From Indigenous Peoples in Brazil
News
Aldeias indígenas têm acesso à internet
16/09/2003
Autor: André Borges
Fonte: IDGNow
As tecnologias modernas podem se transformar em um instrumento eficaz na preservação e disseminação da cultura indígena do Brasil? Reflexões à parte, a verdade é que a internet já está interligando aldeias indígenas brasileiras.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre Star One, provedora de acesso à internet via satélite, Comitê para Democratização da Informática (CDI) e Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre).
De acordo com os patrocinadores do projeto "Rede Povos da Floresta", o objetivo é "fortalecer a cultura de povos ancestrais". Através da conexão à internet, a Rede Povos da Floresta pretende estimular a cooperação entre as tribos e possibilitar, inclusive, a criação de uma "comunidade virtual".
Os organizadores afirmam que, em todas as regiões, o CDI e a Star One estão contando com o apoio de organizações não-governamentais (ONGs) indigenistas. Para Vera Olinda Sena, secretária executiva da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre), o acesso à rede favorece o fator intercultural das tribos. "Criamos uma situação mais justa e igual. Hoje vemos que os índios sofrem problemas de invasão ambiental e ficam muito isolados, não têm meios de se defender", diz.
Segundo ela, não será a internet mais uma responsável pela degradação na cultura e hábitos dos índios. "Eles sempre sofreram preconceitos, a rede irá valorizar a cultura entre os povos".
Vera calcula que somente no Acre passarão a ter acesso à rede aproximadamente mil índios. "A navegação é livre, mas por trás disso tudo tem um trabalho de educadores indígenas de informática", conta. Parte do programa inclui a inauguração de uma escola de informática e florestania. "Os índios estão usando e-mail, é um direito deles a oferta deste tipo de serviço", comenta a executiva.
Tashka Peshaho, índio que nasceu na aldeia Yawanawa e hoje é seu coordenador para o projeto, diz que sempre acreditou que a tecnologia poderia ser uma arma para preservar a cultura de seu provo.
Para isso, Peshaho foi estudar e hoje, entre outros conhecimentos, domina informática e fala português, inglês e espanhol. "Antes do projeto de internet já tínhamos o telefone via satélite, pela Global Star" comenta.
Segundo ele, a internet representa hoje "uma porta para o mundo, para conhecer histórias e para contá-las". "Você mantém seus costumes tribais, mas não fica fora do mundo. Estamos falando por sala de bate-papo 24 horas por dia" comemora.
O índio afirma que agora o objetico é criar uma espécie de rede entre as aldeias, um portal onde as pessoas possam se conectar com as tribos.
Projeto
Para levar a Internet às aldeias da região amazônica, o projeto contou com o apoio da Comissão Pró-Índio do Acre, ONG indigenista com atuação em 11 municípios onde vivem nove etnias em 20 terras indígenas (Ashaninka, Kaxinawá, Arara, Manchineri, Apurinã, Jaminawa, Yawanawá, Kulina, Katukina).
A instalação nas aldeias do Acre teve apoio da Heliodinâmica, empresa especializada em sistemas de energia solar que foi responsável pelas placas para captação de energia solar, e com recursos de infra-estrutura parcialmente financiados pela Embaixada da Finlândia e pela EDS Foundation.
Cada aldeia conta com um desktop e quatro laptops conectados à internet por meio de uma antena de 1,8 m de diâmetro, que será responsável por captar o sinal do satélite. A proporciona acesso em alta velocidade 24 horas por dia, conexão imediata ao abrir o browser, além do acesso direto a todo o conteúdo da internet.
As primeiras aldeias a se integrarem ao projeto são: a Ashaninka, em terras indígenas do Rio Amônea, situada no município de Marechal Thaumaturgo, no Acre; Yawanawa, que ocupa a terra indígena Rio Gregório, próximo à cidade de Tarauacá, no Acre, e Sapukay, em Angra dos Reis, RJ. A próxima etapa está focada na Aldeia de Xacriabá, localizada no município de São João das Missões, em Minas Gerais.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre Star One, provedora de acesso à internet via satélite, Comitê para Democratização da Informática (CDI) e Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre).
De acordo com os patrocinadores do projeto "Rede Povos da Floresta", o objetivo é "fortalecer a cultura de povos ancestrais". Através da conexão à internet, a Rede Povos da Floresta pretende estimular a cooperação entre as tribos e possibilitar, inclusive, a criação de uma "comunidade virtual".
Os organizadores afirmam que, em todas as regiões, o CDI e a Star One estão contando com o apoio de organizações não-governamentais (ONGs) indigenistas. Para Vera Olinda Sena, secretária executiva da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre), o acesso à rede favorece o fator intercultural das tribos. "Criamos uma situação mais justa e igual. Hoje vemos que os índios sofrem problemas de invasão ambiental e ficam muito isolados, não têm meios de se defender", diz.
Segundo ela, não será a internet mais uma responsável pela degradação na cultura e hábitos dos índios. "Eles sempre sofreram preconceitos, a rede irá valorizar a cultura entre os povos".
Vera calcula que somente no Acre passarão a ter acesso à rede aproximadamente mil índios. "A navegação é livre, mas por trás disso tudo tem um trabalho de educadores indígenas de informática", conta. Parte do programa inclui a inauguração de uma escola de informática e florestania. "Os índios estão usando e-mail, é um direito deles a oferta deste tipo de serviço", comenta a executiva.
Tashka Peshaho, índio que nasceu na aldeia Yawanawa e hoje é seu coordenador para o projeto, diz que sempre acreditou que a tecnologia poderia ser uma arma para preservar a cultura de seu provo.
Para isso, Peshaho foi estudar e hoje, entre outros conhecimentos, domina informática e fala português, inglês e espanhol. "Antes do projeto de internet já tínhamos o telefone via satélite, pela Global Star" comenta.
Segundo ele, a internet representa hoje "uma porta para o mundo, para conhecer histórias e para contá-las". "Você mantém seus costumes tribais, mas não fica fora do mundo. Estamos falando por sala de bate-papo 24 horas por dia" comemora.
O índio afirma que agora o objetico é criar uma espécie de rede entre as aldeias, um portal onde as pessoas possam se conectar com as tribos.
Projeto
Para levar a Internet às aldeias da região amazônica, o projeto contou com o apoio da Comissão Pró-Índio do Acre, ONG indigenista com atuação em 11 municípios onde vivem nove etnias em 20 terras indígenas (Ashaninka, Kaxinawá, Arara, Manchineri, Apurinã, Jaminawa, Yawanawá, Kulina, Katukina).
A instalação nas aldeias do Acre teve apoio da Heliodinâmica, empresa especializada em sistemas de energia solar que foi responsável pelas placas para captação de energia solar, e com recursos de infra-estrutura parcialmente financiados pela Embaixada da Finlândia e pela EDS Foundation.
Cada aldeia conta com um desktop e quatro laptops conectados à internet por meio de uma antena de 1,8 m de diâmetro, que será responsável por captar o sinal do satélite. A proporciona acesso em alta velocidade 24 horas por dia, conexão imediata ao abrir o browser, além do acesso direto a todo o conteúdo da internet.
As primeiras aldeias a se integrarem ao projeto são: a Ashaninka, em terras indígenas do Rio Amônea, situada no município de Marechal Thaumaturgo, no Acre; Yawanawa, que ocupa a terra indígena Rio Gregório, próximo à cidade de Tarauacá, no Acre, e Sapukay, em Angra dos Reis, RJ. A próxima etapa está focada na Aldeia de Xacriabá, localizada no município de São João das Missões, em Minas Gerais.
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