From Indigenous Peoples in Brazil
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Os 'índios dos índios': a indianidade, a humanidade e os iaminauás
30/09/2008
Fonte: Ciência Hoje n. 252, set., 2008, p. 1, 30-34
Documentos anexos
Os 'índios dos índios': a indianidade, a humanidade e os iaminauás
Oscar Calavia Sáez
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina
Data de Circulação: 15/09/2008
O multiculturalismo tende a ver os índios como populações à parte, com uma visão de mundo própria, que devem conservar sua cultura e seu modo de vida tradicionais para continuar 'índios'. Mas o que pensar quando algum grupo concebe sua própria tradição de uma forma bem distinta da que os 'brancos' consideram a 'verdadeira'? Para tratar esta questão, o artigo de capa deste mês discute o caso dos iaminauás, do Acre. Eles muitas vezes preferem viver no universo urbano, o que permite refletir sobre a indianidade e as relações entre comunidades nativas e o mundo 'civilizado'.
A diferença é a chave-mestra da etnologia, ciência que estuda, em síntese, as características socioculturais dos agrupamentos humanos. Quanto mais estranhos são os modos de vida que o pesquisador estuda, maior é a distância crítica que ele consegue em relação aos padrões que lhe são familiares. Lá onde um grupo considera inquestionável aquilo que era impensável para outros, ele encontra o seu objeto de análise.
A diferença, ou ao menos uma diferença regular, localizada em alguns aspectos facilmente perceptíveis (língua, roupas, enfeites peculiares, pinturas corporais, rituais, modos de moradia etc.), é também o eixo do multiculturalismo, esse princípio que reconhece como pessoas jurídicas agrupamentos humanos definidos por uma cultura comum e peculiar, e tenta acomodar a diversidade cultural dentro de um mesmo tecido social. No Brasil, tanto a etnologia quanto as políticas multiculluralistas têm se desenvolvido de preferência onde essas diferenças são mais evidentes, como no caso dos povos indígenas, cujos modos de habitação, cultura corporal, vida ritual e outros são evidentemente distantes daqueles dos 'brancos' (ver 'O que é um índio?')
Ciência Hoje n. 252, set., 2008, p. 1, 30-34
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2008/252
Oscar Calavia Sáez
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina
Data de Circulação: 15/09/2008
O multiculturalismo tende a ver os índios como populações à parte, com uma visão de mundo própria, que devem conservar sua cultura e seu modo de vida tradicionais para continuar 'índios'. Mas o que pensar quando algum grupo concebe sua própria tradição de uma forma bem distinta da que os 'brancos' consideram a 'verdadeira'? Para tratar esta questão, o artigo de capa deste mês discute o caso dos iaminauás, do Acre. Eles muitas vezes preferem viver no universo urbano, o que permite refletir sobre a indianidade e as relações entre comunidades nativas e o mundo 'civilizado'.
A diferença é a chave-mestra da etnologia, ciência que estuda, em síntese, as características socioculturais dos agrupamentos humanos. Quanto mais estranhos são os modos de vida que o pesquisador estuda, maior é a distância crítica que ele consegue em relação aos padrões que lhe são familiares. Lá onde um grupo considera inquestionável aquilo que era impensável para outros, ele encontra o seu objeto de análise.
A diferença, ou ao menos uma diferença regular, localizada em alguns aspectos facilmente perceptíveis (língua, roupas, enfeites peculiares, pinturas corporais, rituais, modos de moradia etc.), é também o eixo do multiculturalismo, esse princípio que reconhece como pessoas jurídicas agrupamentos humanos definidos por uma cultura comum e peculiar, e tenta acomodar a diversidade cultural dentro de um mesmo tecido social. No Brasil, tanto a etnologia quanto as políticas multiculluralistas têm se desenvolvido de preferência onde essas diferenças são mais evidentes, como no caso dos povos indígenas, cujos modos de habitação, cultura corporal, vida ritual e outros são evidentemente distantes daqueles dos 'brancos' (ver 'O que é um índio?')
Ciência Hoje n. 252, set., 2008, p. 1, 30-34
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2008/252
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