From Indigenous Peoples in Brazil
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Lideranças Guarani do RS divulgam carta com reivindicações após encontro histórico
07/10/2025
Fonte: Yvyrupa - https://www.yvyrupa.org.br
Documento reúne demandas das comunidades Guarani do RS e cobra ações do poder público em demarcação de terras, saúde, educação, fortalecimento das mulheres e proteção aos trabalhadores indígenas.
Lideranças Guarani divulgaram nesta semana a carta final do Encontro de Lideranças e CGY no Rio Grande do Sul, realizado entre os dias 22 e 25 de setembro de 2025, na Tekoa Para Rokē, município de Rio Grande. O documento reúne as principais reivindicações e denúncias de lideranças, mulheres, jovens, xamõi, xaryi kuery e caciques do estado.
A carta denuncia a persistente insegurança territorial que afeta a maioria das comunidades Guarani no Rio Grande do Sul, com comunidades vivendo há décadas em acampamentos às margens de rodovias. O documento solicita à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) a abertura de novos Grupos de Trabalho de demarcação, a retomada dos GTs paralisados e a criação de uma nova Unidade Técnica Local para atendimento ao povo Guarani.
Entre as principais reivindicações, as lideranças destacam a necessidade da criação de um Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) específico para o Povo Guarani. A demanda surge diante de desafios persistentes, como a escassez de recursos, a falta de transporte adequado, a ausência de Unidades Básicas de Saúde nas aldeias e a carência de profissionais. As lideranças reforçam, ainda, que a atuação da Sesai deve ocorrer de forma complementar, respeitando as práticas próprias e tradicionais de cuidado à saúde. O encontro também denunciou as violências enfrentadas por trabalhadores Guarani durante as temporadas de colheita em diferentes regiões do estado, solicitando ao Ministério Público do Trabalho maior fiscalização das condições de trabalho e a garantia dos direitos trabalhistas.
O documento destaca ainda a necessidade de educação escolar diferenciada, com materiais didáticos específicos, formação adequada de professores e espaços físicos dignos que respeitem o nhandereko (modo de ser Guarani). As mulheres Guarani (kunhangue) tiveram suas demandas evidenciadas, solicitando políticas públicas que respeitem seus conhecimentos como rezadeiras, parteiras, conselheiras e educadoras, além de ações para cessar todos os tipos de violência.
Outro ponto central é o posicionamento das lideranças diante das comemorações dos 400 anos das Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul. Para o povo Guarani, a data simboliza o início das tentativas de catequização e aculturação forçada, e não há motivo para celebração sem o protagonismo indígena nas discussões e eventos oficiais. Como encaminhamento, às comunidades propõem a realização de um grande encontro durante a Semana dos Povos Indígenas de 2026, reafirmando sua presença histórica e atual no território.
O encontro encerrou com uma mensagem de unidade e resistência, reafirmando o compromisso coletivo das comunidades Guarani com a defesa de seus direitos e a continuidade da luta por justiça e dignidade.
"Este encontro reafirma a importância da união das lideranças e comunidades do Rio Grande do Sul, mostrando como a organização comunitária e a luta coletiva são nossas principais forças para enfrentar os desafios históricos", afirma a carta, que também destaca o papel da Comissão Guarani Yvyrupa como ferramenta de articulação e organização da luta do povo Guarani"
A Carta Final do Encontro de Lideranças e da CGY no RS está disponível abaixo, na íntegra.
https://www.yvyrupa.org.br/2025/10/07/liderancas-guarani-do-rs-divulgam-carta-com-reivindicacoes-apos-encontro-historico/
Lideranças Guarani divulgaram nesta semana a carta final do Encontro de Lideranças e CGY no Rio Grande do Sul, realizado entre os dias 22 e 25 de setembro de 2025, na Tekoa Para Rokē, município de Rio Grande. O documento reúne as principais reivindicações e denúncias de lideranças, mulheres, jovens, xamõi, xaryi kuery e caciques do estado.
A carta denuncia a persistente insegurança territorial que afeta a maioria das comunidades Guarani no Rio Grande do Sul, com comunidades vivendo há décadas em acampamentos às margens de rodovias. O documento solicita à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) a abertura de novos Grupos de Trabalho de demarcação, a retomada dos GTs paralisados e a criação de uma nova Unidade Técnica Local para atendimento ao povo Guarani.
Entre as principais reivindicações, as lideranças destacam a necessidade da criação de um Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) específico para o Povo Guarani. A demanda surge diante de desafios persistentes, como a escassez de recursos, a falta de transporte adequado, a ausência de Unidades Básicas de Saúde nas aldeias e a carência de profissionais. As lideranças reforçam, ainda, que a atuação da Sesai deve ocorrer de forma complementar, respeitando as práticas próprias e tradicionais de cuidado à saúde. O encontro também denunciou as violências enfrentadas por trabalhadores Guarani durante as temporadas de colheita em diferentes regiões do estado, solicitando ao Ministério Público do Trabalho maior fiscalização das condições de trabalho e a garantia dos direitos trabalhistas.
O documento destaca ainda a necessidade de educação escolar diferenciada, com materiais didáticos específicos, formação adequada de professores e espaços físicos dignos que respeitem o nhandereko (modo de ser Guarani). As mulheres Guarani (kunhangue) tiveram suas demandas evidenciadas, solicitando políticas públicas que respeitem seus conhecimentos como rezadeiras, parteiras, conselheiras e educadoras, além de ações para cessar todos os tipos de violência.
Outro ponto central é o posicionamento das lideranças diante das comemorações dos 400 anos das Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul. Para o povo Guarani, a data simboliza o início das tentativas de catequização e aculturação forçada, e não há motivo para celebração sem o protagonismo indígena nas discussões e eventos oficiais. Como encaminhamento, às comunidades propõem a realização de um grande encontro durante a Semana dos Povos Indígenas de 2026, reafirmando sua presença histórica e atual no território.
O encontro encerrou com uma mensagem de unidade e resistência, reafirmando o compromisso coletivo das comunidades Guarani com a defesa de seus direitos e a continuidade da luta por justiça e dignidade.
"Este encontro reafirma a importância da união das lideranças e comunidades do Rio Grande do Sul, mostrando como a organização comunitária e a luta coletiva são nossas principais forças para enfrentar os desafios históricos", afirma a carta, que também destaca o papel da Comissão Guarani Yvyrupa como ferramenta de articulação e organização da luta do povo Guarani"
A Carta Final do Encontro de Lideranças e da CGY no RS está disponível abaixo, na íntegra.
https://www.yvyrupa.org.br/2025/10/07/liderancas-guarani-do-rs-divulgam-carta-com-reivindicacoes-apos-encontro-historico/
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