From Indigenous Peoples in Brazil
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Tarifas dos EUA atingem mais da metade da bioeconomia da Amazônia
13/08/2025
Fonte: Vocativo - https://vocativo.com
Tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros podem afetar mais da metade dos empreendimentos da Amazônia Legal. Cerca de 5,4 mil CNPJs ativos, incluindo 216 exportadores, que já enfrentam desafios de logística, podem ter renda comprometida
As tarifas de até 50% anunciadas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, decretadas pelo presidente Donald Trump e efetivas desde a última quinta-feira (06/08/2025), podem afetar diretamente mais da metade dos empreendimentos relacionados à sociobiodiversidade na Amazônia Legal. De acordo com levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), aproximadamente 54% dos empreendimentos mapeados - cerca de 5,4 mil dos 11 mil CNPJs ativos - estão inseridos nas cadeias produtivas potencialmente impactadas.
Dentre esses empreendimentos, pelo menos 216 exportam produtos para os Estados Unidos, sendo diretamente afetados pelas novas tarifas. Entre os produtos analisados, apenas a castanha-do-brasil e a borracha ficaram fora das imposições tarifárias. O restante, incluindo açaí, cacau, mel, óleos vegetais, temperos, pescados e itens da aquicultura, gerou cerca de 165 milhões de dólares em exportações para o mercado norte-americano, correspondendo a aproximadamente 39 mil toneladas de produtos da Amazônia Legal.
Esses empreendimentos fazem parte das cadeias produtivas da bioeconomia amazônica, compostas por atividades de extração, produção e comercialização de recursos da biodiversidade por meio do manejo sustentável. Essas cadeias envolvem pequenos produtores, cooperativas e bioindústrias e são consideradas estratégicas para o desenvolvimento sustentável e para soluções climáticas na região. Entretanto, já enfrentam desafios relacionados a logística, crédito, infraestrutura e agregação de valor.
Pesquisadores do IPAM indicam que o aumento tarifário pode representar uma barreira adicional para a geração de renda das populações em territórios vulneráveis da Amazônia. Eles destacam que as isenções dos Estados Unidos concentram-se principalmente em setores industriais de mineração, petróleo e fabricação de peças para automóveis e aviação, setores conhecidos por suas altas emissões de carbono e impacto ambiental.
Gabriela Savian, diretora de Políticas Públicas do IPAM, ressalta que as cadeias da bioeconomia amazônica são vulneráveis a imposições comerciais externas. "Apesar da isenção de alguns produtos, como a castanha-do-brasil, o tarifaço tende a aumentar a pressão econômica sobre pequenos produtores e bioindústrias, justamente em um setor que ainda enfrenta dificuldades para agregar valor e competir em condições mais justas nos mercados internacionais", afirma Savian.
Segundo Rafaela da Costa, também pesquisadora do IPAM, uma das estratégias para fortalecer a competitividade da bioeconomia brasileira é diversificar mercados nacionais e internacionais, além de investir na bioindustrialização de produtos amazônicos. "Exportar produtos primários, sem agregar valor localmente, nos torna vulneráveis a esse tipo de choque externo. A bioeconomia não é só ambiental - é econômica, social e política. Por isso, a bioindustrialização é estratégica para a Amazônia e precisa vir acompanhada de políticas públicas que promovam inclusão produtiva, inovação e infraestrutura", explica.
Pesquisadores reforçam que, assim como o governo brasileiro atua em defesa de grandes setores industriais, as cadeias produtivas da bioeconomia amazônica também deveriam constar nas agendas comerciais e industriais do país. A implementação de políticas públicas de incentivo à agregação de valor local é apontada como um caminho necessário para a sustentabilidade econômica e social desses empreendimentos.
https://vocativo.com/2025/08/13/tarifaco-dos-eua-atingem-mais-da-metade-da-bioeconomia-da-amazonia/
As tarifas de até 50% anunciadas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, decretadas pelo presidente Donald Trump e efetivas desde a última quinta-feira (06/08/2025), podem afetar diretamente mais da metade dos empreendimentos relacionados à sociobiodiversidade na Amazônia Legal. De acordo com levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), aproximadamente 54% dos empreendimentos mapeados - cerca de 5,4 mil dos 11 mil CNPJs ativos - estão inseridos nas cadeias produtivas potencialmente impactadas.
Dentre esses empreendimentos, pelo menos 216 exportam produtos para os Estados Unidos, sendo diretamente afetados pelas novas tarifas. Entre os produtos analisados, apenas a castanha-do-brasil e a borracha ficaram fora das imposições tarifárias. O restante, incluindo açaí, cacau, mel, óleos vegetais, temperos, pescados e itens da aquicultura, gerou cerca de 165 milhões de dólares em exportações para o mercado norte-americano, correspondendo a aproximadamente 39 mil toneladas de produtos da Amazônia Legal.
Esses empreendimentos fazem parte das cadeias produtivas da bioeconomia amazônica, compostas por atividades de extração, produção e comercialização de recursos da biodiversidade por meio do manejo sustentável. Essas cadeias envolvem pequenos produtores, cooperativas e bioindústrias e são consideradas estratégicas para o desenvolvimento sustentável e para soluções climáticas na região. Entretanto, já enfrentam desafios relacionados a logística, crédito, infraestrutura e agregação de valor.
Pesquisadores do IPAM indicam que o aumento tarifário pode representar uma barreira adicional para a geração de renda das populações em territórios vulneráveis da Amazônia. Eles destacam que as isenções dos Estados Unidos concentram-se principalmente em setores industriais de mineração, petróleo e fabricação de peças para automóveis e aviação, setores conhecidos por suas altas emissões de carbono e impacto ambiental.
Gabriela Savian, diretora de Políticas Públicas do IPAM, ressalta que as cadeias da bioeconomia amazônica são vulneráveis a imposições comerciais externas. "Apesar da isenção de alguns produtos, como a castanha-do-brasil, o tarifaço tende a aumentar a pressão econômica sobre pequenos produtores e bioindústrias, justamente em um setor que ainda enfrenta dificuldades para agregar valor e competir em condições mais justas nos mercados internacionais", afirma Savian.
Segundo Rafaela da Costa, também pesquisadora do IPAM, uma das estratégias para fortalecer a competitividade da bioeconomia brasileira é diversificar mercados nacionais e internacionais, além de investir na bioindustrialização de produtos amazônicos. "Exportar produtos primários, sem agregar valor localmente, nos torna vulneráveis a esse tipo de choque externo. A bioeconomia não é só ambiental - é econômica, social e política. Por isso, a bioindustrialização é estratégica para a Amazônia e precisa vir acompanhada de políticas públicas que promovam inclusão produtiva, inovação e infraestrutura", explica.
Pesquisadores reforçam que, assim como o governo brasileiro atua em defesa de grandes setores industriais, as cadeias produtivas da bioeconomia amazônica também deveriam constar nas agendas comerciais e industriais do país. A implementação de políticas públicas de incentivo à agregação de valor local é apontada como um caminho necessário para a sustentabilidade econômica e social desses empreendimentos.
https://vocativo.com/2025/08/13/tarifaco-dos-eua-atingem-mais-da-metade-da-bioeconomia-da-amazonia/
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