From Indigenous Peoples in Brazil
News
Jorge prestigia cultura Yawanawa
08/07/2003
Fonte: A Tribuna-Rio Branco-AC
Há dez anos, os índios Yawanawa do Rio Branco já não praticavam seus rituais culturais. Também não falavam sua língua, exceto os mais antigos, desconheciam seus trajes típicos, suas danças, suas músicas, sua história, enfim, resultado de 30 anos de massacre cultural promovido por uma missão religiosa americana instalada na aldeia que queria a todo custo - e quase conseguiu aculturá-los aniquilando todos os seus conhecimentos, riqueza dos seus ancestrais, que estão entre os primeiros povos a habitar a região.
Hoje, a realidade, a realidade é bem diferente. Os Yawanawa, graças a um forte trabalho de reconstrução de suas origens, se consolidam como uma das fortes etnias do Acre. Para chegar até aqui, foi necessário um árduo trabalho de resgate dos costumes, crenças, lendas, música, mística e ancestralidade.
A diversidade e a riqueza cultural dos rituais Yawanawas são de uma beleza extraordinária e foram exatamente estes rituais de rara beleza que a comunidade do Rio Gregório (Aldeia Nova Esperança) mostraram semana passada na Festa do Yawa, que reuniu mais de 500 índios na Aldeia.
O governador Jorge Viana, um ardoroso defensor das tradições e dos costumes dos povos da floresta, razão pela qual fez questão de identificar seu governo como o governo da floresta, fez questão de prestigiar a festa. Para tanto viajou quatro horas de canoa, canoa mesmo, daquelas pequeninas, típicas e usadas pelos moradores do Gregório nesse período de cheia, para conhecer pessoalmente a realidade da comunidade e acompanhar de perto a festa.
Tanto esforço foi recompensado, garante o governador que por diversas vezes ficou emocionado com o ritual. Segundo ele, a festa do Yawa mostra o retrato de um povo de alma leve, feliz, orgulhoso com sua cultura, "que consegue envolver homens e mulheres de todas as idades nos rituais que cultivam como forma de agradecer a existência e celebrar o dom da vida".
A história
Nova Esperança é a última das quatro aldeias Yawanawá que existem no Rio Gregório, e foi fundada há cerca de dez anos pelas jovens lideranças Biraci Brasil, Nani e Joaquim, sobrinho e filhos do grande líder Raimundo Luiz. Cada uma dessas jovens lideranças tem papel importante e se revezam na condução dos projetos de interesse da comunidade. O velho Raimundo Luiz, com a ajuda dos pajés da aldeia, foi quem orientou aos líderes mais jovens para que transferissem seu povo para aquele local. Embora se trate de um povo historicamente sedentário, é tradição entre os Yawanawá que, para serem fortes e terem o respeito do seu povo, os líderes precisam construir uma nova aldeia, onde haja terra fértil, boa água, fartura de caça e distância dos espíritos ruins que dificultam o progresso da comunidade.
Como se chega a Aldeia
Para chegar ao Nova Esperança, partindo da cidade de Tarauacá, há dois caminhos que podem ser feitos. Ou seguir pela BR - 364 rumo a Cruzeiro do Sul até o Rio Gregório, de onde se sobe de canoa por um dia; ou pegar um avião monomotor até a localidade de Sete Estrelas, de onde a viagem de canoa diminui para cerca de quatro horas durante o verão, quando o rio está seco.
A festa do Yawa
Da sexta-feira até o domingo, a Festa do Yawa segue com os mais diferentes tipos de danças e provas de resistência. Vai desde a dança da pisada no pé, que serve de álibi para o início dos namoros, até a prova da espinha de peixe, que consiste em duas lapadas seguras, a toda força, dadas com o talo o da bananeira nas contas de quem a pessoa quer se vingar de algo.
A exibição acontece no centro da roda, à vista de toda comunidade. Quem leva a lapada tem direito ao revide, e no final os dois corajosos oponentes exibem as marcas causadas e dão as mãos em sinal de que tudo entre eles está resolvido. A prova de coragem é extensiva às mulheres e às crianças, que também se chicoteiam mutuamente e depois cumprimentam o público fingindo não ter sido dolorido.
