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Ex-vereador é preso em operação que investiga exploração de indígenas no interior do Acre
13/11/2025
Autor: Renato Menezes
Fonte: G1 - https://g1.globo.com/
Ex-vereador é preso em operação que investiga exploração de indígenas no interior do Acre
Francisco Alves Guimarães foi preso em flagrante durante a Operação Patrão, na última quarta-feira (12). No total, mais de 20 mandados foram cumpridos em Jordão e Tarauacá.
O ex-vereador de Jordão, Francisco Alves Guimarães, de 70 anos, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e comércio ilegal de munições durante a Operação Patrão, que investiga um suposto esquema de exploração financeira de indígenas.
A operação foi deflagrada pela Polícia Civil do Acre nos municípios de Jordão e Tarauacá, no interior do estado, na última quinta-feira (12).
Ao g1, o advogado de defesa, Marcos Paulo, informou que o cliente já passou por audiência de custódia e foi posto em liberdade nesta quinta (14). Além disto, destacou que ainda não há um processo acerca das investigações feitas pela Polícia Civil. (Veja o posicionamento completo mais abaixo)
A investigação, que iniciou há dois anos e culminou na tarde da última quarta-feira (12), apontou que o grupo criminoso retinha cartões bancários de indígenas.
A organização, segundo a polícia, obrigava as vítimas a comprar exclusivamente nos estabelecimentos dos investigados e controlava os pagamentos realizados com os benefícios sociais.
Durante a operação, os agentes cumpriram 28 mandados de busca e apreensão nas duas cidades, sendo 23 em Jordão e cinco em Tarauacá, além de quatro prisões, incluindo a do ex-vereador preso por porte de arma. Além disto, oito pessoas foram levadas à delegacia para prestar esclarecimentos.
O g1 apurou que Francisco, conhecido como 'Chicão', foi eleito vereador desde 1992 e ficou 20 anos no parlamento, vencendo diversas disputas do legislativo municipal. Ele também concorreu ao cargo de vice-prefeito, mas não foi eleito. Veja abaixo o histórico político dele no município:
1992: 29 votos
2000: 61 votos
2004: 119 votos
2008: 150 votos
2012: 145 votos
O que diz a defesa
O g1 conversou com o advogado Marcos Paulo, que informou que no caso de Francisco, não ocorreu um mandado de prisão, mas de busca e apreensão em diversos comércios de Tarauacá e de Jordão, incluindo o estabelecimento do ex-vereador.
"Infelizmente, existem algumas informações falsas pelas redes sociais, como por exemplo que foi encontrado uma mala de dinheiro. Essa mala e os diversos cartões foram encontrados em outro comércio, porém vincularam todo o material apreendido ao senhor Francisco, por ele já ter sido vereador diversas vezes", frisou.
Com Francisco, foram encontrados um rifle de caça e uma pistola calibre 38. Como ele não tinha documentação, então foi flagranteado por porte ilegal de arma de fogo. Contudo, o ex-vereador foi solto após audiência de custódia. Caso precise se ausentar da comarca, deve avisar à Justiça.
Com relação ao suposto envolvimento com exploração financeira de indígenas, o advogado destacou que Francisco faz venda para todos, de forma fiada, por meio de cartão de débito e crédito.
"Ele fazia muitas vendas para pagamento posterior, e tinha isso tudo anotado, mas nada relacionado a exploração, tanto que com ele não foram achados cartões, como chegaram a veicular. O que acharam foram três procurações do seu sobrinho, que era contratado para resolver pendências em Tarauacá, de poucas pessoas mais próximas", complementou.
Operação
Na operação, foram apreendidos cerca de 300 cartões do Bolsa Família, pertencentes a indígenas, além de R$ 70 mil em dinheiro, quantias em dólares e euros, 6 mil litros de combustível, bem como celulares, duas espingardas, um revólver, 250 kg de chumbo e 300 espoletas.
De acordo com a Polícia Civil, o nome da operação faz alusão às antigas relações de exploração nos seringais, quando trabalhadores eram submetidos a dívidas e dependência econômica impostas pelos empregadores.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos e apurar o alcance do esquema criminoso nos dois municípios
"Infelizmente, a retenção de cartões bancários e documentos de indígenas é uma forma contemporânea de exploração, com raízes históricas no antigo sistema de barracão dos seringais, e que ainda persiste em algumas regiões do Acre. Nossa missão é romper esse ciclo, responsabilizando os envolvidos e garantindo a dignidade das comunidades atingidas", afirmou o delegado José Ronério, responsável pelas investigações.
https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2025/11/13/ex-vereador-e-preso-em-operacao-que-investiga-exploracao-de-indigenas-no-interior-do-acre.ghtml
Francisco Alves Guimarães foi preso em flagrante durante a Operação Patrão, na última quarta-feira (12). No total, mais de 20 mandados foram cumpridos em Jordão e Tarauacá.
