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Pescadores e pescadoras do Marajó protestam contra exploração de petróleo na Foz do Amazonas
24/09/2025
Fonte: CPT - https://cptnacional.org.br/
Pescadores e pescadoras do Marajó protestam contra exploração de petróleo na Foz do Amazonas
Em meio a um domingo (21) de protestos nas ruas de todo o Brasil contra a PEC da Blindagem e a anistia aos golpistas de 2023, pescadores e pescadoras artesanais da comunidade de Jubim, município de Salvaterra, no Arquipélago do Marajó/PA, utilizaram a sua principal rua (o rio) e seus meios de locomoção (embarcações) para protestarem contra a exploração de petróleo e gás na Foz do Amazonas. A ação ocorre sob a expectativa de obtenção pela Petrobras da licença para a perfuração de um poço de exploração de petróleo no bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas.
A ação reuniu 16 embarcações em uma linha simbólica no rio, exibindo uma faixa com a mensagem: "COP30: Amazônia de pé, petróleo no chão". A menos de dois meses para a conferência do clima em Belém (COP30), os pescadores enviam um recado claro: não haverá futuro com novos poços de petróleo na Amazônia.
Os pescadores afirmam que a abertura de uma nova fronteira de exploração de petróleo na região ameaça diretamente os ecossistemas marinhos e a segurança alimentar da comunidade, que depende da pesca para sobreviver. Um vazamento de petróleo ou a presença da indústria petrolífera pode comprometer a qualidade da água, afastar os peixes e destruir modos de vida tradicionais.
Para quem vive da pesca, a abertura dessa nova fronteira de exploração de combustíveis fósseis representa não apenas uma crise ambiental, mas também uma ameaça existencial para a comunidade. "A comunidade de Jubim vive um momento muito preocupante. Quando os navios de grande porte passam pelo rio, já levam nossas redes. Se o petróleo avançar, a vida dos pescadores artesanais do Marajó vai ficar ainda mais ameaçada", afirma o pescador e pesquisador da UFPA, Nelson Bastos.
O protesto integra a campanha internacional "Draw the Line / Delimite", que reúne mais de 600 mobilizações em 90 países em torno da Assembleia Geral da ONU, realizada esta semana (22 a 25/09) em Nova York. A mobilização busca pressionar por medidas reais de enfrentamento à crise climática e marcar oposição a novos projetos de combustíveis fósseis.
No Brasil, a campanha é realizada com os pescadores e pescadoras artesanais da comunidade de Jubim em parceria com a Rede de Trabalho Amazônico, Coletivo Pororoka, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, 350.org, ClimaInfo, Observatório do Marajó e a campanha "A Resposta Somos Nós", que une o movimento indígena, comunidades ribeirinhas e quilombolas, bem como a sociedade civil.
O impacto da exploração de petróleo na Foz do Amazonas vai além do poço da Petrobras no bloco 59: ele começa na mentalidade que cria a oposição entre "civilização" e "barbárie ecológica" e no legado que está sendo criado. A análise é de Celso Sánchez, biólogo, professor da UNIRIO e coordenador do Grupo de Estudos em Educação Ambiental Desde El Sur GEASur, e Alberto Calil Elias Junior, também professor da UNIRIO e pesquisador do Observatório de Educação Ambiental de Base Comunitária do Rio de Janeiro.
"Que mundo estamos querendo construir e deixar para nossos filhos e netos, e para nós mesmos? O impacto é também sobre onde vão se instalar as empresas que vão receber o petróleo e queimá-lo, onde, quando e como vão viver os que viverão para furar a Terra? Não queremos falar só dos manguezais e dos biomas e ecossistemas recém-descobertos como os corais na Foz do Amazonas e as verdadeiras bibliotecas de vida que representam, mas entender o que vamos deixar de lição para os que nos veem optar por seguir matando a Terra", frisam os especialistas do portal (o)Eco.
https://cptnacional.org.br/2025/09/24/protesto-pescadores-foz-amazonas/
Em meio a um domingo (21) de protestos nas ruas de todo o Brasil contra a PEC da Blindagem e a anistia aos golpistas de 2023, pescadores e pescadoras artesanais da comunidade de Jubim, município de Salvaterra, no Arquipélago do Marajó/PA, utilizaram a sua principal rua (o rio) e seus meios de locomoção (embarcações) para protestarem contra a exploração de petróleo e gás na Foz do Amazonas. A ação ocorre sob a expectativa de obtenção pela Petrobras da licença para a perfuração de um poço de exploração de petróleo no bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas.
A ação reuniu 16 embarcações em uma linha simbólica no rio, exibindo uma faixa com a mensagem: "COP30: Amazônia de pé, petróleo no chão". A menos de dois meses para a conferência do clima em Belém (COP30), os pescadores enviam um recado claro: não haverá futuro com novos poços de petróleo na Amazônia.
Os pescadores afirmam que a abertura de uma nova fronteira de exploração de petróleo na região ameaça diretamente os ecossistemas marinhos e a segurança alimentar da comunidade, que depende da pesca para sobreviver. Um vazamento de petróleo ou a presença da indústria petrolífera pode comprometer a qualidade da água, afastar os peixes e destruir modos de vida tradicionais.
Para quem vive da pesca, a abertura dessa nova fronteira de exploração de combustíveis fósseis representa não apenas uma crise ambiental, mas também uma ameaça existencial para a comunidade. "A comunidade de Jubim vive um momento muito preocupante. Quando os navios de grande porte passam pelo rio, já levam nossas redes. Se o petróleo avançar, a vida dos pescadores artesanais do Marajó vai ficar ainda mais ameaçada", afirma o pescador e pesquisador da UFPA, Nelson Bastos.
O protesto integra a campanha internacional "Draw the Line / Delimite", que reúne mais de 600 mobilizações em 90 países em torno da Assembleia Geral da ONU, realizada esta semana (22 a 25/09) em Nova York. A mobilização busca pressionar por medidas reais de enfrentamento à crise climática e marcar oposição a novos projetos de combustíveis fósseis.
No Brasil, a campanha é realizada com os pescadores e pescadoras artesanais da comunidade de Jubim em parceria com a Rede de Trabalho Amazônico, Coletivo Pororoka, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, 350.org, ClimaInfo, Observatório do Marajó e a campanha "A Resposta Somos Nós", que une o movimento indígena, comunidades ribeirinhas e quilombolas, bem como a sociedade civil.
O impacto da exploração de petróleo na Foz do Amazonas vai além do poço da Petrobras no bloco 59: ele começa na mentalidade que cria a oposição entre "civilização" e "barbárie ecológica" e no legado que está sendo criado. A análise é de Celso Sánchez, biólogo, professor da UNIRIO e coordenador do Grupo de Estudos em Educação Ambiental Desde El Sur GEASur, e Alberto Calil Elias Junior, também professor da UNIRIO e pesquisador do Observatório de Educação Ambiental de Base Comunitária do Rio de Janeiro.
"Que mundo estamos querendo construir e deixar para nossos filhos e netos, e para nós mesmos? O impacto é também sobre onde vão se instalar as empresas que vão receber o petróleo e queimá-lo, onde, quando e como vão viver os que viverão para furar a Terra? Não queremos falar só dos manguezais e dos biomas e ecossistemas recém-descobertos como os corais na Foz do Amazonas e as verdadeiras bibliotecas de vida que representam, mas entender o que vamos deixar de lição para os que nos veem optar por seguir matando a Terra", frisam os especialistas do portal (o)Eco.
https://cptnacional.org.br/2025/09/24/protesto-pescadores-foz-amazonas/
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