A participação da comunidade é total, e cada pessoa tem seu motivo específico. Nas provas que exigem maior resistência física, os jovens que estão solteiros têm uma boa oportunidade para provar às mulheres pretendidas que são um bom partido. Se demonstram coragem e muita resistência, provam que são aptos ao trabalho e podem proporcionar a segurança de que a mulher Yawanawá precisa para si e para seus filhos.
Hoje, a realidade, a realidade é bem diferente. Os Yawanawa, graças a um forte trabalho de reconstrução de suas origens, se consolidam como uma das fortes etnias do Acre. Para chegar até aqui, foi necessário um árduo trabalho de resgate dos costumes, crenças, lendas, música, mística e ancestralidade.
A diversidade e a riqueza cultural dos rituais Yawanawas são de uma beleza extraordinária e foram exatamente estes rituais de rara beleza que a comunidade do Rio Gregório (Aldeia Nova Esperança) mostraram semana passada na Festa do Yawa, que reuniu mais de 500 índios na Aldeia.
O governador Jorge Viana, um ardoroso defensor das tradições e dos costumes dos povos da floresta, razão pela qual fez questão de identificar seu governo como o governo da floresta, fez questão de prestigiar a festa. Para tanto viajou quatro horas de canoa, canoa mesmo, daquelas pequeninas, típicas e usadas pelos moradores do Gregório nesse período de cheia, para conhecer pessoalmente a realidade da comunidade e acompanhar de perto a festa.
Tanto esforço foi recompensado, garante o governador que por diversas vezes ficou emocionado com o ritual. Segundo ele, a festa do Yawa mostra o retrato de um povo de alma leve, feliz, orgulhoso com sua cultura, "que consegue envolver homens e mulheres de todas as idades nos rituais que cultivam como forma de agradecer a existência e celebrar o dom da vida".
A história
Nova Esperança é a última das quatro aldeias Yawanawá que existem no Rio Gregório, e foi fundada há cerca de dez anos pelas jovens lideranças Biraci Brasil, Nani e Joaquim, sobrinho e filhos do grande líder Raimundo Luiz. Cada uma dessas jovens lideranças tem papel importante e se revezam na condução dos projetos de interesse da comunidade. O velho Raimundo Luiz, com a ajuda dos pajés da aldeia, foi quem orientou aos líderes mais jovens para que transferissem seu povo para aquele local. Embora se trate de um povo historicamente sedentário, é tradição entre os Yawanawá que, para serem fortes e terem o respeito do seu povo, os líderes precisam construir uma nova aldeia, onde haja terra fértil, boa água, fartura de caça e distância dos espíritos ruins que dificultam o progresso da comunidade.
Como se chega a Aldeia
Para chegar ao Nova Esperança, partindo da cidade de Tarauacá, há dois caminhos que podem ser feitos. Ou seguir pela BR - 364 rumo a Cruzeiro do Sul até o Rio Gregório, de onde se sobe de canoa por um dia; ou pegar um avião monomotor até a localidade de Sete Estrelas, de onde a viagem de canoa diminui para cerca de quatro horas durante o verão, quando o rio está seco.
A festa do Yawa
Da sexta-feira até o domingo, a Festa do Yawa segue com os mais diferentes tipos de danças e provas de resistência. Vai desde a dança da pisada no pé, que serve de álibi para o início dos namoros, até a prova da espinha de peixe, que consiste em duas lapadas seguras, a toda força, dadas com o talo o da bananeira nas contas de quem a pessoa quer se vingar de algo.
A exibição acontece no centro da roda, à vista de toda comunidade. Quem leva a lapada tem direito ao revide, e no final os dois corajosos oponentes exibem as marcas causadas e dão as mãos em sinal de que tudo entre eles está resolvido. A prova de coragem é extensiva às mulheres e às crianças, que também se chicoteiam mutuamente e depois cumprimentam o público fingindo não ter sido dolorido.
A participação da comunidade é total, e cada pessoa tem seu motivo específico. Nas provas que exigem maior resistência física, os jovens que estão solteiros têm uma boa oportunidade para provar às mulheres pretendidas que são um bom partido. Se demonstram coragem e muita resistência, provam que são aptos ao trabalho e podem proporcionar a segurança de que a mulher Yawanawá precisa para si e para seus filhos.
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source