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Avá Guarani Paranaense denunciam Itaipu e cobram justiça climática com protagonismo indígena na COP30
11/11/2025
Fonte: Cimi - https://cimi.org.br
Povo indígena cobra reparação histórica, restituição territorial e protagonismo na governança climática internacional
Reunidos em Assunção (Paraguai), no dia 30 de outubro de 2025, representantes do Povo Avá Guarani Paranaense divulgaram um pronunciamento internacional às vésperas da COP30, que ocorre em Belém do Pará. O documento é resultado do encontro preparatório "Os povos Avá Guarani Paranaenses rumo à COP30: participação, incidência e defesa do território".
No documento, as lideranças denunciam a injustiça histórica provocada pela construção da usina hidrelétrica de Itaipu, que entre 1979 e 1982 inundou mais de 55 comunidades indígenas na margem do rio Paraná - na fronteira entre os dois países -, provocando remoções forçadas, destruição de florestas, profanação de cemitérios e a ruptura do modo de vida tradicional.
"As lideranças denunciam a injustiça histórica provocada pela construção da Itaipu provocando remoções forçadas, destruição, profanação de cemitérios e a ruptura do modo de vida tradicional"
Sem reparação, conforme preveem as convenções internacionais, o povo relata décadas de deslocamentos contínuos, precarização e violações de direitos, especialmente em função da ocupação de seus territórios por empresas do agronegócio e hidronegócio.
Embora o Estado brasileiro tenha iniciado um processo de restituição territorial por determinação judicial (ACO 3555), as lideranças denunciam que o avanço ainda é insuficiente e cobram que o Paraguai assuma responsabilidade equivalente, já que os impactos atingiram os dois lados do rio Paraná.
"As mesmas empresas e governos que falam de transição energética continuam repetindo padrões de destruição sob novos nomes"
Os indígenas também criticam a narrativa adotada de "energia limpa", utilizada pela Itaipu, e denunciam práticas de greenwashing: "as mesmas empresas e governos que falam de transição energética continuam repetindo padrões de destruição sob novos nomes". Para os Avá Guarani, a mudança climática começou quando foram expulsos de suas terras, perderam florestas e tiveram seus rios desviados.
Entre as exigências que os Avá Guarani Paranaense levam à COP30: restituição territorial integral e reparação histórica; reconhecimento de direitos indígenas como política climática global; participação vinculante dos povos nas decisões sobre energia e clima; proteção a defensores do território diante de criminalização e violência; transição energética sem hidrelétricas e extrativismo em terras indígenas; inclusão do caso Itaipu como exemplo de dívida ecológica e energética nos relatórios oficiais; e criação de um fundo binacional de reparação, com gestão indígena.
"O povo reafirma sua resistência histórica e o compromisso com a defesa da terra e da vida: 'A Terra deve continuar existindo conosco'"
As lideranças reforçam que os territórios indígenas são fundamentais para enfrentar a crise climática e pedem que a Mata Atlântica e o Alto Paraná sejam reconhecidos como zonas de proteção ambiental, climática e espiritual.
Ao final, o povo reafirma sua resistência histórica e o compromisso com a defesa da terra e da vida: "A Terra deve continuar existindo conosco".
O documento foi levado à Cúpula dos Povos e aos espaços oficiais da COP30, como forma de pressionar autoridades mundiais a reconhecerem que soluções climáticas verdadeiras começam pela reparação dos povos originários.
https://cimi.org.br/2025/11/ava-guarani-paranaense-itaipu-cop30/
Reunidos em Assunção (Paraguai), no dia 30 de outubro de 2025, representantes do Povo Avá Guarani Paranaense divulgaram um pronunciamento internacional às vésperas da COP30, que ocorre em Belém do Pará. O documento é resultado do encontro preparatório "Os povos Avá Guarani Paranaenses rumo à COP30: participação, incidência e defesa do território".
No documento, as lideranças denunciam a injustiça histórica provocada pela construção da usina hidrelétrica de Itaipu, que entre 1979 e 1982 inundou mais de 55 comunidades indígenas na margem do rio Paraná - na fronteira entre os dois países -, provocando remoções forçadas, destruição de florestas, profanação de cemitérios e a ruptura do modo de vida tradicional.
"As lideranças denunciam a injustiça histórica provocada pela construção da Itaipu provocando remoções forçadas, destruição, profanação de cemitérios e a ruptura do modo de vida tradicional"
Sem reparação, conforme preveem as convenções internacionais, o povo relata décadas de deslocamentos contínuos, precarização e violações de direitos, especialmente em função da ocupação de seus territórios por empresas do agronegócio e hidronegócio.
Embora o Estado brasileiro tenha iniciado um processo de restituição territorial por determinação judicial (ACO 3555), as lideranças denunciam que o avanço ainda é insuficiente e cobram que o Paraguai assuma responsabilidade equivalente, já que os impactos atingiram os dois lados do rio Paraná.
"As mesmas empresas e governos que falam de transição energética continuam repetindo padrões de destruição sob novos nomes"
Os indígenas também criticam a narrativa adotada de "energia limpa", utilizada pela Itaipu, e denunciam práticas de greenwashing: "as mesmas empresas e governos que falam de transição energética continuam repetindo padrões de destruição sob novos nomes". Para os Avá Guarani, a mudança climática começou quando foram expulsos de suas terras, perderam florestas e tiveram seus rios desviados.
Entre as exigências que os Avá Guarani Paranaense levam à COP30: restituição territorial integral e reparação histórica; reconhecimento de direitos indígenas como política climática global; participação vinculante dos povos nas decisões sobre energia e clima; proteção a defensores do território diante de criminalização e violência; transição energética sem hidrelétricas e extrativismo em terras indígenas; inclusão do caso Itaipu como exemplo de dívida ecológica e energética nos relatórios oficiais; e criação de um fundo binacional de reparação, com gestão indígena.
"O povo reafirma sua resistência histórica e o compromisso com a defesa da terra e da vida: 'A Terra deve continuar existindo conosco'"
As lideranças reforçam que os territórios indígenas são fundamentais para enfrentar a crise climática e pedem que a Mata Atlântica e o Alto Paraná sejam reconhecidos como zonas de proteção ambiental, climática e espiritual.
Ao final, o povo reafirma sua resistência histórica e o compromisso com a defesa da terra e da vida: "A Terra deve continuar existindo conosco".
O documento foi levado à Cúpula dos Povos e aos espaços oficiais da COP30, como forma de pressionar autoridades mundiais a reconhecerem que soluções climáticas verdadeiras começam pela reparação dos povos originários.
https://cimi.org.br/2025/11/ava-guarani-paranaense-itaipu-cop30/
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