From Indigenous Peoples in Brazil

News

STF inspeciona desintrusão da Terra Indígena Trincheira-Bacajá (PA)

14/02/2024

Fonte: Supremo Tribunal Federal - portal.stf.jus.br



Representantes do STF, CNJ e governo federal estiveram no local para verificar cumprimento de decisões da ADPF 709, que determinou a desocupação da terra indígena.

Representantes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do governo federal acompanharam, entre os dias 2 e 5 de fevereiro, o progresso da desintrusão da Terra Indígena (TI) Trincheira-Bacajá, no Estado do Pará (PA). O grupo inspecionou áreas específicas da TI, com o sobrevoo de alguns pontos da reserva, e reuniu-se com lideranças indígenas do povo Xikrin.

Além dos representantes do Poder Judiciário, também participaram da ação representantes da Presidência da República, Advocacia-Geral da União (AGU), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), policiais judiciais e equipes de forças de segurança.

O objetivo da visita foi verificar o cumprimento de decisão do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, que em novembro de 2023 determinou a desocupação ilegal da área indígena.

Durante a visita, a comitiva do STF, CNJ e governo federal constatou que a área está livre da ação de madeireiras, garimpos e pecuaristas ilegais, mas as equipes envolvidas na operação de desintrusão permanecem no local para desmontar estruturas remanescentes dos garimpos e bloquear acessos clandestinos à TI. Os assentamentos e propriedades rurais que fazem limite com o território ocupado pelo povo tradicional seguem sendo monitorados pelas equipes da desintrusão.

Nos encontros com os indígenas, a comitiva ouviu propostas e sugestões para a reocupação do território invadido e para a melhoria da saúde da população local. Os indígenas reivindicaram melhores condições de habitação, saneamento e saúde, com o fornecimento de mão-de-obra especializada nas unidades de saúde existentes nas aldeias da região.

Povo Xikrin
Na Aldeia Mrotidjãm, lideranças de 35 aldeias do povo Xikrin ressaltaram a solução do conflito territorial conduzida pelo STF, mas também cobraram ajuda para a proteção e monitoramento permanente da TI. Os Xikrin pediram a construção de bases operacionais para evitar o retorno dos invasores, o cumprimento de compensações ambientais provenientes da construção da usina de Belo Monte, além das iniciativas voltadas à saúde indígena.

"Ainda estamos preocupados com a proximidade dos invasores com o nosso território. Hoje, a comunidade está agradecendo esse apoio da desintrusão, mas também pedimos ajuda para a proteção da área e outras questões importantes para o nosso povo", disse o cacique Bekatenti Xikrin.
De acordo com a especialista em indigenismo da Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial da Funai, Lumara Martins, o cumprimento da ADPF 709 é de suma importância para a manutenção dos territórios. "A Constituição diz que nós precisamos dar aos povos indígenas a posse plena dos territórios em que vivem, e essa é a essência da ADPF e do trabalho da Funai. Com a desintrusão, nós estamos conseguindo galgar passos para dar essa posse plena para eles. Isso é um dever histórico", falou.

Articulação interinstitucional
Para a juíza auxiliar do CNJ Lívia Peres, integrante da comitiva, os problemas da Amazônia não podem ser tratados de forma isolada pelas instituições. "Vir aqui e enxergar o que está acontecendo é de extrema relevância para entender a disputa. Foi um contato em que a gente consegue visualizar, na prática, as dificuldades de magistrados que atuam distante de onde o problema acontece. Acho que a visita nos mostrou todas as dificuldades enfrentadas para operacionalização dos serviços públicos na região", disse Lívia Peres.

Confira aqui fotos da missão no Flickr do STF.

https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=527001&ori=1
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source