From Indigenous Peoples in Brazil

News

Garimpo ilegal em terra indígena causa destruição e não beneficia a comunidade

04/12/2024

Fonte: Agência GOV - https://agenciagov.ebc.com.br/



Garimpo ilegal em terra indígena causa destruição e não beneficia a comunidade
Na cidade paraense de Jacareacanga, considerada a capital do garimpo ilegal, população sobrevive graças a benefícios sociais e investimentos do Governo Federal

Quem circula pela cidade paraense de Jacareacanga, considerada a capital do garimpo ilegal do ouro, encontra referências ao metal por todos os lados. Mas ainda que tenha jazidas abundantes nos seus arredores, o município em nada se beneficia dessa exploração.

Pelo contrário: enquanto o lucro da atividade ilícita se concentra na mão dos proprietários das máquinas utilizadas na extração, a população vive em situação de vulnerabilidade, e mais de 60% dos moradores depende de benefícios sociais pagos pelo Governo Federal para sobreviver.

Prova disso são indicadores sociais do município. Um dado preocupante foi apontado pelo Índice de Progresso Social - Brasil (IPS Brasil) que identifica o nível de bem-estar e o acesso de uma população às ferramentas necessárias para prosperar. Em 2023, Jacareacanga registrou o pior IPS de toda a Amazônia: 38,92, o quinto pior do país. O resultado está relacionado ao desmatamento, à degradação florestal e aos conflitos sociais. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) também entre os mais baixos do Brasil (0,505).

Benefícios Sociais
Como consequência, a população depende, cada vez mais, de apoio financeiro do Governo Federal. Somente em novembro, o Bolsa Família repassou R$ 3,4 milhões a 3.942 famílias da cidade, beneficiando, ao todo, quase 16 mil pessoas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de Jacareacanga, em 2024, era de 26 mil habitantes. De janeiro a novembro deste ano, os beneficiários do programa que vivem no município receberam, ao todo, R$ 36,6 milhões de reais.

Outro benefício social que atende a moradores da cidade é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade, nos casos em que a renda por pessoa do grupo familiar seja igual ou menor que 1/4 do salário-mínimo. Em setembro, o público do benefício foi de 263 pessoas, sendo 150 idosos e 113 pessoas com deficiência, totalizando repasse de R$ 371,3 mil. Nos nove primeiros meses do mês, os repasses do BPC ao município foram superiores a R$ 3 milhões.

Repasse de verbas
Além do recurso repassado diretamente a beneficiários de programas sociais, o Governo Federal repassa verba de políticas públicas que estimulam a economia de Jacareacanga. Uma das principais ações é o repasse de verbas para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Neste ano, já são quase R$ 39 milhões.

Somente neste ano, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), recurso enviado pelo Governo Federal às cidades brasileiras, repassou R$ 24,5 milhões aos cofres locais. A taxa de Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos (CFURH) também destinou R$ 5,5 milhões.

Juntos, o Salário-Educação e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) respondem por mais R$ 4,3 milhões destinados ao município. Ainda entram na conta o custeio da Atenção Primária à Saúde, com R$ 5 milhões, R$ 1 milhão para agentes comunitários da saúde e um complemento de R$ 700 mil, referentes ao piso salarial da Enfermagem.

Terra Indígena
A extração ilegal do minério é realizada na Terra Indígena Munduruku, que se estende por 2,3 milhões de hectares de extensão e abriga 9.257 indígenas dos povos Munduruku, Isolados do Alto Tapajós e Apiaká. Porém, o artigo 231 da Constituição Federal determina que as populações indígenas detêm a posse permanente e o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e lagos localizadas em seus territórios.

Além de ilegal, a exploração mineral na Terra Indígena Munduruku deixa um rastro de problemas. Degradação ambiental, contaminação por substâncias como mercúrio e cianeto, malária, desorganização social, grilagem, exploração da prostituição infantil e índices alarmantes de violência são os mais presentes na região.

https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202412/garimpo-ilegal-em-terra-indigena-causa-destruicao-e-nao-beneficia-a-comunidade-1
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source