From Indigenous Peoples in Brazil

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Projeto apresenta uma proposta curricular a professores índios

05/04/2002

Fonte: Folha de Boa Vista-RR



Para possibilitar que os professores Yanomami se apropriem do novo processo educativo intercultural que está sendo implantado, uma aluna do curso de Pedagogia, em conjunto com a Comissão Pró Yanomami (CCPY) e uma professora da faculdade de Geografia, apresentam um painel que mostra esse trabalho que já vem sendo desenvolvido há cinco anos nas comunidades dessa etnia.
O painel ficará exposto hoje, na sala 234 da UFRR durante os eventos Epic (Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica) e Enex (Encontro de Extensão), que se encerra hoje. Com essa proposta os próprios índios passarão a ministrar as aulas em suas aldeias.
Atualmente, professores não-índios estão alfabetizando e mantendo a cultura dessa comunidade. No total, 100 professores participam do projeto, que está previsto para duração de seis anos.
Esse projeto conta com apoio de três Ongs (Organização Não Governamental), que almejam o reconhecimento da proposta pelos estados do Amazonas e Roraima.
Segundo a aluna do curso de Pedagogia, Lídia Montanha Castro, no próximo semestre vai ser apresentado às Secretarias de Educação desses estados para obter o reconhecimento.
No entanto, ela afirma que a área indígena é muito grande impossibilitando que todos sejam atendidos. Somente 15 regiões têm acesso ao projeto. Desse total, 63 escolas trabalham com adolescentes e adultos, que variam de 10 a 30, dependendo da comunidade, com a valorização de temas como terra, saúde e língua.
Conforme Lídia Montanha, esses temas são eixos centrais da proposta. "São fatos marcantes. Na saúde, por exemplo, trabalhamos a prevenção de doenças com ações comunitárias para uma vida de qualidade".
Outro tema, a língua, é desenvolvido em conjunto com o português, de forma que mantenham o idioma Yanomami sempre vivo. "Criamos analogias para serem utilizadas na atualidade como informação", acrescentou Lídia Montanha, lembrando que esse idioma tem quatro outras variações.
Segundo ela, esse projeto não quer transmitir um aprendizado mecânico, e sim um contato com a vida cotidiana. "Eles (índios) têm muita vontade de aprender, que é fato diferente hoje em dia", frisou Lídia Montanha.
 

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