From Indigenous Peoples in Brazil
News
Enfermeiras "arranham" o guarani para vacinar índios em SP
10/03/2010
Autor: Hermano Freitas
Fonte: Terra - http://migre.me/nakr
Carregando vacina em um recipiente de isopor pela trilha no mato, a enfermeira Patrícia Vieira se aproxima de uma casa. Abana e pronuncia algo em guarani. Repete "bom dia", desta vez em português. Sem disfarçar uma expressão de choro, o índio deixa-se picar pela injeção. Ele é um dos 860 moradores da aldeia Tenondé Porã, no distrito de Parelheiros, capital paulista, a ser imunizado contra a gripe H1N1.
"Arranhar" ao menos algumas palavras no idioma nativo é uma forma de se aproximar dos índios. Alguns não gostam nem de ir até o posto de vacinação, montado na Unidade Básica de Saúde Vera Poty. "Há os que são tímidos e não gostam de contato com o branco, então vamos até as casas", explica Patrícia.
Teve início nesta semana a imunização de indígenas, que são, junto com os profissionais de saúde, os primeiros a receberem a dose. A aldeia teve oito casos de gripe suína a partir de agosto do ano passado, todos em crianças. Segundo a coordenadora de imunização da Secretaria Municipal da Saúde, Maria Lígia Ramos Nerger, 45 anos, houve uma morte em uma das três aldeias da cidade. "O estilo de vida com o contato constante entre as famílias torna os indígenas mais vulneráveis", afirma.
Doença de branco
Apesar do perigo da doença, é necessária uma estratégia de convencimento que passa pelo uso do idioma e do respeito às tradições para obter colaboração. Segundo a coordenadora de saúde indígena Carla Cisotto, 34 anos, sem este diálogo "de igual para igual" a vacinação seria impossível. "Nos sentamos no chão da casa de reza e falamos, às vezes com a ajuda de desenhos, para que eles consigam compreender", diz.
O sucesso da iniciativa se mede no fato de que o Pajé - na tradição indígena a autoridade que cuida dos enfermos - foi o primeiro na aldeia a tomar a vacina, para dar o exemplo. "Acho importante a vacina porque não temos mais espaço para plantar nossas ervas aqui na aldeia", diz Elias, o Pajé.
O cacique Timóteo da Silva Verá Popyguá acredita que a gripe suína, por ser oriunda do homem branco, deve ter uma cura vinda também do branco. "Temos nossas doenças guarani e para elas nossas ervas bastam", diz.
"Arranhar" ao menos algumas palavras no idioma nativo é uma forma de se aproximar dos índios. Alguns não gostam nem de ir até o posto de vacinação, montado na Unidade Básica de Saúde Vera Poty. "Há os que são tímidos e não gostam de contato com o branco, então vamos até as casas", explica Patrícia.
Teve início nesta semana a imunização de indígenas, que são, junto com os profissionais de saúde, os primeiros a receberem a dose. A aldeia teve oito casos de gripe suína a partir de agosto do ano passado, todos em crianças. Segundo a coordenadora de imunização da Secretaria Municipal da Saúde, Maria Lígia Ramos Nerger, 45 anos, houve uma morte em uma das três aldeias da cidade. "O estilo de vida com o contato constante entre as famílias torna os indígenas mais vulneráveis", afirma.
Doença de branco
Apesar do perigo da doença, é necessária uma estratégia de convencimento que passa pelo uso do idioma e do respeito às tradições para obter colaboração. Segundo a coordenadora de saúde indígena Carla Cisotto, 34 anos, sem este diálogo "de igual para igual" a vacinação seria impossível. "Nos sentamos no chão da casa de reza e falamos, às vezes com a ajuda de desenhos, para que eles consigam compreender", diz.
O sucesso da iniciativa se mede no fato de que o Pajé - na tradição indígena a autoridade que cuida dos enfermos - foi o primeiro na aldeia a tomar a vacina, para dar o exemplo. "Acho importante a vacina porque não temos mais espaço para plantar nossas ervas aqui na aldeia", diz Elias, o Pajé.
O cacique Timóteo da Silva Verá Popyguá acredita que a gripe suína, por ser oriunda do homem branco, deve ter uma cura vinda também do branco. "Temos nossas doenças guarani e para elas nossas ervas bastam", diz.
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