O ex-vereador de Jordão, Francisco Alves Guimarães, de 70 anos, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e comércio ilegal de munições durante a Operação Patrão, que investiga um suposto esquema de exploração financeira de indígenas.
A operação foi deflagrada pela Polícia Civil do Acre nos municípios de Jordão e Tarauacá, no interior do estado, na última quinta-feira (12).
Ao g1, o advogado de defesa, Marcos Paulo, informou que o cliente já passou por audiência de custódia e foi posto em liberdade nesta quinta (14). Além disto, destacou que ainda não há um processo acerca das investigações feitas pela Polícia Civil. (Veja o posicionamento completo mais abaixo)
A investigação, que iniciou há dois anos e culminou na tarde da última quarta-feira (12), apontou que o grupo criminoso retinha cartões bancários de indígenas.
A organização, segundo a polícia, obrigava as vítimas a comprar exclusivamente nos estabelecimentos dos investigados e controlava os pagamentos realizados com os benefícios sociais.
Durante a operação, os agentes cumpriram 28 mandados de busca e apreensão nas duas cidades, sendo 23 em Jordão e cinco em Tarauacá, além de quatro prisões, incluindo a do ex-vereador preso por porte de arma. Além disto, oito pessoas foram levadas à delegacia para prestar esclarecimentos.
O g1 apurou que Francisco, conhecido como 'Chicão', foi eleito vereador desde 1992 e ficou 20 anos no parlamento, vencendo diversas disputas do legislativo municipal. Ele também concorreu ao cargo de vice-prefeito, mas não foi eleito. Veja abaixo o histórico político dele no município:
1992: 29 votos
2000: 61 votos
2004: 119 votos
2008: 150 votos
2012: 145 votos
O que diz a defesa
O g1 conversou com o advogado Marcos Paulo, que informou que no caso de Francisco, não ocorreu um mandado de prisão, mas de busca e apreensão em diversos comércios de Tarauacá e de Jordão, incluindo o estabelecimento do ex-vereador.
"Infelizmente, existem algumas informações falsas pelas redes sociais, como por exemplo que foi encontrado uma mala de dinheiro. Essa mala e os diversos cartões foram encontrados em outro comércio, porém vincularam todo o material apreendido ao senhor Francisco, por ele já ter sido vereador diversas vezes", frisou.
Com Francisco, foram encontrados um rifle de caça e uma pistola calibre 38. Como ele não tinha documentação, então foi flagranteado por porte ilegal de arma de fogo. Contudo, o ex-vereador foi solto após audiência de custódia. Caso precise se ausentar da comarca, deve avisar à Justiça.
Com relação ao suposto envolvimento com exploração financeira de indígenas, o advogado destacou que Francisco faz venda para todos, de forma fiada, por meio de cartão de débito e crédito.
"Ele fazia muitas vendas para pagamento posterior, e tinha isso tudo anotado, mas nada relacionado a exploração, tanto que com ele não foram achados cartões, como chegaram a veicular. O que acharam foram três procurações do seu sobrinho, que era contratado para resolver pendências em Tarauacá, de poucas pessoas mais próximas", complementou.
Operação
Na operação, foram apreendidos cerca de 300 cartões do Bolsa Família, pertencentes a indígenas, além de R$ 70 mil em dinheiro, quantias em dólares e euros, 6 mil litros de combustível, bem como celulares, duas espingardas, um revólver, 250 kg de chumbo e 300 espoletas.
De acordo com a Polícia Civil, o nome da operação faz alusão às antigas relações de exploração nos seringais, quando trabalhadores eram submetidos a dívidas e dependência econômica impostas pelos empregadores.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos e apurar o alcance do esquema criminoso nos dois municípios
"Infelizmente, a retenção de cartões bancários e documentos de indígenas é uma forma contemporânea de exploração, com raízes históricas no antigo sistema de barracão dos seringais, e que ainda persiste em algumas regiões do Acre. Nossa missão é romper esse ciclo, responsabilizando os envolvidos e garantindo a dignidade das comunidades atingidas", afirmou o delegado José Ronério, responsável pelas investigações.
https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2025/11/13/ex-vereador-e-preso-em-operacao-que-investiga-exploracao-de-indigenas-no-interior-do-acre.ghtml
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