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Índios Kaxinawa vão inaugurar centro de memória no Jordão

03/06/2008

Autor: Flaviano Schneider

Fonte: Página 20 Online




Eventor reunirá autoridades Hunikui de todo o Estado

A comunidade Hunikuin e a Associação dos Seringueiros do Rio Jordão (Askarj) enviaram convite para o senador Tião Viana (PT-AC) para a festa de inauguração do Centro de Memória Hunikuin dos Rios Yuraiá e Tarayá, na aldeia São Joaquim, município de Jordão. No fim do ano passado, os Hunikui assinaram um convênio para finalização do projeto que já estava em andamento com a força da comunidade. A inauguração vai acontecer no dia 20 deste mês.

Segundo Banê Kaxinawa, representante do povo Kaxinawa do Jordão, "o chamado é para inaugurar a bela escola da floresta, onde repassaremos parte de nossos conhecimentos aos interessados. O Centro de Memória resulta da força de organização do povo Hunikuin.

"Para realizá-lo, tivemos valiosos apoiadores como o governo estadual e o gabinete do senador Tião Viana", disse.

Nesta inauguração, estarão presentes todas as autoridades Hunikui dos quatro cantos do Acre, além de moradores e colaboradores do Breu, Purus, Envira e Tarauacá, uma confraternização que bem caracteriza essa forte união dos Kaxinawa em sua luta pelos direitos iguais na sociedade da floresta.

No evento serão apresentadas festas tradicionais como Katxa Tirim e Nixi Pae.

Essas festas marcam o início das atividades de um programa de formação do povo Hunikuin e demais interessados, que passa a ser realizado no Centro de Memória.

Kaxinawa: uma data para lembrar

Com essa iniciativa, os Kaxinawa pretendem alcançar mais independência em relação ao ‘mundo dos brancos’ e mostrar que podem realizar de forma coerente a verdadeira autonomia de sua identidade cultural. Segundo Banê, os índios querem participar cada vez mais das novas tecnologias renováveis para não dependerem apenas do mercado de fora. Querem também consolidar suas parcerias com outras entidades nacionais e internacionais, em países como Alemanha, Canadá e Estados Unidos, assim trazendo experiências para o povo Kaxinawa e o Estado do Acre, com potencial para fortalecer seu trabalho como um todo.

Ele explica que o Centro de Memória funcionará como uma universidade da floresta. "Servirá para o intercâmbio de nossa sabedoria humana e também para avançar nossos conhecimentos milenares. Algo disso já se foi e agora queremos cuidar cada vez mais e trabalhar conjuntamente com bons parceiros. No Brasil, muitas vezes somos tratados como pessoas sem valor. Mas recebemos variado apoio e muito respeito em outras regiões do mundo", disse.

Segundo Banê, o projeto tem vários padrinhos importantes. "Meu avô Alfredo Sueiro Sales, já falecido, Txai Terri Aquino, o governador Arnóbio Marques, meu pai Siã Kaxinawa e todos que acreditaram em nosso pensamento futuro. Com esse evento pretendemos agradecer o apoio do governo do Estado e contar com a colaboração de Francisco de Assis Morais da Costa, nosso parceiro costumeiro, e autoridades como senador Tião Viana, deputado Edvaldo Magalhães e entidades como a Comissão Pró-Índio do Acre", complementou.
 

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