From Indigenous Peoples in Brazil

News

Caso Bruno e Dom: PF conclui que homicídio foi motivado por fiscalização na Amazônia e indicia mandante

04/11/2024

Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/



Caso Bruno e Dom: PF conclui que homicídio foi motivado por fiscalização na Amazônia e indicia mandante
Inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público Federal

Eduardo Gonçalves

04/11/2024

A Polícia Federal concluiu que o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido em 5 de junho de 2022, no Vale do Javari, norte do Amazonas, foi motivado por atividades de fiscalização na Amazônia. A PF também indiciou como mandante do crime Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia". Outras oito pessoas foram indiciadas por participação.

O inquérito foi concluído e remetido ao Ministério Público Federal na última sexta-feira.

Segundo a corporação, o mandante foi o responsável por fornecer os cartuchos das armas utilizadas no duplo-homicídio, patrocinar a empreitada criminosa e "intervir na coordenação da ocultação dos cadáveres".

O grupo liderado por "Colômbia" atuava com a pesca e a caça predatória em Atalaia do Norte, no Amazonas, próximo a terras indígenas e à tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. "A ação do grupo criminoso gerou impactos socioambientais, causou ameaças aos servidores de proteção ambiental e as populações indígenas", diz nota da PF.

A corporação informou que continua "monitorando os riscos aos habitantes do Vale do Javari" e abriu outros casos para apurar ameaças a indígenas na região.

Colômbia está preso desde dezembro de 2022. Além do assassinato de Bruno e Dom, ele é investigado por esquemas de pesca ilegal e tráfico de drogas. As apurações apontam que ele tinha contato direto com o Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que admitiu participação no duplo-homicídio e também está preso junto com seus irmãos.

- Não tenho dúvida que o mandante foi Colômbia. Temos provas de que ele fornecia as munições para Jefferson (irmão de Pelado) e Amarildo (o Pelado), as mesmas encontradas no caso - disse o então superintendente da Polícia Federal do Amazonas Alexandre Fontes, em janeiro do ano passado.

Relembre o caso
Servidor licenciado da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Bruno era alvo constante de ameaças pelo trabalho que vinha fazendo junto aos indígenas contra invasores na região, pescadores, garimpeiros e madeireiros. Ele estava acompanhado de Dom que havia ido à região produzir reportagem sobre a região, que concentra a maior quantidade de indígenas isolados do mundo.

Os dois foram vistos pela última vez em 5 de junho de 2022. Os restos mortais deles seriam encontrados dez dias depois. Os corpos estavam queimados, esquartejados e com marcas de tiro. Conforme a perícia da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Dom foi atingido uma vez, no tórax.

A PF investigou se havia um esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico por meio da venda de peixes e animais capturados pela quadrilha. Bruno Pereira teria descoberta o caso, o que contrariou o interesse de "Colômbia", que tem dupla nacionalidade brasileira e peruana. Segundo as investigações, ele recorria à venda dos animais para lavar o dinheiro da droga, que era produzida no Peru e na Colômbia e vendida a facções criminosas no Brasil. Há suspeita de que ele teria ordenado a um dos executores da dupla colocar a "cabeça de Bruno a leilão".

https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/11/04/caso-bruno-e-dom-pf-conclui-que-assassinatos-foram-motivados-por-atividades-de-fiscalizacao-na-amazonia.ghtml
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source