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Índios txucarramae fecham local do acidente da Gol em MT

04/10/2007

Fonte: Midia News



Para penetrar na mata e chegar até os destroços do Boeing da Gol foi preciso autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai).

O responsável por permitir que a expedição seguisse viagem foi o presidente da sede regional da fundação em Colíder (MT), Megaron Txucarramae. É ele quem decide o número de pessoas que pode entrar na reserva Kapot/Jarina, no Norte de Mato Grosso.

Depois de receber a anuência do cacique indígena, o grupo de bombeiros de Sinop (MT) e o coronel da reserva do Exército Marcos Antonio Miranda Silva, viúvo de uma vítima do acidente da Gol, puderam seguir viagem.

Megaron escalou guerreiros das aldeias vizinhas para dar segurança e guiar o grupo pela mata fechada até o local onde estão os destroços.

A partir da sede regional da Funai, a expedição seguiu até um ponto de encontro chamado Água Boa, que fica a poucos metros da entrada da aldeia Piaruçu.

Bedjai Txucarrame, o chefe local, não permitiu que toda a equipe de bombeiros que participou do resgate dos corpos pudesse voltar à mata. "Funai, em Brasília, manda em Brasília. Megaron manda em Funai, em Colíder. Eu, Bedjai, é que mando aqui e eu digo que bombeiros não vão ao local. Não autorizo."

Depois de alguma negociação, Bedjai, que estava irredutível, voltou atrás e permitiu que apenas o major Átila Wanderley da Silva, comandante do Corpo de Bombeiros de Sinop, pudesse entrar na reserva indígena.

O restante da equipe do Corpo de Bombeiros ficou em um acampamento improvisado na beira do Rio Jarinã, sem poder se aproximar do acampamento montado a quase duas horas de barco do local. "Foi uma pena que todos os bombeiros não puderam ir ao local comigo, pois sei que eles ajudaram muito no trabalho de resgate do acidente. Só tenho a agradecer a eles e também aos índios, pelo que fizeram", disse o coronel Marinho.

Ao lado dos destroços, Bedjai disse que esta seria a última vez que ele acompanharia uma expedição ao local do acidente. "Você será o último jornalista que virá até o local. Não trago mais. A empresa aérea que trate de tirar os destroços daqui. Usa, suja a reserva e não pode ficar assim. Sem destroços aqui, ninguém vai mais querer visitar a região."
 

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