isso emociona muito", comenta.



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